Pesquisar este blog

sábado, 2 de dezembro de 2017

Pela minha experiência, conversar com um estrangeiro tem sido muito melhor do que conversar com gente de minha própria terra

1) Nas poucas vezes que me relacionei com estrangeiros, a conversa me saiu mais genuína do que as conversas que venho tendo com gente da minha própria terra. A impressão que eu tinha era que lidava com uma pessoa real, ainda que a milhares de quilômetros de distância. Quando se trata de lidar com alguém na minha terra, a conversa chega a ser tão artificial e vazia que até mesmo os personagens robotizados do The Sims são mais humanos e mais genuínos do que as pessoas que costumo encontrar, seja online ou no mundo real.

2) Com gente da minha terra, a conversa tendia a ser muito unilateral: eu tinha algo acrescentar a esta pessoa e a pessoa nada tinha a me oferecer. As conversas tendiam a superficialidade e logo terminavam.

3.1) Geralmente, a impressão que tenho, quando lido com pessoas de fora, é que elas têm sempre uma história interessante para contar - e elas não têm medo de compartilhar as coisas que conhecem. Elas contam as coisas com uma vivacidade de detalhes que nunca que me deixa enfadonho (até porque aqui no Brasil não há nada de novo, a não ser tragédia).

3.2) O que os estrangeiros costumam me contar não se trata de fofoquinha ou intriga, como costumam fazer aqui, mas situações de vida pessoal - ou mesmo de terceiros - relevantes, que poderiam ser bem documentadas num livro de literatura e que poderiam ser muito bem objeto de análise filosófica.

4.1) Acredito que essa deve ser uma boa razão para se tomar um outro país - mesmo que seja a Rússia, com todas as suas mazelas e seus erros monstruosos - como um lar junto com o Brasil.

4.2) Uma pessoa estrangeira e muito cristã tem uma bagagem de vida muito maior do que a de um nascido nesta terra, biologicamente falando, uma vez que o cristianismo aqui praticado é só de fachada, dado que casamento virou evento social, bem como o batismo de uma criança.

4.3) E é por causa dessas coisas que a agonia do Crucificado de Ourique é muito intensa, por conta do conservantismo sistemático praticado por esses apátridas.

5.1) Se o Brasil de hoje é periferia, isso se deve à mentalidade reinante nesta terra.

5.2) Você só encontrará alguém que preste na internet - e mesmo assim, você vai ter que peneirar muito. Não conte com ninguém da sua vizinhança ou mesmo da sua paróquia, se a pessoa não estiver interessada em conhecer a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, fonte essencial para uma história de vida ser muito bem contada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário