1) Eis algo que me chamou a atenção: a questão do ego pontifex apontada na psicologia clínica do Szondi e que foi citada pelo professor Olavo de Carvalho.
2) Essa questão do eu como construtor de pontes pode ser explicada com base neste dizer de São Paulo: "Não sou eu mais que vivo para mim, pois é Cristo que vive em mim". Se Deus opera todas as coisas em todos, então existem três espécies de pontes: a ponte do vigário (pontifex maximus), a ponte do vassalo (que é a ponte régia) e a ponte do cristão comum que toma o país como um lar em Cristo (pontifex minimus).
3) Em todas as três pontes, o Cristo que está na pessoa por meio da Santa Eucaristia faz um determinado trabalho de tal modo que essa ponte ligue até o outro que deve ser descoberto, ainda que este não tenha nascido (afinal, o momento anterior da concepção indica uma ponte encoberta, prestes a ser revelada de modo a servir a Ele em terras distantes, segundo os planos de Deus).
4) Essas pontes se cruzam de modo a formarem uma rede sobre a qual as almas dos homens são pescadas de tal modo que o plano da salvação seja posto em prática, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E este é o verdadeiro sentido da vida, quando se toma o país como um lar em Cristo - se meu eu não for uma ponte, não haverá solidariedade, pois o eu-nacional não constituirá nós-nacionais, onde eu é distribuído ao outro como um exemplo de virtude e santidade.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.
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