Da era dos gigantes à era do bolso
A evolução do armazenamento de dados é uma das trajetórias mais fascinantes da tecnologia moderna. Nos anos 1940 e 1950, computadores como o ENIAC usavam cartões perfurados e fitas de papel, limitados a alguns kilobytes. Em 1956, o IBM 305 RAMAC trouxe o primeiro HD, ocupando o espaço de duas geladeiras para guardar apenas 5 MB.
Décadas depois, vieram as fitas magnéticas, os disquetes, CDs e DVDs, seguidos pelos Blu-rays. A virada seguinte foi o pendrive, portátil e resistente, que mudou a relação cotidiana com o armazenamento. Em paralelo, os HDs pessoais multiplicaram suas capacidades e reduziram drasticamente os custos — de centenas de dólares por megabyte nos anos 80 para terabytes acessíveis por algumas centenas de reais.
No fim dos anos 2000, os SSDs chegaram para transformar a velocidade de acesso, eliminando a mecânica dos HDs e tornando quase instantâneas tarefas como iniciar o sistema ou carregar jogos.
A ascensão dos datacenters e da nuvem
Enquanto o consumidor vibrava com pendrives e SSDs, a internet e o setor corporativo criavam algo ainda maior: os datacenters. Estruturas gigantescas, que chegam a consumir tanta energia quanto cidades inteiras, armazenam exabytes de dados — o equivalente a milhões de HDs ou SSDs de 1 TB. É lá que estão as fotos do Google Drive, os vídeos do YouTube, as conversas do WhatsApp e até registros bancários e hospitalares.
Ao mesmo tempo, a demanda por armazenamento cresce com vídeos em 8K, inteligência artificial e big data, exigindo saltos que HDs e SSDs não conseguem acompanhar sozinhos.
Sustentabilidade e limites atuais
O crescimento da nuvem traz desafios de sustentabilidade. Datacenters precisam de refrigeração constante, redundância para evitar falhas e segurança de nível militar. Além disso, consomem quantidades colossais de energia e água, motivando pesquisas em datacenters verdes, submersos no oceano ou alimentados por energia limpa
O futuro: além do silício e do disco
Novas tecnologias em desenvolvimento prometem transformar novamente o paradigma:
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Armazenamento em DNA: já é possível codificar dados em moléculas, com densidade tal que toda a informação do mundo caberia em algo do tamanho de uma caixa de sapato
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Armazenamento holográfico: grava dados em múltiplas camadas do volume de um disco transparente, multiplicando exponencialmente a capacidade
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Computação e armazenamento quântico: embora ainda em estágio inicial, promete manipular e guardar informações de formas inéditas, baseadas em superposição e entrelaçamento
Conclusão
Assim como os disquetes e os CDs se tornaram peças de museu, os HDs e SSDs também caminham para perder protagonismo. No curto prazo, ainda serão úteis pelo equilíbrio entre custo e desempenho. No longo prazo, porém, devem ser lembrados apenas como mais um degrau na escada da inovação.
O que permanece constante não é a mídia, mas o objetivo: garantir que a informação não se perca, que o conhecimento permaneça acessível e que a humanidade continue construindo sobre o que já foi registrado.
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