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domingo, 19 de outubro de 2025

Frugalidade e amizade: uma distinção necessária

Muitas vezes, quem se recusa a gastar de forma desmedida em encontros sociais acaba sendo chamado de “mão-de-vaca”. Essa confusão é injusta. O frugal não é aquele que se fecha ao convívio humano, mas o que reconhece que, no Brasil, a vida social fora de casa custa caro — e que esse custo, se repetido com frequência, acaba corroendo o orçamento e trazendo mais prejuízo que alegria.

Ser frugal é agir com prudência, não com avareza. É entender que cada recurso — tempo, energia e dinheiro — deve ser bem aplicado. Um amigo “de balada” pode ser simpático, mas quase sempre representa um ralo financeiro constante. A amizade verdadeira não se mede pelo tamanho da conta paga no fim da noite, mas pela sinceridade da conversa, pela confiança construída e pelo respeito mútuo.

Quando alguém me convida para sair, não imponho condições: aceito com gratidão, desde que o convite venha acompanhado da iniciativa natural de quem chamou assumir a despesa. Não busco luxo, tampouco excessos; basta que a companhia seja boa e que a ocasião não esteja vinculada ao consumo de álcool, que não faz parte do meu estilo de vida.

A frugalidade, nesse sentido, é uma forma de liberdade. Ela me permite dizer “sim” às pessoas certas, nos momentos certos, sem me tornar escravo da lógica consumista que transforma qualquer encontro em uma fatura pesada. Diferente da avareza, que fecha a mão por medo, a frugalidade abre espaço para escolhas mais conscientes — inclusive no campo das amizades.

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