A realidade política brasileira é frequentemente analisada à luz de disputas partidárias, mas reduzir a luta ao confronto com o Partido dos Trabalhadores ou outras forças políticas é tratar apenas a superfície do problema. O verdadeiro mal que aflige a nação tem natureza sobrenatural, e sua presença se manifesta não apenas nas crises institucionais, mas também na corrupção moral e na subversão espiritual dentro da própria Igreja.
1. O Padroado Imperial e a harmonia entre o altar e o trono
Durante o período imperial, o Brasil vivenciou um sistema de padroado que conferia ao imperador poderes específicos sobre a vida religiosa do país. Não se tratava apenas de nomear bispos ou supervisionar ordens clericais, mas de assegurar que a Igreja permanecesse fiel à sua missão fundadora de guiar o povo na verdade e na moralidade.
O padroado configurava, portanto, uma simbiose entre a autoridade temporal e a espiritual. O imperador, enquanto pai de família da nação e guardião do bem comum, exercia uma função de Defensor Perpétuo da Fé, assegurando que a ordem natural e divina permanecesse inalterada. Esse modelo, que combinava autoridade política e responsabilidade moral, impedia que heresias ou ideologias subversivas enraizassem-se no tecido social.
2. A Infiltração Herética e o Mal Objetivo
A infiltração de correntes teológicas subversivas — exemplificada pela Teologia da Libertação — demonstra que a batalha não é meramente política, mas espiritual. Padres e bispos que fomentam revolução social sob pretextos religiosos comprometem a própria natureza sacramental da Igreja, tornando-a um instrumento de desordem em vez de guia moral.
Esse mal, ao se alojar nas dioceses e paróquias, ameaça a estabilidade da sociedade. Não é um inimigo abstrato: trata-se de uma força organizada que se utiliza do véu da religião para espalhar a desobediência e o relativismo moral, preparando o terreno para a decadência política e social.
3. A necessidade de uma diplomacia espiritual internacional
O combate ao mal objetivo no Brasil não pode restringir-se às fronteiras nacionais. A heresia e a subversão eclesial têm caráter transnacional, e a restauração da ordem requer que o soberano brasileiro utilize instrumentos diplomáticos junto à Santa Sé.
Como Defensor Perpétuo do Brasil, o imperador — ou qualquer autoridade que venha a desempenhar função análoga — deve articular uma política de lobby religioso, defendendo a ortodoxia e pressionando para que os agentes subversivos sejam afastados das posições de poder eclesial. Isso não é mera política, mas uma exigência de justiça e de fidelidade à verdade fundadora da nação e da fé.
4. Conclusão: ordem, autoridade e salvação da nação
O combate ao mal objetivo exige consciência da dimensão sobrenatural do problema. Reduzir a luta apenas a embates políticos superficiais é condenar a sociedade a repetir crises morais sem fim. A restauração da disciplina eclesiástica, aliada à diplomacia internacional com a Santa Sé, representa o caminho para a reconciliação entre trono e altar, entre poder temporal e autoridade espiritual.
O Brasil, assim, não só preserva sua tradição e identidade, mas também garante que a autoridade política e religiosa converjam para a promoção do bem comum. O soberano, como guardião da fé e da lei, torna-se a ponte entre a ordem divina e a ordem temporal, assegurando que a revolução subversiva seja contida e que a sociedade brasileira possa florescer sob a luz da verdade.
Bibliografia Sugerida
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Pio IX. Syllabus Errorum (1864).
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Leão XIII. Rerum Novarum (1891).
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Santo Tomás de Aquino. Suma Teológica.
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Viana, Hélio. História do Brasil: O Império.
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Schwarcz, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um Monarca nos Trópicos.
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Gurgel, Rodrigo. O Jardim das Aflições (documentário e comentários sobre a fé e o poder).
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