Pesquisar este blog

sábado, 11 de outubro de 2025

Entre dois mundos, uma só verdade: minha jornada como ponte entre pensadores e culturas

Desde muito cedo, percebi que minha vida não se limitaria a uma única terra ou a uma única tradição cultural. Tomar dois países — Polônia e Brasil — como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, não foi apenas uma circunstância geográfica, mas um chamado espiritual e intelectual. Essa experiência me tornou, involuntariamente, uma ponte entre pensamentos e tradições filosóficas que, à primeira vista, poderiam parecer distantes: Olavo de Carvalho, Mário Ferreira dos Santos e Feliks Koneczny.

Olavo de Carvalho me ensinou a importância de pensar de forma crítica diante das correntes ideológicas que moldam o mundo moderno. Sua defesa do pensamento independente e da clareza moral ressoa com a urgência de compreender o globalismo não como uma abstração distante, mas como uma força real que atua sobre as vidas e culturas que nos são caras.

Mário Ferreira dos Santos, por sua vez, abriu-me a riqueza da sistematização filosófica brasileira, mostrando que a sabedoria não se encontra apenas nas tradições estrangeiras, mas pode ser cultivada e adaptada dentro da própria experiência nacional. Ele ensinou-me que a filosofia é, antes de tudo, um guia prático para a vida, capaz de unir razão, ética e espiritualidade.

Feliks Koneczny, com sua profunda análise das civilizações, forneceu as lentes para compreender não apenas a cultura polonesa, mas a forma como diferentes matrizes civilizacionais moldam o comportamento, a moral e a política. A leitura de Koneczny mostrou-me que ser nacionista não é simplesmente valorizar símbolos ou fronteiras, mas reconhecer a profundidade da civilização que nos forma e a responsabilidade que isso traz para interagir com outras culturas sem perder a própria identidade.

Minha trajetória entre Brasil e Polônia consolidou uma percepção que, talvez, só um nacionista consciente poderia alcançar: a capacidade de criar pontes não significa diluir a identidade, mas sim entender as convergências e divergências entre tradições e ideais, sempre à luz de Cristo. Szondi apontou que a escolha genética e cultural é determinante para o destino humano; eu acrescentaria que essa escolha também determina a capacidade de integrar pensamentos e tradições, de fazer com que a fé e a razão caminhem juntas, atravessando continentes e séculos.

Ser a ponte entre Olavo, Mário e Koneczny é, portanto, mais do que uma curiosidade intelectual: é uma missão. É o exercício de unir mundos distintos, compreender a lógica interna de cada civilização e filosofia, e oferecer essa síntese como luz para aqueles que, como eu, acreditam que o verdadeiro lar não se limita a uma geografia, mas se expande em Cristo, através da verdade e da liberdade que a verdade proporciona.

Entre dois mundos, aprendi que a verdadeira nobreza do pensamento reside em servir de elo — sem jamais comprometer a identidade — e que, ao fazê-lo, cada passo dado em solo estrangeiro é, na verdade, um retorno ao próprio coração, iluminado pela fé e pela razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário