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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Notas sobre tradição, alta cultura e altos estudos

1.1) Alta cultura pede necessariamente altos estudos.

1.2) A atividade de cultivar as almas de tal maneira que tomem o país como um lar em Cristo é tão trabalhosa que o estudo e investigação de todos os aspectos de cada história de cada povo - de modo que seus exemplos possam nos servir de base para um país melhor - devem ser tomados como uma verdadeira ciência, um verdadeiro caminho que leva não só à própria santificação de quem trabalha nessa vinha do Senhor, mas também de quem prova do sabor desse vinho, a ponto de querer sempre provar dele, pois vê nisso o sangue de Cristo que foi derramado de modo que houvesse o perdão pelos pecados do mundo.

2.1) Se o Estado é a mais elevada das instituições do homem, então o estudo das relações entre os povos, através das relações entre os Estados, deve ter por fundamento o estudo de toda essa complexidade, cuja noção não pode ser percebida recebendo passivamente e sem questionar as notícias que circulam na mídia ou mesmo na rede social.

2.2) Não podemos dar à Imprensa a infalibilidade que devemos dar à Igreja - o próprio senso de grandeza do Brasil vai se perdendo, uma vez que toda a informação está concentrada no eixo Rio-São Paulo de tal maneira que o que ocorre no Acre não nos é conhecido. Se isso não nos é conhecido, é como se não fizesse parte do Brasil - e isso acaba preparando o nosso imaginário, mais cedo ou mais tarde, para um destino fatal: de que o Brasil será retalhado em várias republiquetas, destruindo o nosso senso de tomá-lo como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de imitarmos os países hispano-americanos nessa semelhante tragédia. Já há movimentos separatistas no Sul do Brasil pregando esta heresia política diabólica.

2.3.1) É por conta dessas coisas que precisamos estudar fontes de primeira mão, como livros de História de um determinado lugar, coletar a experiência de vida de pessoas do lugar ou que viveram uma experiência historicamente relevante, ou analisar toda a experiência documentada na literatura de um determinado povo local em contraponto com aquilo que conhecemos nacionalmente, por meio da História oficial.

2.3.2) Tomar o Brasil como um lar é um verdadeiro estudo multidisciplinar - na verdade, transdisciplinar, visto que tenho que muitas vezes ultrapassar as fronteiras do meu treinamento em Direito e me aprimorar em outras disciplinas de modo que eu tenha a noção de todo, a qual aponta para a verdade, uma vez que ela vem de Deus. Como a política externa depende do que se conhece na política interna, então devemos estudar bem a razão de ser do Brasil antes de colocá-lo no seu devido lugar no plano internacional.

3.1) Para eu entender a dimensão do Brasil como um lar, preciso tomar vários lugares do Brasil como um mesmo lar, o que me faz com que aquilo que é noticiado pela imprensa me seja uma experiência dispensável.

3.2) Para que essa experiência se torne algo universalizante, compartilhável na forma de exemplo, então preciso estar em outros lugares, como Portugal, Polônia, EUA e muitos outros lugares. Isso me pede que eu tenha uma família grande e que meus filhos sejam educados na missão de servir a Cristo em terras distantes, a ponto de muitos deles acabarem indo parar na Lusitânia Dispersa, por conta de suas respectivas vocações.

4.1) Por isso, se vocês quiserem mudar o Brasil, então você precisam formar uma família e educá-la na verdade, naquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Nunca permita que a escola - que se funda no mundo, no diabo e na carne - corrompa seus filhos. Muito menos a universidade. Ensinem seus filhos a serem autodidatas e a servirem seus semelhantes naquilo que são bem capazes de fazer, pois o próximo - o que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - nem sempre está geograficamente próximo.

4.3) Essas são algumas coisas que faria dentro de minha própria casa, se tivesse a oportunidade de fazê-lo. É preciso várias gerações agindo dessa forma que teremos alguma mudança nessa seara.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2018.

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