1) Outro problema que decorre ao se relacionar sustentabilidade com economia de massa e democracia está no fato de que as coisas tendem a um fim em si mesmo, reduzindo as pessoas que tomam a iniciativa de exercerem uma atividade economicamente organizada a agentes que vivem em função dos interesses do governo. Se a sustentabilidade tende a um fim em si mesmo, então a riqueza será tomada como um sinal de salvação de maneira perpétua, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, pois a liberdade será servida de maneira vazia e de forma permanente.
2.1) Se algo é impossível por ser insustentável, então isto se deve justamente ao fato de contrariar os interesses fundados na ética protestante e o espírito do capitalismo, interesses esses fundados no amor de si até o desprezo de Deus.
2.2) Nesta economia, o povo é o novo príncipe, a ponto de ele ser tomado como a voz de Deus na democracia. E neste ponto, o Estado será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.
3) É o que podemos perceber quando percebemos a relação mútua entre essa cultura de riqueza tomada como sinal de salvação, a ponto de incluir a terra e a água como bens dentro do comércio, e o governo fundado para servir aos interesses da classe mercantil, que concentra os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida em poucas mãos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário