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sábado, 17 de novembro de 2018

Notas sobre a chamada classe ociosa

1) Na França medieval, os châteaus tinham a função de defender a terra de invasores. É por conta de haver uma classe de guerreiros, que era composta pelos melhores homens da sociedade, que a terra podia ser tomada como um lar em Cristo.

2.1) Mas a partir da Renascença, quando o château assume a característica de ser um plantation mais refinado, a produção de vinho e seda se torna uma cultura e um estilo de vida, uma vez que ambas contribuem para a indústria do luxo, a ponto de atender as necessidades da classe aristocrática, que tende a ser uma classe ociosa, posto que sofreu um verdadeiro aburguesamento, perdendo sua função original de classe guerreira.

2.2) Graças à indústria do luxo, a taxa de juros na França passou a ser mais elevada de todas, em comparação com o que havia nos outros reinos, uma vez que ela fazia com a oferta e demanda por serviços fosse voltada para fins vazios, uma vez que a riqueza se tornou sinal de salvação dessa classe de abonados, uma vez que a França passou a ser governada por reis huguenotes (calvinistas).

3) Quando a vida é voltada aos prazeres e ao luxo, a classe aristocrática perde suas funções, a ponto de em nada contribuir para a comunidade que está sujeita à sua proteção e autoridade, a ponto de se tornar uma classe proletária. E neste ponto, a aristocracia, quando fica aburguesada, ela passa a se confundir com o terceiro Estado, o povo. E neste ponto, os que fazem da riqueza sinal de salvação passam a concentrar o poder em poucas mãos, a ponto de se tornar uma verdadeira oligarquia plutocrática.
4) É graças ao fato de haver uma classe ociosa que perverte aristocracia em oligarquia que a economia se perverte em plutologia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2018. 

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