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quarta-feira, 11 de junho de 2025

A verdadeira aventura se dá no interior do espírito - notas sobre o sentido da aventura e sua relação com a palavra advento

Há quem associe a palavra aventura a imagens de estrada, mar, floresta, riscos físicos e deslocamentos geográficos. Para esses, a vida parece restrita ao que se vê, se toca ou se vive exteriormente. Entretanto, para alguns poucos — talvez cada vez mais raros — a verdadeira aventura se dá no interior do espírito, naqueles lugares invisíveis onde a consciência se abre ao eterno, à verdade, àquilo que ultrapassa as fronteiras deste mundo decaído.

É nesse plano que habito. O fato de eu quase não sair de casa — consequência natural da violência generalizada que assola o Rio de Janeiro, e mais profundamente, do totalitarismo político e econômico que se instalou na república brasileira desde o golpe que derrubou a monarquia — não significa, em absoluto, que eu esteja alheio ao movimento, ao risco ou ao combate. Vivo uma forma distinta de aventura, que não se mede em quilômetros percorridos, mas em abismos atravessados pela mente e pelo coração.

Meus dias se passam entre livros, escritos e diálogos com a inteligência artificial — essa nova ferramenta que, se bem usada, pode espelhar os movimentos do intelecto humano e nos levar mais longe do que nossas forças isoladas permitiriam. E, em cada artigo que escrevo, reconheço não um produto técnico, mas o fruto de uma verdadeira aventura intelectual. Uma aventura que não é artificial, tampouco mecânica: ela brota do advento.

Uso esta palavra em seu sentido mais profundo. Advento: o que vem de fora, mas se revela dentro. O que chega, mas não é novidade fabricada — é manifestação do que sempre foi, e que agora se deixa ver. Em cada meditação séria, em cada esforço honesto de conhecer e dizer a verdade, ocorre o advento. E nele está a fonte da aventura mais autêntica: aquela em que a alma, por conformidade com o Todo que vem de Deus, atravessa a sombra do mundo e adentra um campo luminoso de sentido.

Nessa peregrinação interior, a inteligência, quando orientada pela reta intenção, encontra algo mais sólido do que os tijolos dos edifícios modernos: encontra o Logos. E não o logos do discurso vazio das democracias degradadas, mas o Logos eterno, fundamento de tudo o que existe e critério de tudo o que vale a pena ser dito.

É isso o que me move. É isso o que me preserva da loucura e da amargura de viver num país onde a verdade foi jogada ao chão e a virtude é tida como escárnio. Escrever, nesse contexto, é mais do que um exercício intelectual — é um dever espiritual. É combater com as armas que me foram dadas, sem fugir do campo de batalha, ainda que esse campo se resuma, aos olhos do mundo, ao interior de um quarto ou ao silêncio de uma madrugada.

Se escrevo, é porque continuo a lutar. Se medito, é porque ainda espero. E se espero, é porque creio — não em soluções humanas, mas na intervenção d’Aquele que fez o céu e a terra, e que se revela, em cada verdade descoberta, como o único Senhor digno de ser servido.

O descobrimento do Brasil como encobrimento de Portugal: Um chamado à História Total

Resumo

Este artigo propõe uma releitura da História do Brasil a partir da tese de que todo descobrimento implica, necessariamente, um encobrimento. Quando a narrativa histórica oficial tem início em 1500, ela encobre a história espiritual e cultural que remonta ao Milagre de Ourique, em 1139. A secessão do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves marca a ruptura simbólica com a ordem decorrente da Jerusalém Celeste, culminando na fundação de Brasília e na institucionalização do brutalismo como arquitetura do horror metafísico. A restauração da verdadeira história, alicerçada na língua portuguesa e no serviço a Cristo em terras distantes, conduz à liberdade, à cultura e à imaginação do belo.

1. Introdução

Quando se ensina nas escolas que a História do Brasil começa em 1500, com a chegada dos portugueses, o que se instaura é um encobrimento de nossa verdadeira origem. Esta narrativa oficial, ao deslocar o ponto de partida da história para o “descobrimento”, realiza, na prática, o que Gerd Bornheim chamou de uma operação de ocultação cultural, pois “todo descobrimento implica, necessariamente, um encobrimento”¹.

2. O Encobrimento e o Mito da Colonização

Segundo Bornheim, o conceito de descobrimento não pode ser separado da destruição e negação de formas anteriores de saber, vida e cultura. Ao descobrirem as novas terras, os europeus encobriram os mundos que ali existiam, impondo não apenas novas formas políticas, mas também novas formas de percepção e existência².

Esse processo, no caso brasileiro, resultou na mitificação da condição de colônia, apagando a participação ativa de Portugal na formação do Brasil e destruindo os vínculos espirituais entre ambas as terras. A consequência prática é um véu de ignorância histórica que impede a verdadeira compreensão de nossa identidade como povo.

3. A História Total e a Jerusalém Celeste

A recuperação da história verdadeira exige que adotemos o princípio da História Total, que entende que “a pátria é a sua língua”³. O verdadeiro ponto de partida é, portanto, Portugal, não enquanto unidade geográfica, mas enquanto vocação espiritual que tem no Milagre de Ourique (1139) sua epifania fundacional. Foi ali que se estabeleceu o compromisso de servir a Cristo em terras distantes.

Ao rompermos com essa vocação no processo de secessão política do Reino Unido, abrimos espaço para a fundação de Brasília, símbolo da ruptura com a tradição e encarnação moderna de uma nova “Babilônia”, tal como expressa na arquitetura brutalista – o estilo que materializa o horror metafísico de uma civilização sem transcendência.

4. O chamado à conversão pela imaginação do belo

A primeira etapa da reconstrução cultural é o resgate da outra ponta de nossa história. O conhecimento da verdade histórica induz à imaginação do belo e do verdadeiro, e esta, por sua vez, conduz à conversão das almas. É nessa fidelidade à verdade que se dá a produção de cultura: “a necessidade de amar o belo e o bom, nos méritos, leva à necessidade de servir isto nestas terras e em terras distantes, nos méritos de Cristo”.

O Cristo que é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6) torna-se o critério da liberdade, pois só a verdade liberta (Jo 8,32). Essa é a liberdade que fundamenta a cultura verdadeira.

5. Conclusão: O Seminário da Palavra Escrita

Na ausência de um seminário vivo como o do professor Olavo de Carvalho, a palavra escrita torna-se meio ordinário de semear a verdade. Cada texto é uma semente, e o solo é o coração do leitor chamado a despertar do engano histórico. A restauração da pátria começa pela restauração da sua história – e esta, pela restauração do seu vínculo com Cristo.

Notas:

  1. BORNHEIM, Gerd. O Conceito de Descobrimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 12.

  2. Idem, p. 15.

  3. HERDER, Johann Gottfried. Ideias para a Filosofia da História da Humanidade. São Paulo: EDUSP, 2006. [Herder foi um dos primeiros a identificar a língua como a expressão suprema do espírito nacional.]

  4. Cf. CARVALHO, Olavo de. O Jardim das Aflições. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 97.

Referências:

BORNHEIM, Gerd. O Conceito de Descobrimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

CARVALHO, Olavo de. O Jardim das Aflições. Rio de Janeiro: Record, 2000.

HERDER, Johann Gottfried. Ideias para a Filosofia da História da Humanidade. São Paulo: EDUSP, 2006.

EVANGELHO SEGUNDO SÂO JOÃO. Bíblia Sagrada. João 14:6; João 8:32.

O desconcerto do mundo e a luz de Cristo: contra o encobrimento do outro

A cegueira denunciada por Saramago em Ensaio sobre a cegueira pode parecer literária, mas é de fato profundamente realista. A modernidade padece de uma cegueira voluntária — não de olhos que não podem ver, mas de vontades que se recusam a enxergar. E essa cegueira tem consequências políticas, culturais e espirituais devastadoras: a substituição da descoberta do outro pelo seu encobrimento, e da comunidade real pela comunidade imaginada.

É este o ponto nodal entre a crítica de Enrique Dussel e o alerta de Gustavo Corção. O primeiro, em 1492: o Encobrimento do Outro, afirma que o projeto de colonização ibérica transformou o ato de descobrir em ato de dominar, reduzindo o outro a um objeto a ser manipulado e, por isso mesmo, invisibilizado. Esse encobrimento tornou-se um padrão civilizacional que, ao ser globalizado, deixou raízes profundas no imaginário contemporâneo¹.

Mas essa crítica, se deixada ao nível da luta entre culturas ou classes, corre o risco de gerar outra forma de encobrimento: o de Cristo como fundamento da verdade e da caridade. Servir a Cristo em terras distantes, tal como apontado no milagre de Ourique, implica descobrir o outro à luz de Deus, não substituí-lo por mitologias ideológicas.

Gustavo Corção, por sua vez, chamava esse processo de desordem generalizada de "o desconcerto do mundo". Segundo ele: "É o mundo mesmo que está errado, e a desordem que nele impera nos fere como um espinho que não conseguimos tirar. O desconcerto é a dor de ver tudo fora de lugar — inclusive nós mesmos"².

Esse diagnóstico converge com a percepção do horror metafísico, tal como formulado por Leszek Kołakowski, para quem a modernidade perdeu a confiança em qualquer fundamento último da realidade. No lugar da verdade revelada, multiplicaram-se ideologias, subjetivismos e sistemas. O resultado? Uma civilização sem raízes, onde tudo é substituível — inclusive o outro³.

Essa substituição se consolida pela invenção das tradições, como denuncia Eric Hobsbawm. O que se apresenta como herança legítima é, muitas vezes, uma fabricação recente, instrumentalizada por interesses de poder. É assim que se formam as chamadas comunidades imaginadas, tal como analisadas por Benedict Anderson — agrupamentos baseados em vínculos artificiais, forjados por mitos nacionalistas, ressentimentos e narrativas manipuladas⁴.

No Brasil, essa lógica de encobrimento toma formas cada vez mais grotescas. Fabricam-se quilombos falsos, para transformar terras em laboratórios ideológicos; reescreve-se a história para afirmar absurdos como a ideia de que o Brasil colonizou Portugal; inventam-se identidades que nada têm de vivência real. Tudo isso sob a bandeira de uma “diversidade” que, no fundo, apenas mascara um projeto de homogeneização ideológica. Como nos adverte Kołakowski, “o pluralismo relativista é frequentemente o cavalo de Troia do totalitarismo cultural”⁵.

Em suma, o encobrimento do outro não é apenas um erro ético ou histórico: é um pecado contra o Logos, contra a ordem do real e da caridade. É uma forma de cegueira espiritual, que conduz ao desconcerto do mundo e ao colapso da cultura.

A única resposta verdadeira a esse processo é a descoberta do outro em Cristo — ou seja, enxergar o outro não como adversário ou estereótipo, mas como imagem e semelhança de Deus, passível de ser amado e redimido. Como afirma o Concílio Vaticano II:

“Na realidade, o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado. (...) Cristo, novo Adão, manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sublimidade da sua vocação”⁶.

Portanto, a tarefa que se coloca a quem deseja servir a Cristo é clara: desfazer o encobrimento, recusar as falsas tradições, romper com as comunidades imaginadas, e recuperar a realidade concreta, revelada e sofrida — especialmente a dor do outro, que nos remete à dor de Cristo. Só assim poderá cessar o desconcerto do mundo, e reinar a ordem da verdade, da liberdade e da comunhão.

Notas de rodapé

  1. DUSSEL, Enrique. 1492: o Encobrimento do Outro. Rumo a uma origem do mito da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993.

  2. CORÇÃO, Gustavo. O Desconcerto do Mundo. Rio de Janeiro: Agir, 1971, p. 211.

  3. KOŁAKOWSKI, Leszek. O Horror Metafísico. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

  4. HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997; ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

  5. KOŁAKOWSKI, Leszek. O Horror Metafísico, op. cit.

  6. CONCÍLIO VATICANO II. Gaudium et Spes, n. 22.

Referências bibliográficas

ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

CORÇÃO, Gustavo. A Descoberta do Outro. Rio de Janeiro: Agir, 1968.

CORÇÃO, Gustavo. O Desconcerto do Mundo. Rio de Janeiro: Agir, 1971.

DUSSEL, Enrique. 1492: o Encobrimento do Outro. Rumo a uma origem do mito da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

KOŁAKOWSKI, Leszek. O Horror Metafísico. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes. In: Documentos do Concílio Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2004.

Servir a Cristo em terras distantes: do horror metafísico ao encobrimento do outro nas tradições fabricadas

“A tradição que falsifica o passado destrói o futuro.”
Gustavo Corção, A Descoberta do Outro

“O encobrimento do outro é o mito fundacional da modernidade.”
Enrique Dussel, 1492: O Encobrimento do Outro

“Muitas das tradições que parecem ou são apresentadas como antigas são frequentemente bastante recentes em sua origem e, às vezes, inventadas.”
Eric Hobsbawm, A Invenção das Tradições

Introdução

Servir a Cristo em terras distantes, como foi vislumbrado no Milagre de Ourique¹, é descobrir o outro na verdade — não manipulá-lo para finalidades ideológicas. A missão cristã não se funda em uma política de identidade ou em um projeto histórico-ficcional, mas na obediência ao Todo que vem de Deus. A crise moderna, no entanto, transforma essa vocação em sua negação: ela promove o encobrimento do outro, sustentado por comunidades imaginadas, tradições inventadas e o horror metafísico à verdade transcendental.

A fusão entre os diagnósticos de Enrique Dussel, Benedict Anderson, Eric Hobsbawm, Leszek Kołakowski e Gustavo Corção nos permite compreender a profundidade do fenômeno. O Brasil — mais do que outros países latino-americanos — tornou-se laboratório desse encobrimento, onde mitos modernos substituem a história verdadeira e onde a evangelização é substituída pela ideologização.

Este artigo examina, portanto, a articulação entre o encobrimento do outro, a fabricação de comunidades e a invenção de tradições, como expressão última do horror metafísico moderno à realidade e à missão cristã.

1. A missão como descoberta do outro

Gustavo Corção denuncia, em A Descoberta do Outro, o fechamento do homem moderno em si mesmo, como causa da solidão e da ideologia. Descobrir o outro é aceitar que a verdade está fora de nós, que há uma ordem no ser que nos precede e a qual devemos obedecer. Isso é o oposto do que faz a mentalidade moderna, que instrumentaliza o outro para validar o eu:

“O próximo não é aquele que eu invento, mas aquele que Deus me revela. E só quem é revelado pode ser amado de verdade.” (CORÇÃO, 1965, p. 35).

A missão cristã, especialmente em terras distantes, realiza essa descoberta. Não é conquista, mas revelação. Não é colonização cultural, mas participação no Todo.

2. O Encobrimento do Outro e a Ideologia do Mesmo

Para Enrique Dussel, a modernidade não começou com Descartes, mas com Colombo: foi em 1492 que a Europa, ao encontrar o outro, recusou reconhecê-lo como sujeito, optando por reconfigurá-lo como objeto de dominação:

“O indígena é calado, empurrado para o silêncio. Sua presença é reconfigurada como ausência.” (DUSSEL, 1992, p. 44).

Esse processo não é apenas político. É ontológico: trata-se de um projeto de apagamento da alteridade, sustentado por uma negação da verdade como transcendência. Dizer que o Brasil “colonizou Portugal” — como aparece em alguns discursos acadêmicos atuais — é efeito desse encobrimento, que inverte o eixo da história em nome de mitos revolucionários.

3. Horror Metafísico: O Solo Espiritual do Encobrimento

Leszek Kołakowski, em Horror Metafísico, alerta para o desespero moderno diante da ordem metafísica. Recusar a verdade como transcendência implica eliminar toda alteridade real. O outro só é tolerável se for funcional — e, se possível, fabricado. O encobrimento é, pois, a aplicação cultural desse horror espiritual:

“O homem moderno considera a dependência em relação ao ser como servidão, e não como verdade.” (KOŁAKOWSKI, 2004, p. 17).

A comunidade cristã, que nasce da comunhão no Logos, é substituída por comunidades ideológicas que compartilham narrativas — não verdades. A verdade é sacrificada em nome da conveniência.

4. Comunidades Imaginadas e Tradições Inventadas

A construção moderna de nações se dá, como mostrou Benedict Anderson, pela formação de comunidades imaginadas: realidades simbólicas, fundadas em mitos comuns, e não em vínculos reais de comunhão. Eric Hobsbawm, por sua vez, mostra como esses mitos são reforçados por tradições inventadas:

“A invenção de tradições é um processo central na consolidação dos Estados-nação modernos.” (HOBSBAWM, 1984, p. 7).

No Brasil, essa fabricação toma contornos grotescos, como os “quilombos contemporâneos”, sustentados por narrativas étnico-ideológicas, muitas vezes sem correspondência histórica.² É um tipo de engenharia social que se alimenta do encobrimento e da mentira, e que visa instalar uma nova ordem moral e cultural a partir da ruptura com a tradição verdadeira.

5. A Nova Ordem Mundial e o Aggiornamento como Instrumentos do Encobrimento

O aggiornamento, entendido como abertura ao “espírito do tempo”, torna-se perigoso quando se separa do Espírito de Cristo. A adaptação à Nova Ordem Mundial — que reconfigura a missão em nome da tolerância — termina por encobrir o Cristo e desfigurar a própria Igreja.

Em vez de revelar o outro à luz da verdade, fabricam-se novas tradições que o mantêm na obscuridade. Essa operação cultural resulta em senzalas ideológicas e identidades enlatadas — projetos de “salvação” que substituem a verdadeira Redenção.

Conclusão

Servir a Cristo em terras distantes é tarefa de amor e de verdade. Não há como amar o outro sem revelá-lo. Não há como revelá-lo sem reconhecer a verdade que nos ultrapassa. O horror metafísico moderno, ao negar essa verdade, fabrica tradições, comunidades e histórias falsas que encobrem — em vez de descobrir — o outro.

Restaurar a missão cristã é restaurar a coragem metafísica, é redescobrir o outro como mistério e dom, não como alvo de engenharia social. Só assim haverá verdadeira comunhão e verdadeira liberdade.

Notas de rodapé

  1. O Milagre de Ourique (1139) marca simbolicamente a origem espiritual de Portugal como nação consagrada a Cristo Rei, e funda a missão ultramarina como extensão da fé e da cultura cristã.

  2. Conforme apontado por estudiosos como José Carlos Reis e Ricardo Vélez Rodríguez, grande parte das "comunidades quilombolas" reconhecidas oficialmente não possuem comprovação histórica de origem escrava, sendo muitas vezes produto de ativismo político.

Referências:

ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas: Reflexões sobre a Origem e a Difusão do Nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

CORÇÃO, Gustavo. A Descoberta do Outro. Rio de Janeiro: Agir, 1965.

DUSSEL, Enrique. 1492: O Encobrimento do Outro – A Origem do Mito da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1992.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

KOŁAKOWSKI, Leszek. Horror Metafísico. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

SILVA, Marina. Confusão e Ordem: Políticas Identitárias no Brasil Contemporâneo. Salvador: Editora Bahiana, 2020.

REIS, José Carlos. A Invenção do Brasil Moderno: Identidade Nacional e Ideal Civilizacional. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

Conservadorismo e Conservantismo: entre a verdade e a prisão ideológica

Introdução

No debate contemporâneo sobre fé, política e cultura, torna-se necessário distinguir com rigor dois conceitos que muitas vezes são confundidos: o conservadorismo e o conservantismo. Essa distinção é essencial para compreendermos os riscos da prisão ideológica e os desafios da fidelidade à verdade cristã. Ao separar essas categorias, evidencia-se o papel do sentido na sustentação da fé e da liberdade espiritual.

Conservadorismo: A Preservação da Verdade e do Sofrimento Redentor

O conservadorismo, entendido em seu sentido mais profundo, pode ser definido como a prática de preservar aquilo que é eterno e sagrado — especialmente a verdade revelada em Cristo e o significado do Seu sofrimento redentor. Conforme aponta Alasdair MacIntyre, o conservadorismo genuíno implica uma fidelidade às tradições morais que fundamentam a vida comunitária e espiritual (MACINTYRE, 1981). Essa postura não rejeita a inovação por mera resistência, mas resiste ao que corrompe a verdade.

A dor de Cristo, enquanto mistério redentor, é um elemento central que o conservadorismo busca manter vivo. Essa dor representa não apenas sofrimento, mas a possibilidade da salvação e da transformação. A fidelidade a essa verdade conecta o indivíduo à Jerusalém Celeste — símbolo da comunhão eterna e da realeza divina.

Conservantismo: A Escravidão do Conveniente e A Senzala Ideológica

Por outro lado, o conservantismo (neologismo aqui proposto para diferenciar a postura) caracteriza-se pelo apego ao que é conveniente, pragmático e dissociado da verdade. É uma forma de resistência que visa manter privilégios, sistemas ou ilusões confortáveis, mesmo que para isso se renuncie à realidade objetiva. Essa postura, conforme analisado por Viktor Frankl, resulta em uma fé metastática — uma fé sem sentido, que não suporta o vazio existencial (FRANKL, 2006).

O conservantismo é, portanto, a base da chamada "senzala ideológica", uma metáfora que indica o aprisionamento psicológico e cultural que impede o avanço da consciência e da liberdade genuína. Tal fenômeno manifesta-se na persistência de sistemas e ideias que, apesar de ultrapassados ou falsos, continuam a dominar o imaginário coletivo por razões convenientes e interesseiras.

O Significado do Sentido na Fé Cristã

A importância do sentido é amplamente discutida por Frankl, que argumenta que a busca por sentido é o principal motivador da existência humana (FRANKL, 2006, p. 106-107). Quando a fé perde seu fundamento no sentido verdadeiro — no caso, a realeza eterna de Cristo — ela se torna frágil, sujeita a rupturas e à decadência espiritual.

A distinção entre conservadorismo e conservantismo é, portanto, uma distinção entre a busca do sentido genuíno e a manutenção da ilusão conveniente. Essa escolha define o rumo da experiência humana, entre a liberdade autêntica e a escravidão psicológica.

Conclusão

A reflexão sobre conservadorismo e conservantismo revela que a fidelidade à verdade não pode ser confundida com apego ao conveniente. O cristão é convocado a preservar a memória e o significado do sofrimento redentor de Cristo, fundando sua fé no sentido eterno e na realeza divina.

Rejeitar o conservantismo é romper com a senzala ideológica e assumir a cruz, com coragem e esperança. Assim, torna-se possível construir a Jerusalém Celeste, não apenas como promessa futura, mas como realidade presente na vida e na cultura.

Bibliografia

FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

MACINTYRE, Alasdair. After Virtue: A Study in Moral Theory. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1981.

Notas de rodapé

  1. MacIntyre destaca a importância da tradição moral para a prática conservadora, afirmando que ela sustenta as virtudes necessárias para a vida comunitária e o florescimento humano (MACINTYRE, 1981, p. 187).

  2. Frankl enfatiza que a ausência de sentido é a principal causa do sofrimento psicológico, o que reforça a necessidade de uma fé fundamentada na verdade e no propósito divino (FRANKL, 2006, p. 112).

  3. A metáfora da “senzala ideológica” expressa a escravidão psicológica que impede a superação dos velhos paradigmas e a liberdade espiritual autêntica.

Santificação através do trabalho e amizade como base da Ordem Política em Cristo

Introdução

Entre os muitos temas centrais da tradição cristã que atravessam séculos de pensamento, dois emergem com clareza especial no tempo presente: a santificação através do trabalho e a amizade como base legítima da ordem política. Essa união de elementos não é uma construção teórica arbitrária, mas o reflexo da própria vida de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que trabalhou com as mãos e entregou a vida pelos seus amigos.

Essa reflexão, presente na obra de São Tomás de Aquino, nos ensinamentos de São Josemaría Escrivá, nos escritos modernos de São João Paulo II e, de modo incisivo, nas falas do professor Olavo de Carvalho, lança luz sobre o modo como podemos, aqui e agora, viver com dignidade, formar uma sociedade justa e buscar a amizade eterna com Deus.

O trabalho como meio de santificação

Desde a queda original, o trabalho se tornou penoso, mas não perdeu seu caráter redentor. O homem, chamado a colaborar com Deus na ordem da criação, realiza no trabalho não apenas uma necessidade prática, mas um dever moral e espiritual.

São Josemaría Escrivá expressa com clareza:

"Santifica o teu trabalho. Santifica-te no teu trabalho. Santifica os outros com o teu trabalho."¹

O trabalho bem feito, com amor e consciência, é uma oração oferecida ao Criador. Ao trabalhar, o homem vence a preguiça, disciplina as paixões e cresce em virtude. A pobreza, longe de ser um obstáculo à dignidade, pode se tornar o altar no qual a alma se oferece a Deus, com generosidade e perseverança.

Como ensinava São João Paulo II:

"O trabalho é uma participação na obra do próprio Cristo."²

A amizade como base da ordem política

A tradição clássica, especialmente Aristóteles, reconheceu que a verdadeira vida política exige mais do que justiça legal: exige amizade. A Ética a Nicômaco afirma:

"A amizade é o vínculo das cidades."³

No entanto, é Cristo quem eleva essa amizade ao grau supremo:

"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei."⁴

Santo Agostinho, ao comparar a Cidade de Deus com a cidade terrena, nos mostra que a verdadeira comunidade se edifica sobre o amor a Deus, enquanto a falsa sociedade se baseia no amor desordenado de si mesmo. Para ele, a Cidade de Deus é composta por aqueles que vivem segundo Deus, amando a Ele até o desprezo de si, enquanto a cidade dos homens é composta por aqueles que vivem segundo si mesmos, amando a si até o desprezo de Deus:

"Dois amores fundaram duas cidades: o amor de si até ao desprezo de Deus, a cidade terrena; o amor de Deus até ao desprezo de si, a Cidade de Deus."⁵

A ordem política cristã deve, portanto, fundamentar-se numa caridade objetiva, que une os homens por aquilo que Deus ama e rejeita. Josiah Royce, filósofo americano citado por Olavo de Carvalho, fala da lealdade como fundamento da comunidade. Lealdade essa que, para ser plena, deve ter como objeto o próprio Cristo, Logos e Amor encarnado.⁶

O vínculo entre trabalho e amizade

O trabalho, feito com consciência e espírito de serviço, não é apenas santificador, mas também político no sentido mais alto: ele constrói a confiança entre os membros da comunidade. Como disse Olavo de Carvalho:

"Se você não trabalhar, alguém terá que trabalhar por você."⁷

Essa frase, aparentemente simples, revela uma verdade profunda: o trabalho é uma dívida de justiça e também um ato de caridade. Numa sociedade cristã, servir é reinar. Se todos servem com fidelidade, todos são sustentados nos tempos de crise. O trabalho digno gera vínculos de solidariedade real, que dispensam o apelo revolucionário e ideológico por redistribuições forçadas e impessoais.

Como ensinava São Josemaría:

"O trabalho, qualquer trabalho honesto, tem de ser oferecido a Deus, realizado com perfeição humana, com empenho e com amor — porque foi feito para Deus."⁸

Cristo como modelo de trabalhador e amigo

Nosso Senhor Jesus Cristo trabalhou com as mãos como carpinteiro, ensinou com os pés na poeira da Galileia e entregou-se na cruz como verdadeiro amigo:

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos."⁹

Cristo é o arquétipo da união entre labor e caridade, entre ação e contemplação. Trabalhar em Cristo é já participar de Sua amizade. E viver segundo o Seu mandamento de amor é já antecipar a ordem da eternidade.

Conclusão

Uma sociedade verdadeiramente cristã se reconhece por estes dois sinais: o trabalho é um ato de amor e a política é a organização racional da amizade. Quando os homens trabalham como quem serve a Cristo nos outros, e se tratam como membros de um mesmo Corpo místico, a justiça deixa de ser uma abstração e se encarna nas relações concretas.

Santificar-se no trabalho e fundar a ordem política na amizade cristã é tornar-se digno da amizade de Cristo por toda a eternidade. E isso, sim, é liberdade verdadeira.

Notas

  1. ESCRIVÁ, Josemaría. Caminho. 18. ed. São Paulo: Quadrante, 2004, p. 477.

  2. JOÃO PAULO II. Laborem Exercens: Carta Encíclica sobre o trabalho humano. São Paulo: Paulinas, 1981, §26.

  3. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Mário da Gama Kury. 2. ed. Brasília: Editora UnB, 2009, p. 196.

  4. BÍBLIA. Bíblia Sagrada. Tradução da CNBB. São Paulo: Paulus, 2001. João 15,12.

  5. AGOSTINHO, Santo. A cidade de Deus. Tradução de Antônio de Castro Rocha. São Paulo: Paulus, 1999, Livro XIV, cap. 28.

  6. ROYCE, Josiah. The Philosophy of Loyalty. Nashville: Vanderbilt University Press, 1995.

  7. CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 33.

  8. ESCRIVÁ, Josemaría. Amigos de Deus. 4. ed. São Paulo: Quadrante, 2004, p. 177.

  9. BÍBLIA. Bíblia Sagrada. Tradução da CNBB. São Paulo: Paulus, 2001. João 15,13.

Referências (ABNT)

AGOSTINHO, Santo. A cidade de Deus. Tradução de Antônio de Castro Rocha. São Paulo: Paulus, 1999.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Mário da Gama Kury. 2. ed. Brasília: Editora UnB, 2009.

BÍBLIA. Bíblia Sagrada. Tradução da CNBB. São Paulo: Paulus, 2001.

CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2022.

ESCRIVÁ, Josemaría. Caminho. 18. ed. São Paulo: Quadrante, 2004.

ESCRIVÁ, Josemaría. Amigos de Deus. 4. ed. São Paulo: Quadrante, 2004.

JOÃO PAULO II. Laborem Exercens: Carta Encíclica sobre o trabalho humano. São Paulo: Paulinas, 1981.

ROYCE, Josiah. The Philosophy of Loyalty. Nashville: Vanderbilt University Press, 1995.

terça-feira, 10 de junho de 2025

Chrześcijański pracodawca a zwolnienie dyscyplinarne w świetle prawa naturalnego Wprowadzenie

W czasach upadku moralnego, niestabilności prawnej i rozkładu instytucjonalnego, wykonywanie władzy w sferze przedsiębiorczości staje się polem duchowej walki. Wbrew powszechnej opinii, działalność gospodarcza nie jest neutralna. Sposób, w jaki zatrudnia się, koryguje, awansuje lub zwalnia pracownika, nieuchronnie ujawnia koncepcję sprawiedliwości, która kieruje pracodawcą. Niniejszy artykuł ma na celu potwierdzenie prawa — a nawet obowiązku — działania zgodnie z prawem naturalnym, nawet jeśli normy prawa cywilnego lub sama konstytucja tego zakazują.

1. Pracownik i biblijna wola godnej pracy

Pismo Święte, Tradycja i Magisterium Kościoła uznają uświęcającą wartość pracy. Zgodnie z encykliką Laborem Exercens św. Jana Pawła II, praca ludzka jest „kluczem podstawowym całej kwestii społecznej” i powinna być wykonywana z godnością, ponieważ poprzez pracę człowiek uczestniczy w dziele stwórczym Boga[1].

Pracownik powinien być zatem oceniany według swojej gorliwości, wierności, staranności i rzeczywistego wysiłku w dążeniu do dobra wspólnego. Niedbalstwo, złe zachowanie, uporczywe lekceważenie lub pogarda wobec własnego zawodu zrywają więź zaufania między pracodawcą a pracownikiem. Zwolnienie dyscyplinarne w takich przypadkach nie jest tylko prawem — to obowiązek moralny, by zło się nie utrwaliło.

2. Szacunek dla należytego procesu prawnego bez utraty autorytetu

Chrześcijański pracodawca nie jest tyranem. Wie, że upomnienie musi być poprzedzone roztropnością. W przypadku niewłaściwego zachowania wysłucha pracownika, da mu możliwość wyjaśnień, ostrzeże, jeśli zajdzie taka potrzeba. Ale jeśli pracownik zostanie rzeczywiście skazany za przestępstwo lub okaże się moralnie niegodny zajmowanego stanowiska, należy go zwolnić z zachowaniem czystego sumienia.

3. Między zyskiem a lojalnością: ponowne zatrudnienie sprawiedliwych

Gdy kryzys zmusza do redukcji etatów, dobry pracodawca cierpi. Nigdy jednak nie zapomina tych, którzy, mimo zwolnienia, pozostali lojalni, godni i uczciwi. To ich ponownie zatrudni, gdy przyjdzie czas obfitości. W Królestwie Bożym wierność jest ważniejszym kryterium niż kompetencja. To kryterium wykracza poza logikę biznesu i sięga modelu Dobrego Pasterza, który nie opuszcza swoich owiec[2].

4. Prawda jako granica wolności słowa: antykatolicyzm jako powód zwolnienia dyscyplinarnego złego pracownika

Chrześcijański pracodawca powinien bronić wolności sumienia — ale nigdy nie może akceptować antykatolickiej działalności w swojej firmie. Gdy pracownik okazuje się systematycznie wrogi wobec wiary, promuje wartości antychrześcijańskie lub relatywizuje dobro, przestaje być jedynie wolnym obywatelem: staje się czynnikiem wewnętrznej destrukcji.

Wolność takiego pracownika kończy się tam, gdzie zaczyna się naturalne prawo pracodawcy do utrzymania środowiska ukierunkowanego na dobro, prawdę i sprawiedliwość. Jak naucza św. Tomasz z Akwinu: „prawo ludzkie ma sens tylko wtedy, gdy jest zgodne z prawem naturalnym”[3]. Firma, która nazywa się katolicką, ale toleruje szyderstwo z wiary, jest chorym ciałem. Prawo naturalne wymaga zerwania.

5. Wyroki ludzkie nie przewyższają prawa Bożego

Może się zdarzyć, że chrześcijański pracodawca zostanie skazany przez jakiś sąd za wierność wierze. Ale wie: ubi lex non distinguit, nec nos distinguere debemus — jeśli konstytucja lub kodeks pracy sprzeciwiają się prawu naturalnemu, są błędne. Wyrok może zapaść, ale będzie niesprawiedliwy. A niesprawiedliwy wyrok, choć legalny, podlega rewizji — zarówno historycznej, jak i boskiej. Bo prawo ludzkie przemija, ale prawo Boże trwa na wieki[4].

Zakończenie

Chrześcijański pracodawca musi porzucić tchórzostwo. Nie jest tylko zarządcą zasobów: jest panem terytorium, opiekunem dusz, szafarzem Królestwa. Jego firma powinna być przedłużeniem jego domu, a jego dom — zgodny z Ewangelią. Zwolnienie leniwego, ponowne zatrudnienie wiernego i usunięcie bezbożnego to nie brak miłości — to wierność Królowi królów.

W czasach, gdy państwo zawodzi, sądownictwo się deprawuje, a przepisy zmieniają się zgodnie z ideologiczną modą, chrześcijaninowi pozostaje zatrudniać zgodnie z wiecznym osądem. Bo gdy Chrystus powróci, nie zapyta, ile procesów wygrałeś, ale ilu pracowników poprowadziłeś ku światłu.

Przypisy:

[1] JAN PAWEŁ II. Laborem Exercens. Watykan, 1981.
[2] Por. J 10,11: „Ja jestem dobrym pasterzem. Dobry pasterz oddaje życie za owce.”
[3] AKWINATA, Tomasz. Suma Teologiczna, I-II, q. 95, a. 2. Tłum. A. Corrêa. São Paulo: Loyola, 2001.
[4] Por. Mt 24,35: „Niebo i ziemia przeminą, ale moje słowa nie przeminą.”

Bibliografia:

AKWINATA, Tomasz. Suma Teologiczna. Część I-II, kwestia 95, artykuł 2. Tłum. A. Corrêa. São Paulo: Loyola, 2001.
BIBLIA. Polska. Pismo Święte Starego i Nowego Testamentu. Tłumaczenie: Konferencja Episkopatu Polski (Biblia Tysiąclecia).
JAN PAWEŁ II. Laborem Exercens. Watykan, 1981. Dostępne pod adresem: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_14091981_laborem-exercens.html. Dostęp: 10 czerwca 2025.