1) Liberais e anarco-capitalistas falam em privatizar praças.
2) Se eles não tivessem uma noção de mercado tão distorcida, fundada no conservantismo revolucionário deles, eles veriam que nossas próprias casas servem como praças, como lugares de encontro onde fazemos negócios com pessoas que prezamos muito ou que são muito influentes visando o bem comum da sociedade. E neste ponto, fazer negócios com alguém que aperfeiçoa a liberdade de muitos é ser anfitrião de algo que pode fazer com que o país seja tomado como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo por muitas gerações, enquanto projeto civilizacional.
3) Fazer da minha casa meu mercado moral, minha praça natural, é ser dono da minha praça no sentido natural do termo, sem querer me apropriar do bem comum, da coisa de todos enquanto coisa alheia, uma que vez que esse próximo está indeterminado, a ponto de ser algum Cristo necessitado que não conheço ou alguém que ainda não nasceu.
4) Enfim, esse negócio de apropriação da ágora, ainda que virtual, não passa de pura rapinagem, de licença de corso. E isso é a porta de entrada para o comunismo. E eles mesmos dizem que são a nova esquerda (no caso, os anarco-capitalistas).
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 24 de março de 2021 (data da postagem original).