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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Toda atividade organizada tem postos essenciais ao bom funcionamento dessa atividade e cada posto tem sua natureza e uma história, uma razão de ser

1.1) Quando se estabelece uma atividade econômica organizada, todos os postos criados de modo a fazer a empresa funcionar têm uma história.

1.2) Esses postos existem por conta de uma necessidade específica da empresa. Para se trabalhar num posto em especial, você precisa ter não só conhecimento técnico mas também ser uma pessoa confiável e útil para a empresa, para que essa organização seja tomada como uma extensão do lar por parte de quem trabalha nela, o que também prepara para a pátria definitiva a qual se dá no Céu.

2.1) Cada cargo anteriormente ocupado é uma preparação para um cargo superior.

2.2) Há os cargos no nível mais básico, desempenhados por gente que está aprendendo a trabalhar no ofício, já que estes desejam exercer sua vocação nessa área de atuação. Uma vez que essas pessoas estão preparadas para assumirem uma função mais especializada ou são capazes de exercerem uma atividade mais complexa, elas são promovidas e passam a ocupar um espaço na hierarquia superior imediata.

2.3.1) No começo, como são pessoas novas na função, ocupam o espaço de pessoas mais antigas, de modo a substituí-las em suas férias ou eventuais impedimentos.

2.3.2) Se elas se mostram tão confiáveis quanto seus antecessores, então os antecessores são convidados a assumirem outros cargos de hierarquia superior, visto que fizeram um bom trabalho e há sucessores para eles na função que antes desempenhavam. Alguns aceitam ser promovidos, mas outros, por humildade, preferem continuar na função que desempenham muito bem, visto que estão satisfeitos nessa função

2.3.3) Por força desses humildes, vagas são criadas de modo a acomodar mais gente na mesma função que o humilde, alargando ainda mais a força de trabalho desse departamento, já que este trabalho passou a ser mais essencial para a empresa, o que leva a aumentar a capacidade de produção da empresa, bem como o compromisso que o empresário terá com os trabalhadores dessa classe, de modo a pagar-lhes um salário melhor. Assim, o exemplo do humilde se distribui aos mais jovens na mesma função, sejam eles titulares ou suplentes.

3.1) Se isso ocorre num departamento, o mesmo ocorre nos demais, beneficiando a toda a corporação de ofício.

3.2) Algumas pessoas, por humildade e por senso de empreendedorismo, costumam manter laços com o antigo patrão e acabam criando filiais da empresa em outro lugar ou empresas afiliadas de modo a colaborarem com o antigo patrão em setores em que ele não consegue dar conta de suprir.

3.3.1) Assim, o distributivismo atinge o plano da desconcentração, pois várias pessoas jurídicas surgem por desdobramento da empresa principal.

3.3.2) Como essas empresas pertencem aos empregados do antigo chefe, então o antigo patrão acaba se tornando pai espiritual do empregados dos seus antigos empregados, a tal ponto que a empresa se torna uma espécie de família. 

3.3.3) Um bom patrão não demite bons empregados. Na verdade dá a eles liberdade para que possam criar uma empresa afiliada a essa de modo a complementar a atividade, uma vez que o patrão não pode dar conta de de tudo. E uma guilda se compõe de empresas associadas por gente do mesmo ramo ou de ramos conexos, por gente que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

Como as férias de um trabalhador favorecem a integração entre as pessoas, no âmbito da corporação de ofício?

1) O melhor operário da vinha do Senhor está cansado e precisando de um descanso. Se o espaço dele estiver vago, o trabalho salvífico não será bem feito na mesma qualidade e quantidade.

2) Quando este excelente operário recebe férias como prêmio por conta do seu esforço, uma segunda pessoa assume o seu lugar. E quando assume o seu lugar, ela procura honrar o trabalho do seu antecessor, enquanto este não volta do seu merecido descanso.

3.1) Quando um trabalhador entra de férias, a sua ausência é útil à comunidade dos que servem aos outros tendo por Cristo fundamento, no sentido de se tornarem servidores melhores.

3.2) Assim, se um bom trabalhador é sucedido por alguém tão bom quanto ele, isso cria uma solidariedade entre os companheiros, dado que o trabalho infungível torna-se fungível, já que os melhores em suas funções substituem-se uns aos outros, de modo que a produtividade não se reduza.

3.3.1) E neste ponto a competição se torna colaboração, uma vez que a natureza do trabalho organizado é gerar riquezas de modo a se constituir um bem comum, o que faz o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, o que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

3.3.2) É por força disso que os trabalhadores mais novos, os sucessores, recebem a mesma recompensa que é devida aos mais antigos, aos antecessores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018 (data da postagem original).

Não existe esse negócio de ser liberal na economia e ser conservador nos costumes, uma vez que não há divórcio entre a ação humana e a produção de riquezas de modo a se criar um bem comum que nos prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu

1) Algumas pessoas na internet dizem que são conservadoras nos costumes e liberais na economia.

2) Isso cria uma espécie de dualismo entre a vida prática e a vida espiritual, a ponto de se tornarem coisas incompatíveis. É como estivessem fazendo do seu papel social, da sua vocação, um papel teatral, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, ao fingirem ser o que não são. Nada mais hipócrita do que isso!

3.1) Ocorre que é preciso conservar a dor de Cristo para ser livre n'Ele, por Ele e para Ele.

3.2) A liberdade nos costumes se dá quando você serve ao seu irmão naquilo que este mais precisar - e é neste ponto que a graça é a maior do que a lei em todos os aspectos, desde os aspectos do ponto de vista da troca até os aspectos penais, onde as leis draconianas são atenuadas, uma vez que Cristo assumiu o papel de legislador.

3.3.1) Se a vida do católico se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus, então a vida prática e a vida espiritual precisam ser uma vida só - eis o fundamento da integridade, da sinceridade enquanto estar presente daquele que tudo sabe e vê: Deus. E o casamento de ambas se chama vocação, coisa que faz o trabalho santificador e nobre por excelência, já que o trabalho, enquanto caminho de vida escolhido, foi consagrado de modo a servir a Deus e ao próximo.

3.3.2) Quem vive em conformidade com o Todo que vem de Deus toma a obrigação para com Cristo fundamento, pois vê nisso um sentido de vida - e como isso se torna hábito, então isso prepara para a excelência, dado que este vê Cristo em tudo: seja no vizinho, seja nos parentes mais próximos, seja no consumidor necessitado de seus serviços.

3.3.3) E esse compromisso com a excelência se traduz em três cláusulas, em três ações práticas: dar, fazer e não fazer.

3.3.4) Quando essas três cláusulas são exercidas sistematicamente, torna-se distributivismo, uma vez que distribuir é dar sistematicamente aquilo que seu irmão tanto necessita, assim como fazer algo para alguém ou por alguém é doar-se sistematicamente, a ponto de ser uma distribuição também. E se você faz uma boa ação, então você é recompensado por isso, pois você gastou energia e tempo em prol daquela pessoa. E se a pessoa tem Deus no coração, então ela vai te recompensar por isso, pois quem trabalhou pelo próximo tem direito ao pão de cada dia.

3.3.5) A mesma coisa encontramos nas omissões úteis; se não faço algo por força de acordo com meu próximo, então isso é um incentivo que dou aos outros de modo a assumirem meu lugar, uma vez que o respeito é uma forma de distribuir meu consentimento para que os outros também possam fazer seu serviço. Assim, meu trabalho, por ser infungível, torna-se fungível, uma vez que o espaço que ocupo na vocação não dura para sempre. É neste ponto que a competição, fundada no amor de si, dá lugar à colaboração, onde meu exemplo é distribuído aos outros, seja pela minha ação ou pela omissão útil ao bem comum.

4.1) Se economia é organizar a casa de tal maneira a produzir riquezas, o que faz com que o país seja tomado como um lar em Cristo, então não existe esse negócio de os costumes estarem dissociados da ação humana fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Se conservo a dor de Cristo em meu coração, então minhas ações, voltadas para servir ao próximo, são feitas com base no princípio de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. É dessa forma que distribuo a verdadeira liberdade, fundada no Deus feito homem, que é a verdade em pessoa - e faço isso por meio do apostolado do meu trabalho, servindo à comunidade bens e serviços que nos apontam para se tomar o país como um lar em Cristo, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

4.3.1) Se busco liberdade fora dessa mesma verdade, então minhas ações não serão de serviço, mas de ganância, de desserviço fundado no amor de si até o desprezo de Deus. Servirei o pior serviço possível e pelo preço mais alto possível, a ponto de gerar conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, já que estou fazendo do conservantismo a nova ordem do dia.

4.3.2) Como vejo a riqueza com um ídolo, um sinal de salvação, então edifico liberdade para o nada, já que relativo tudo o que há de mais sagrado, quando ponho na praça pública produtos e serviços que atentam contra a moral e os bons costumes. E neste ponto a economia de mercado deixa de ser um encontro e se torna uma sujeição, a tal ponto que o Estado substitui a vontade das partes, regulando todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

Observações:

1) Eu tenho estudado muito o distributivismo tanto em Chesterton quanto em Belloc, como também tenho aprendido muita coisa na obra de São Josemaria Escrivá, em relação à santificação por meio do trabalho. Acredito que seja possível, sim, responder ao trabalho do Max Weber à altura, nesta direção.

2) As melhores respostas dar-se-ão no tempo de Deus: a eternidade. É por essa razão que não houve uma resposta à altura ao livro A Ética Protestante e ao Espírito do Capitalismo, lançado no início do século XX. O pensamento sociológico tende a ser justificador - por essa razão, a obra de Weber é um desafio, que deve ser respondido à altura. Um clássico precisa ser respondido com outro clássico, de modo que o debate se dê na eternidade.

3) Tenho trabalhado muito nesta direção. Espero fazer uma boa obra, neste sentido, criando as pontes necessárias que apontem as coisas à conformidade com o Todo que vem de Deus.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Digitalização artesanal de livros é como esculpir em Carrara

1) Apertar o botão da câmera de modo a tirar foto de cada página de livro por dia é como o martelo do escultor. Com a luz adequada, você vai dando a forma desejada ao projeto, de modo que este saia do modo mais perfeito possível.

2) O tripé serve como um cinzel, fazendo com que a fotografia saia do modo mais preciso possível, uma vez que fotografar a mão livre nem sempre sai com o resultado desejado.

3) Enfim, se digitalização por meio de fotografia é uma cópia, então a digitalização artesanal feita da melhor maneira possível é como se você estivesse esculpindo um livro em mármore de Carrara, de modo a ficar igual ao original, em sua versão física.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2018.

Se o eu é construtor de pontes, então um diálogo em grupo pode ser criado a partir de um sistema organizado de vários diálogos individuais, extraindo de cada indivíduo o que há de melhor em cada um, por meio do mais puro método socrático

1) Existem momentos em que escrevo uma nota de diário e encaminho para alguns de meus contatos mais importantes. Se disserem coisas pertinentes, eu acrescento isso à nota, seguida de uma resposta relativa a isso, criando uma espécie de diálogo.

2) Se consigo encontrar um ponto de contato entre esta conversa com outras que costumo ter com outros contatos que costumo ter paralelamente, aí eu crio uma ponte, adaptando o estilo e o conteúdo como se tivesse havido uma conversa em grupo envolvendo 3 ou 4 pessoas, quando na verdade houve 3 ou 4 conversas feitas a sós com cada um dos partícipes da conversa. Se tivesse feito isso pelo método coletivista, pelo método direto, o inesperado poderia acontecer, a ponto de uma opinião estúpida ser emitida a qualquer momento, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Se o eu é construtor de pontes, então é mais sensato que se faça uma conversa em grupo a partir da síntese sensata a partir de várias conversas pessoais, individuais. Pelo método filosófico, basta conduzir o diálogo até uma direção de tal maneira que uma conversa edificante seja construída.

4) Se o eu é um construtor de pontes, então o indivíduo guiado pelo Espírito Santo reúne em torno de si todas as informações de modo a processá-las num único sistema, de tal maneira que isso acabe edificando algo relevante, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Afinal, é pela coleta do que há de melhor de cada indivíduo que se prova o sabor das coisas, de modo que se conserve o que é conveniente e sensato, a ponto de se conservar a dor de Cristo sistematicamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2018.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Da democracia como governo totalitário

1) Tem gente que defende esse negócio chamado de "democracia integral". E essa gente fica tão apegada a isso, como se fosse a coisa mais bonita do mundo, sem saber que isso não passa de uma pura ilusão.

2.1) Ora, democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo. 
2.2) Se o povo é tomado como se fosse a voz de Deus, então o Estado, que administra a vontade do povo, está legitimado a falar em nome desse povo e a ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.1) O povo que se auto-organiza na forma de Estado tende a ser tomado como se fosse um povo eleito, enquanto os que são incapazes de se governarem a si mesmos são os condenados - a mesma lógica usada por Juan Ginés de Sepúlveda, ao apontar que os indígenas eram incapazes de se governarem a si mesmos por força de serem selvagens, em debate que teve com São Bartolomé de las Casas, diante da corte de Carlos V, em Cádiz.

3.2) Dentro desta lógica, os democratas cristãos seguem a lógica totalitária do governo de Calvino, que dividiu o mundo entre eleitos e condenados, coisa que caracteriza a heresia protestante. É por força desse princípio que se confirma a tese de Lutero de que o povo deve seguir a religião de seu príncipe (um príncipe, uma só religião).

4.1) Não é à toa que se trata de um conceito pervertido de democracia.

4.2) Pelo que o professor Olavo aponta, os primeiros teóricos da democracia viam o governo popular como uma forma de equilíbrio que era feito de modo que nenhum homem tivesse poder sobre outro homem, tal como houve na Roma Antiga. E para que isso acontecesse, esse poder foi institucionalizado em três poderes harmônicos e independentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Isso sem mencionar que a autoridade dos governantes decorre do consentimento dos governados, tal como apontado no item 2.2.

4.3) Todas essas observações decorreram de estudos do mundo antigo, tal como aconteceu com Maquiavel, jamais da teoria do direito divino dos reis. Enfim, tinham um certo cunho neopaganista e descristianizante. Como o Estado Romano era totalitário, então essa retomada do paganismo clássico foi um resgate do Estado totalitário.

5) Não é à toa que a teoria de Locke serviu de base para o governo maçônico na América, que se tornou um exemplo de civilização fundada no amor de si até o desprezo de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018.

Notas sobre as funções da linguagem na política

Sócrates dizia que a palavra era um fármaco. Ela podia ser usada como um remédio, como um cosmético ou como um veneno.

1) Quando ela é usada como um remédio, serve para descrever um fato tal como ele realmente é (isso está presente na literatura médico-legista). E em literatura, a crítica literária costuma servir como um remédio, promovendo a literatura sadia e denunciando o que é feito de modo pernóstico e vulgar, por ser insincero, postiço, forçado. Como diz André Gide, é com bons sentimentos e boas intenções que se faz má literatura.

2) A palavra também é usada como um remédio quando ela serve para orientar a própria posição do falante / escrevente diante das próprias circunstâncias em que se dá a vivência, favorecendo que estas sejam melhor absorvidas de modo que o mesmo possa servir aos outros, ao estimulá-los a amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento (tal como vemos nas confissões de Santo Agostinho, uma vez que dialogamos com um ouvinte onisciente, que nos diz o que deve ser feito - e isso é o preparatório para uma boa confissão).

3.1) Quando usada como um cosmético, visa estabelecer um posicionamento ideal, tal como estamos a ver na alegação de que o Estado soviético é um Estado proletário enquanto os Estados decorrentes da Revolução Francesa não passam de Estados burgueses.

3.2) Trata-se de um símbolo autoexplicativo, justificador - não serve para explicar uma realidade, mas serve para orientar a posição dos teóricos do Estado tomado como se fosse religião, criando um obstáculo epistemológico à prestação do serviço de dizer o direito com justiça, uma vez estes símbolos autoexplicativos causam uma falsa transparência no sistema jurídico, ao produzir um falsa independência da ciência jurídica em relação a moral, uma vez que o idealismo jurídico pautado no Estado como a mais alta das realizações humanas, cujos fins - aos serem voltados neles mesmos - tendem a servir liberdade com fins vazios, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo Jesus.

3.3) Esse símbolo autoexplicativo serve como uma peça publicitária, como também serve para criar uma peça de camuflagem, criando um estado de dominação feito de tal modo a enganar os que estão sujeitos à autoridade dessa ordem totalitária, dado que tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. E neste ponto, todo e qualquer discurso revolucionário atuará como um veneno, pois estará a matar a alma das pessoas de modo que abandonem a santa religião verdadeira e abracem essa segunda religião, que tem a pretensão de substituir e destruir a primeira e derradeira, fundada na conformidade com o todo que vem de Deus

3.3.1) Os discursos políticos do Partido Brasileiro estão pautados na ostentação de uma vaidade: a independência do Brasil, conservada conveniente e dissociada da verdade, tal como se deu em Ourique, o nosso verdadeiro mito fundacional. Não é à toa que essa vaidade é necessariamente alimentada com discursos estatizantes e centralistas, o que é essencialmente megalômano.

3.3.2) O discurso conservantista do Partido Brasileiro é tipicamente um discurso de quinta categoria. Trata-se de um discurso hipócrita, vazio; não descreve fatos, não delimita um discurso ideal do Estado Brasileiro, não tem função conativa - a ponto de criar uma nacionalidade, uma cultura de solidariedade, de fraternidade -, muito menos é um apontamento que visa a orientar a própria posição dos falantes / escreventes, tal como vemos no diário, na autobiografia ou no confessionário. O discurso político do Partido Brasileiro é só fingimento, dado que o povo, para eles, é quem vive na conformidade com o todo que vem desses falsos símbolos nacionais, que levam ao nada, por terem sido inventados.

3.3.3) A razão da existência do Partido Brasileiro - resumido na fórmula popular de que "o meu partido é o Brasil" - está na falsa alegação de que o mesmo foi colônia de Portugal, o que justifica esse ato de apatria chamado pela historiografia nacional de "independência", negando as razões pelas quais houve o povoamento do Brasil, por força do que houve em Ourique. Isso é um prato cheio para a renovação de todas as mentiras criadas pela maçonaria, que no ano passado completou 300 anos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018.