O Patriarca Pierbattista Pizzaballa há muito tempo é apontado como um dos principais papáveis. Fontes de Roma dizem que isso não é boato.
Todos querem conversar com Pizzaballa — tanto os progressistas mais radicais da região do Reno e do Mosela quanto os conservadores. Os progressistas, no entanto, têm certa dificuldade, pois Pizzaballa não é adepto do modernismo desenfreado.
Apresento aqui uma breve apresentação desse interessante cardeal.
O Patriarca de Jerusalém, Pizzaballa, tem 63 anos. Sua idade é um de seus pontos fortes: é madura, próxima dos 70 anos - isto não impede que os cardeais apostem nele. Observe também que Jorge Mario Bergoglio e os maiores promotores da ideologia de gênero falam bem de Pizzaballa!
Então, o que faz com que Pizzaballa se destaque aos olhos de quem escolhe os cardeais?
Em primeiro lugar: ele é italiano — e no círculo de Francisco, há certo lamento pelo fato de os últimos papas não serem mais previsíveis, ligados à cúria romana, como se via antes. Basta ver exemplos como os cardeais O'Malley e Tagle, ambos franciscanos. Há muitos assim, especialmente nos Estados Unidos.
O Patriarca de Jerusalém é franciscano. Isso causa boa impressão no Papa, que gosta de religiosos. Pizzaballa também não é tradicionalista.
Ainda assim, por muitos anos foi visto como um candidato favorito entre os modernistas. Sua formação bíblica goza de boa reputação — em tempos de teologia pós-moderna, ela é considerada algo mais estável, menos dependente de tendências filosóficas efêmeras.
Além disso, Pizzaballa está há muitos anos ligado à Terra Santa. Em 2004, foi nomeado por Francisco como Patriarca Latino de Jerusalém. Vive lá há décadas e é bem conhecido pelos franciscanos. Ele simplesmente é uma figura muito presente e ativa naquela região há muitos anos.
Por que esses elementos "moderados" são tão importantes?
Vamos imaginar: Moderado. Simpático. Italiano. Franciscano. Grande conhecedor da Biblia. Grande conhecedor da terra do próprio Cristo.
O Papa quer contar uma história eclesial? Claro que sim, especialmente em tempos de crise. O Vaticano precisa de símbolos fortes — mas permanentes. O problema de Francisco é sua afinidade especial com a política externa da Santa Sé, como em Damasco. Pizzaballa poderia hoje oferecer à Igreja uma grande oportunidade: não apenas como um papa transitório, mas como um verdadeiro sucessor de Bento XVI.
Além disso — a paz. Por estar em missão na Terra Santa, Pizzaballa é, há muito tempo, um especialista em diálogo inter-religioso. Esse é mais um ponto forte, poia isto aumenta suas chances junto aos cardeais da Ásia e do Oriente Médio. Pizzaballa pode ser o compromisso ideal entre progressistas e conservadores — uma escolha tranquila que não incomoda nenhum dos lados.
E é exatamente esse tipo de pessoa que vence hoje em dia.
Mas será que Pizzaballa levaria adiante questões doutrinárias cruciais?
Do ponto de vista do Papa, isso é indiferente, pois ele não será um rebelde. Terá poucos críticos entre os progressistas, mas os conservadores também não ficarão empolgados com ele. E é justamente essa a sua força: Pizzaballa pode ser um papa aceitável para todos, mas que, ao mesmo tempo, transmite uma mensagem teológica clara — mesmo que essa mensagem não seja modernista.
Além disso, Pizzaballa tem conexões muito fortes com os ambientes liberais, tanto em Israel quanto na Palestina. Isso é um grande diferencial hoje em dia: ele representa uma normalidade ampla, sem os fardos emocionais ou dogmáticos desnecessários.
Pizzaballa não quer mudanças. Mas também não quer uma restauração.
Ele e considerado um homem sensato. Nunca foi modernista, mas também nunca combateu diretamente o modernismo. Pizzaballa é alguém que não implantará o modernismo, mas mesmo que o aceite — isso não ficará evidente. Para muitas pessoas hoje, essa é uma visão melhor do que a revolução.
Pizzaballa é jesuíta apenas em espírito. Mas não formalmente. E todos sabem: os jesuítas voltarão ao papado. Ainda mais porque, ao lado de Pizzaballa, são mencionados dois outros candidatos.
Por isso, pretendo apresentar hoje uma análise das principais candidaturas conservadoras — antes que se encontrem no conclave, já estarão dialogando com os progressistas. Porque hoje, este já é mais apenas o velho conflito entre Reinhard Marx e Jean-Claude Hollerich
Paweł Chmielewski
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