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sábado, 21 de agosto de 2021

Da necessidade de combinar List com as idéias distributivistas de Chesterton e Belloc

1) Todo mercado se funda no encontro, nunca na sujeição. 

2) O começo, tal como a origem da vida, se dá na troca de idéias - se essa troca for produtiva, a tendência é a que a relação social fundada no intercâmbio de boas idéias se torne mais permanente, já que a cooperação entre A e B se torna vital para a produção de tal riqueza essencial não só para ambos, mas para toda a sociedade que depende dessa interação social constante.

2.1) Como disse List em seu Sistema Nacional de Economia Política, a capacidade de produzir riquezas é mais essencial do que as riquezas em si. 

2.2) Como a fonte da verdadeira riqueza é a verdade, que é o fundamento da liberdade, então toda atividade econômica deve ser necessariamente uma atividade salvífica, um caminho para não só uma pessoa mas também muitas possam se santificar através do trabalho, de modo que muitos possam colher o que produzem e assim se tornarem proprietárias, a ponto de também terem poder de usar, de gozar e de dispor dos bens da vida de modo a poderem colaborar para o bem comum da sociedade como cidadãos livres. 

3) Para uma nação ser tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, é importante que isso seja uma lição importante para as pessoas, tal como o ar que se respira. As lições do protecionismo educador de List devem ser conjugadas com o distributivismo de Chesteton e Belloc.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Do blog como um banco de idéias - notas fundadas na minha experiência pessoal

1) Meu blog se tornou mais do que um lugar onde salvo minhas postagens de modo a serem mais facilmente recuperáveis, já que no facebook não há um mecanismo de pesquisa. Ele se tonou um poderoso banco de idéias, cujas sementes do verbo ficam lá estocadas de modo a serem consultadas e servirem de partida para novas idéias ao longo do tempo.

2.1) O banco de idéias é fruto do meu trabalho acumulado como escritor que não foi ainda sistematizado na forma de livros, uma vez que os tempos para publicar livros andam muito complicados. 

2.2) As idéias acumuladas e contidas neste precioso estoque já se provaram fonte de construção de importantes lealdades, uma vez que os tomadores dessas idéias, meus alunos, se sentem endividados e acabam me pagando este serviço que prestei de alguma forma, nem que seja com livros ou com doações em dinheiro. 

2.3) Isto é a prova cabal de que os princípios da economia bancária não se restringem apenas às finanças mas também a outras áreas de conhecimento de modo a criar lealdades entre as pessoas. Se os tomadores do empréstimo vêem Cristo em mim, então eles se submetem a ponto de serem leais a mim, já que imitei o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem neste aspecto, uma vez que a verdade foi o fundamento da liberdade nesta relação econômica voltada para a salvação de muitos, ainda que pela via do conhecimento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Notas sobre a relação entre o sentido do tempo e o sentido da palavra revolução

1) Quando o idealismo alemão, de Kant e Hegel, esteve em seu auge, os filósofos daquele tempo tiveram a audácia de dizer que, fora o grego, o alemão era a língua da filosofia por excelência e que o conhecimento de nenhuma outra língua seria útil o bastante para se fazer uma boa filosofia. Quanta arrogância!

2.1) Não é toa que foi na Alemanha que a palavra revolução sempre teve relação com ruptura violenta, com derramamento de sangue, pois todo ato político violento é motivado por um ato inspirado em Chronos, esse demônio que age pela gula a ponto de consumir tudo o que é material, a ponto de corroer tudo que há de mais sagrado. 

2.2) Por isso, o sentido germânico da palavra revolução sempre está vinculado ao aspecto cronológico do tempo, a ponto de gerar um senso de materialismo histórico. A dialética, outra marca do idealismo alemão, ela cria o relativismo moral, já que é filha do liberalismo, onde o homem, inspirado em Lúcifer, não serve a Deus. Não é à toa que a expressão time is money é a que personifica esse horror metafísico do nosso tempo, a ponto de abrir os caminhos para o comunismo.

3.1) Em contraponto a Chronos, nós temos o tempo como a plenitude de todas as coisas, onde cada época das nossas vidas e das gerações humanas é marcada em ciclos. Quando um ciclo termina, um outro começa, a ponto de renovar todas as coisas e dar sentido de organicidade às coisas, já que a verdade é o fundamento da liberdade, pois tudo isso se funda em Deus. 

3.2) O tempo como plenitude das coisas, onde as realizações humanas do passado oferecem um desafio à gula insaciável de Chronos, isso tudo está representado em Kairós - e esse deus da Grécia Clássica foi a prefiguração do que viria a ser Cristo para nós todos hoje.

4.1) É do tempo como plenitude das coisas que a república romana evoluiu para uma organização política superior, a ponto de se tornar um império - e nela patrícios e plebeus, em concórdia, trabalhavam visando ao bem comum e à glória de Roma. 

4.2) A corporação de ofício nasceu neste contexto, marcando uma verdadeira revolução, a ponto de estabelecer um marco entre o fim da República e o começo do Império, dando início a uma nova era histórica e com ela novas possibilidades de santificação através do trabalho e de se tomar o pais como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. E não foi à toa que isso se concretizou quando César deu lugar a Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que governa a todos no Império Romano, fazendo com que a ordem do Império Romano se transmutasse na ordem da Jerusalém Celeste, a ponto de seus princípios estarem escritos na Doutrina Social da Igreja Católica. 

4.3.1) Por esse motivo, a revolução no sentido romano do tempo sempre será marcada pelo tempo kairológico, pelo tempo como plenitude das coisas, na forma de ciclos. 

4.3.2) Na História do Brasil tivemos, desde o tempo em que fomos parte do Reino de Portugal até os tempos atuais, diferentes eras de santificação através do trabalho, a ponto de fazer do pau-brasil, do açúcar, do ouro, do café e da soja a base da nossa economia, estabelecendo diferentes ciclos econômicos. Durante cada ciclo econômico, diferentes tipos de sociedade existiram e o sentido delas fazia sentido aos olhos de Deus por conta desse tipo de santificação, a ponto de assumir um caráter civilizatório. 

4.3.3.1) Quando estes ciclos se encerravam, as sociedades iam se reorganizando de modo a encontrarem o sentido de sua existência em outra atividade economicamente organizada, o que abria caminho para novas formas de atividades salvíficas, uma vez que Cristo estabeleceu para nós a missão de ir servir a Cristo em terras distantes por meio dessa forma, que tende a se renovar a cada ciclo econômico, que é também salvífico. 

4.3.3.2) Os ciclos podem até passar ou mesmo se repetir, mas o mais importante é que as pessoas se santifiquem através do trabalho e se tornem plenas de Cristo nele - se o ciclo terminar, elas buscarão um outro caminho, pois sempre haverá a Santa Mãe Igreja para ajudá-los em tempos de crise, pois é nesse tempo que as pessoas se dispersarão em terras distantes de modo a ocupá-las e povoá-las, de modo a integrá-las a este império de cultura fundado na verdade como sendo o fundamento da liberdade. 

4.3.3.3) Quando estas terras estão integradas nesse propósito salvífico, sempre haverá a possibilidade da reunião do que estava disperso, a ponto de trazer novos conhecimentos e novas experiências de outros lugares de modo a estabelecer novas atividades econômicas organizadas, criando novas possibilidades de se criar riqueza, a ponto de abrir novos ciclos econômicos, quando do seu estabelecimento bem-sucedido, uma vez que o povo que habita esses diferentes lugares é tomado como parte da mesma família.

4.3.3.4) É neste sentido que a palavra Revolução tem uma profunda relação com a transcendência ou com a excelência, já que todos os caminhos levam à Roma. Nela, a verdade é o fundamento da liberdade a ponto de a ordem fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem ser o verdadeiro sentido da História, já que Cristo é o juiz da História de todos os povos e de todas as nações. E neste ponto, o mundo é essencialmente o mundo greco-romano elevado à condição de Jerusalém Celeste, o que prefiguraria o Reino Latino de Jerusalém, e não o suposto mundo judaico-cristão ocidental como muitos falam, inspirado nas narrativas maçônicas e no exemplarismo puritano e americano, marcadamente revolucionário no sentido germânico do termo, que nega aquilo que pretendem afirmar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2021 (data da postagem original).

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Notas sobre a pedagogia do presente (comentários adicionais à série de artigos que escrevi hoje)

1) No conto sobre a dação em pagamento, a palavra em francês para presente (cadeau) lembra cadeia de produção. Como o presente cria um elo, um senso de integração e de responsabilidade entre as pessoas, então a tendência é que as pessoas agraciadas com um presente preferirão os bens futuros aos bens do presente, se todas as coisas forem fundadas no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, pois é em Cristo, não em Chronos, que se dá a plenitude dos tempos - o que cria a inversão da lei da preferência temporal, pois ela se dá no espírito, não na matéria, a ponto de criar um senso de lealdade em Deus fundado.

2) Chronos é o arquétipo do pecado da gula, pois ele devora tudo o que há pela frente, sem dó nem piedade. Ele é a personificação da desesperação e da pressa. Isso é a negação do Espírito Santo, que rege todas as coisas. Não é à toa que é o deus favorito dos que fazem da riqueza sinal de salvação, pois esse demônio foi tomado como o primeiro a cada segundo, a ponto de darem a ele um status quo indevido.

3.1) Tudo o que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é medido pela justa medida e pela verdade como fundamento da liberdade. Nele há senso de proporções, honra e harmonia, o fundamento da beleza. Quem espera sempre alcança os bens do futuro, visto que a verá a face de Deus, a fonte do verdadeiro poder, do verdadeiro Direito e da verdadeira Justiça. 

3.2.1) Quando recebo um presente de meus pais, estou assumindo como criança o juramento de que devo honrar pai e mãe de modo que esses bens se multipliquem ainda mais. Se eu honrar pai e mãe nos méritos de Cristo, então posso até mesmo fazê-los pararem de gastar dinheiro em coisas que lhes fomentem o vício, como os cigarros, a ponto de investirem nas coisas que de bom produzo, como estes escritos. 

3.2.2) A maior prova disso é que minha mãe mesma parou de comprar cigarros e largou o vício de fumar - e o dinheiro do cigarro virou o dinheiro da minha doação, a ponto de investir nas coisas que produzo de melhor para os meus leitores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a dação em pagamento e sobre o senso de tomar vários lugares como um mesmo lar em Cristo

1.1) Se eu estivesse no exterior e me fosse possível receber de presente de aniversário uma muda de árvore frutífera de um amigo da França, eu iria cultivá-la de tal modo a produzir sucos e vinhos da mais alta qualidade, assim como pratos tendo por ingrediente os frutos dessa árvore frutífera que me foi dada de presente na sua mais alta qualidade. Eu só teria o trabalho de cultivá-la no jardim e de aperfeiçoar as sementes da espécie que me foi dada de presente até a perfeição. 

1.2) Ao longo dos anos, por força da amizade, eu receberia diferentes espécies de árvores frutíferas, oriundas de diferentes lugares, cuja doação me foi feita por amigos meus oriundos de diferentes lugares do planeta. Todos eles viram Cristo em mim a ponto de me presentear com alguma coisa útil - eu só tive o trabalho de honrar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que há nessas pessoas, a ponto de estabelecer uma atividade econômica organizada, a ponto de criar alguma coisa útil a partir daí, o que me leva a um caminho salvífico interessante. 

2.1) Na hora que for me encontrar com esse amigo meu da França, no dia do seu aniversário, eu darei a ele uma muda de árvore frutífera, melhorada na sua mais ala qualidade, que recebi de outro amigo meu, oriundo de outro lugar do planeta.  Algo diverso do que ele me deu no passado, em termos de gênero, quantidade e qualidade.

2.2.1) Essa muda servirá como ponto de partida para que ele possa começar a reproduzir a tradição de tomar novos lugares como um mesmo lar em Cristo. 

2.2.2) Ainda que ele não venha a conhecer amigos estrangeiros, eu representarei esses meus amigos estrangeiros que conheci ao longo do tempo, a ponto de dar a ele, todos os anos, todos os presentes que recebi desses meus amigos que se encontram pelo mundo inteiro e que reuni e acumulei na minha pessoa, já que meu ser reuniu informações dispersas num único sistema, a ponto de ser passado a outra pessoa, na forma de uma tradição em Cristo fundada.

3) A dação em pagamento, na forma de presente em Cristo fundado, conecta várias pessoas de diferentes lugares e origens a ponto de criar uma ordem nova, um império de verdade, um império de cultura cuja expressão se dá num estilo de vida livre, fundado na santificação através do trabalho e do estudo, já que a verdade é o fundamento da liberdade, uma vez que os ventos da mudança são soprados pela direção do Espírito Santo, que sopra onde quer de modo a promover a integração destes povos tão diferentes entre si, gerando uma verdadeira dação de investimento em Cristo fundado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a teoria dos juros

1) Vamos supor que eu receba de um amigo uma muda de macieira de presente. Eu cultivo a muda e dela uma macieira nasce, a ponto de dar frutos segundo sua espécie. 

2) De tanto cuidar das sementes da espécie, eu acabo cultivando sementes da mais elevada qualidade possível - com as constantes frutas que as diferentes gerações de macieiras vão me gerando com o passar dos anos, eu vou produzindo tortas de maçã e sucos de maçã de melhor qualidade, produtos esses que são repassados aos fregueses da minha bancada de empreendedorismo por um preço justo, pois bons produtos tendem a ser mais caros, a ponto de saciar a necessidade dos Cristos necessitados de bons alimentos.

3.1) Quando chega o aniversário desse amigo que me presenteou no dia do meu aniversário com uma uma muda de macieira, eu lhe devolvo o mesmo presente: uma muda de macieira, melhorada na sua mais elevada qualidade, além de metade dos rendimentos que adquiri por conta de esta pessoa ter me dado uma muda macieira como ferramenta de empreendedorismo - eis os cômodos da coisa. Como vejo nessa pessoa que me deu o presente o Cristo - o caminho, a verdade e a vida - então este presente significou muito pra mim, a ponto de o amador, o que me deu o presente de aniversário, tornar-se coisa amada, já que ele se tornou meu sócio, em Cristo fundado. Logo, o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é o sumo logos e a Ele todas as coisas devem ser dadas, pois todas as honras devem ser dadas a Ele. Eis o princípio da causalidade, pois o motor da ação humana é a vida livre, cujo fundamento se dá na verdade, que é em Deus fundado.

3.2.1) Como sou chamado desde a eternidade a colaborar com a criação, então Cristo, que me ama, me obriga ao seguinte juramento: "juras que vais fazer bom uso das coisas que receberás por acréscimo de modo a multiplicar os talentos e retornar as coisas a mim, quando o tempo da colheita chegar (no caso, o dia do meu aniversário, que é também um dia do juízo, onde Deus julgará minha conduta a cada ano de minha vida que passa, enquanto administrador das coisas de Deus)?" Se juro, então devo me santificar através do trabalho, a ponto de ser honesto, não lesar a ninguém e dar a cada um o que é seu, no seu devido tempo. 

3.2.2) E neste ponto qualquer coisa em Cristo fundada pode ser usada como motor de uma atividade econômica organizada, a ponto de pavimentar um caminho salvífico organizado, incluindo fazer dos frutos da árvore do conhecimento e da vida alguma coisa útil não só a mim, mas ao bem comum. Foi do amor a Cristo que tive a honra não só de consumir dos frutos dessa árvore, como também cultivá-la a ponto de fazer de seus frutos matéria-prima para produtos acabados e melhores, que fazem da necessidade de se comer coisas mais agradáveis ao paladar liberdade, o que gera uma boa cultura, o que aponta para o senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, uma vez que a verdade é o fundamento da liberdade.

4) Eis a relação entre juros, honra, capitalização moral e princípio da causalidade, uma vez que Cristo é antropologia aperfeiçoada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Reflexão sobre os três últimos princípios da propriedade constantes na obra O Mistério do Capital, de Hernando de Soto

1) No livro O Mistério do Capital, três princípios da propriedade podem ser operados na forma de trindade: a integração entre as pessoas, a promoção do senso de responsabilidade das pessoas e a proteção das transações. Todos esses três princípios se fundam no fato de que o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo, já que nele as pessoas se santificam através do trabalho e as riquezas são criadas de modo a se criar um bem comum que prepare esta e as próximas gerações para a pátria definitiva, que se dá no Céu, através de um pacto não escrito entre as gerações. É neste ponto que a política se torna a continuação da trindade, a ponto de ter seu fundamento em Deus, já que a verdade é o fundamento da liberdade.

2) Se conquisto as coisas servindo a quem me é semelhante e ajo com honra, sem violar direito alheio, então eu tenho o direito de receber o pão de cada dia de modo a manter a minha vida e a dos que estão sob minha proteção e autoridade. Se eu for leal e servir a muitas pessoas, eu vou construir um capital de modo a poder investir numa atividade econômica organizada, o que abrirá o caminho para uma atividade salvífica organizada.

3.1) Se alguém me serve fielmente a ponto de querer subir na hierarquia e querer ser senhor e servir a outras pessoas na sociedade, a ponto de colaborar com o progresso e bem-estar da sociedade com seus dons e talentos, este deve ser estimulado a servir seus semelhantes a ponto de ver o Cristo necessitado nelas. E quanto mais bem servir a estes Cristos necessitados, muito mais coisas lhe serão dadas por acréscimo, visando a uma maior glória de Deus. 

3.2) Se muitos desejam o mesmo caminho, estimule esses muitos também, pois de nada adianta concentrar muitos bens em poucas mãos, já que o homem não é Deus. Quando muitos desejam o mesmo fim, isto se tornou uma cultura, pois isto se tornou uma necessidade a ponto de se tornar liberdade - e a verdade, cujo fundamento se dá em Cristo, é o fundamento dessa liberdade.

4.1) No lar está presente a idéia de intimidade e ninguém pode se meter na vida privada das pessoas, já que a vida em Deus fundada é uma vida honrosa e ninguém tem o direito de saber dela a não ser o verdadeiro ouvinte onisciente, que criou todas as coisas do mundo por amor. Contra o Estado totalitário, tudo tem que estar em Deus e nada pode estar fora da apreciação ou contra os interesses do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que Ele pode tudo. 

4.2) Esta é a única força que pode deter essa tirania sistemática, fundada no animal que mente, pois ele é tão cheio de si que é capaz de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade a ponto de se obstinar nisso. A fé fundada no conservantismo jamais prosperará - ela é um câncer que já entrou em metástase. Por isso, não percamos a fé - o desespero já toma o outro lado, pois por onde abundou o pecado superabundou a graça, sobretudo a graça de servir a Cristo em terras distantes de modo a tomar múltiplas terras como um mesmo lar em Cristo, o que cria um jeito de ser que não havia antes: o jeito de ser nacionista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2021 (data da postagem original).