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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Igrejas de pedra não são uma boa pedida no verão carioca

1) A Igreja da minha paróquia é feita de pedra. No verão, sobretudo em janeiro, fica muito quente lá dentro - um calor quase insuportável, pois pega todo o sol da tarde. Se não fosse o ar condicionado, eu não iria conseguir assistir missa lá dentro.

2) Outro dia, eu imaginei uma conversa com o padre Jan e disse o seguinte: "um escritor, com seu olhar aguçado, dirá que a casa de Deus é um verdadeiro inferno no verão, de tão quente que é aqui dentro. Se a Igreja é a porta de entrada do paraíso, então o que ocorre aqui é um pouco diferente daquilo que Dante descreveu na Divina Comédia. Ou seja, ele vai chegar à conclusão de que Dante está errado, uma vez que ele não sabe o que é o verão no Rio de Janeiro.

3.1) Eu sou escritor e não cheguei a dizer este tipo de blasfêmia de fato para o meu pároco, mas é fora de dúvida que isso é muito irônico.

3.2) Igrejas de pedra no verão carioca causam esta confusão. A casa de Deus se torna um verdadeiro inferno, tamanho o calor que há dentro delas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2019.

Da crônica como uma forma de documentar os fatos da política nacional atual - o caso do Governo Bolsonaro

1) O professor Marco Antônio Villa disse que ele não seria crítico de costumes.

2) Embora ele não queira fazer esse papel, penso que esta é uma excelente oportunidade para quem escreve bem, uma vez que isso é uma verdadeira prestação de serviço às futuras gerações.

3) É preciso ser um cronista deste governo Bolsonaro, documentando todas as essas coisas relativas ao fenômeno do caipira político que foi alçado ao poder, uma vez que os conservantistas optaram por tomar o poder ao invés de criar uma nova cultura onde a ameaça da volta da esquerda seja um problema resolvido de uma vez por todas.

4) E a crítica dos costumes é o caminho. Há muitos deslumbrados que sequer viram uma baixela de porcelana ou um prédio antigo dos tempos da China Imperial - e essa gente é facilmente corrompível, por conta de sua falta de preparo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2019 (data da postagem original).

Comentários sobre o ato de apatria praticado por uma certa leva de deputados que foi à China

1) Durante os anos petistas, o STF estabeleceu uma jurisprudência no entendimento de que o mandato pertence ao partido, quebrando a cultura eleitoral de que votamos em pessoas. 

2) Considerando que os mandatos pertencem agora ao partido, que esta já é uma realidade sedimentada, penso que seria interessante que esses deputados que foram à China para adquirir a tecnologia de reconhecimento facial para uso em aeroportos deveriam ser banidos do partido por alta traição e que seus mandatos sejam entregues a pessoas mais capacitadas.

3.1) É a pena que deveria ser aplicada por alta traição, uma vez que a CRFB proíbe a pena de morte, salvo em guerra declarada. 
 
3.2) O ponto crucial da questão é que os dados de todos aqueles que moram no Brasil - sejam de nacionais, sejam de estrangeiros, sejam até de refugiados chineses que se encontram no Brasil - seriam repassados a esse governo totalitário maldito. Mais do que traição, isso constitui crime de lesa-pátria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2019.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Como tomar dois países como um mesmo lar favorece o estudo dos casos particulares que levarão ao estudo de uma teoria geral da nacionidade

1) Se indução é investigar um caso particular de modo a deduzir uma regra geral, então você precisa estudar o maior número de casos particulares possíveis a ponto de você estabelecer uma teoria geral da nacionidade, do senso de se tomar um país como um lar em Cristo.

2.1) A teoria da nacionidade, enquanto teoria geral, necessita que gerações de pessoas da família do investigador tomem dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo, ao longo das gerações, sempre amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.2) Como Cristo escolheu Portugal para o trabalho de servir a Cristo em terras distantes, então o lastro dessa definição está nesse povo que é capaz de converter o interesse nacional em interesse universal, já que ele foi por Cristo para isso.

2.3) Como Portugal foi seqüestrado pelas forças da maçonaria, então o país que sucedeu Portugal neste trabalho foi a Polônia, que é o país que melhor defende a cristandade, neste momento.

3) O primeiro grau do estudo da teoria da nacionidade é estudar as relações entre Portugal e Brasil e entre Portugal e os demais países que povoou na África e na Ásia.

4) O segundo grau é o estudo das relações ibéricas.

5) O terceiro grau é o estudo das relações dos povos ibéricos como os demais povos que fazem da língua latina a base da sua razão de ser. Essas relações são de forasteria, não de estrangeria

6) O quarto grau é o estudo desses países que fazem da língua latina sua razão de ser com o povos de base cultural germânica ou eslava. Aqui a relação de estrangeria.

7) As relações de estrangeria podem se fundar em Cristo, o que fará com que as relações sejam abertas, o que ajuda na construção de um bem comum de tal maneira que a Europa e todos povos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento sejam tomados como um lar n'Ele por Ele ou para Ele. E nesse ponto as relações entre os povos da cristandade produzem o verdadeiro direito internacional, pois a razão de ser desses povos, de tomar a terra de seus ancestrais como um lar em Cristo, é partilhada com outros povos, a ponto de edificarem legados civilizacionais virtuosos;

8) Fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, as relações de estrangeria levam à civilização cristã a ser destruída. Exemplo disso é a relação dos europeus com os árabes, que são islâmicos. E neste ponto há um choque de civilizações.

9) Direito Internacional sem Cristo leva à apatria. E o globalismo fundado nisso, que leva a uma nova ordem mundial, é apatria pura. É fascismo em escala global, pois tudo estará na ONU e nada estará fora dela ou contra ela. Em termos mais precisos, tudo estará nas mãos do Conselho de Segurança da ONU. Eis o drama da cosmópolis!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2019.

Notas sobre o problema de se tomar a estatística como se fosse religião, a ponto de fomentar totalitarismo

1.1) Uma das características do pensamento gnóstico é reduzir as pessoas às suas funções, a ponto de as virtudes das mesmas serem consideradas irrelevantes em matéria de estatística, onde os números tendem a governar o mundo de maneira absoluta, a ponto de corromper tudo absolutamente, uma vez que o homem se tornou a medida de todas as coisas, sem levar em conta suas qualidades ou defeitos.
 
1.2.1) A maior prova disso é a pretensão de que qualquer general podia fazer aquilo que Napoleão Bonaparte fez em sua época, como dizem os marxistas. Mas acontece que nem todo general é Júlio César, Alexandre ou Aníbal, muito menos Napoleão Bonaparte - comparar um general com gênios da arte da guerra é desrespeitar o princípio da desigualdade de talento que se dá entre os homens.

1.2.2) É perfeitamente possível entender como pensavam esses grandes estrategistas, mas o que incluirá você entre os grandes da história da arte da guerra é a maneira como você responde a esta circunstância, de modo a assegurar a vitória do seu país contra um determinado inimigo, num estado de pressão extrema. E neste ponto, a definição de indivíduo de Ortega y Gasset é o principal ponto de virada, a ponto de transformar quantidade (um general) em qualidade (Júlio César, Napoleão e outros notáveis).

1.2.3) Eis a importância da reabsorção da circunstância, a ponto de converter imitação em criação, a ponto de seu trabalho ser tomado como um estudo de caso indispensável para o estudo da arte da guerra. O cristianismo mesmo não pode ser estudado senão pela cruz, pela morte e conseqüente ressurreição de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. É isto que santifica uma causa e todo o trabalho voltado para isso,.

2.1) A história de uma família pode ser medida pela mútua assistência e mútua santificação que um homem e uma mulher deram um a outro a ponto de formarem gerações para a virtude. E a história de uma nação tomada como um lar em Cristo se resume ao conjunto dessas famílias fundadas nisso.

2.2) Se família se reduz ao casal, ao agrupamento de macho e fêmea que são capazes de gerar descendentes férteis, isso faria com que os propósitos da criação fossem servidos com fins vazios. Com o advento da impessoalidade e da androginia - onde o homem pode ser convertido em mulher e mulher em homem, uma vez que a espécie se reduziu ao gênero -, então isso faz com que o sexo se reduza a prazer, a ponto de perder a função reprodutiva, o que certamente levará a humanidade à extinção.

2.3.1) É por essas razões que não podemos acreditar que os números governam o mundo de maneira absoluta, pois o poder fundado nisso corrompe absolutamente.

2.3.2) A maior prova disso é que a democracia não é o melhor tipo de governo, onde o governante é escolhido pela quantidade de votos. A verdadeira escolha está nos motivos determinantes que fizeram com que um determinado eleitor escolha um determinado candidato e não outro, pois os motivos determinantes mais sensatos certamente determinarão os limites da representação política - ou seja, o que o presidente pode ou não fazer nos termos desse mandato. Como são milhões de eleitores, a apuração desses motivos determinantes seria muito complicada, o que demandaria muitos anos para se apurar o próximo presidente do país - e em tempos de guerra, isso é um tempo muito precioso que está sendo perdido. Não é à toa que as coisas descambam para a violência durante a campanha eleitoral.

2.3.3) Por isso que muitos adotam critérios numéricos, reduzindo as decisões pessoais, as decisões de poder, à quantidade de votos - é um critério prático, mas que acaba servindo liberdade com fins vazios, já que um país que tem seu imaginário colonizado na base da Revolução Francesa certamente sofre de instabilidade política, dado que está em crise, como se dá ao longo destes 130 anos de República.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2019.

Notas sobre estatística e estadística

1) O status indica o estado de uma determinada situação ou pessoa em uma determinada circunstância. Exemplo disso é o estado de uma questão que está sendo discutida publicamente ou o estado de uma determinada pessoa em relação à vida civil, se ela é casada, solteira, viúva ou se ela está em estado sacerdotal (estado de pessoa esse não reconhecido por esse Estado laico, divorciado de Deus).

2.1) Às vezes, uma determinada relação de quantidade afeta à circunstância de determinada pessoa. Exemplo disso é o fato de ela ser rica ou pobre de dinheiro ou de espírito.

2.2) A riqueza de dinheiro fará com que ela consiga o obter os meios de ação necessários de modo a exercer influência sobre as pessoas, se a ordem social é fundada na riqueza como sinal de salvação; se ela é rica de espírito, ela será muito famosa e influente numa ordem social onde as pessoas amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, tal como se deu na Idade Média.

2.3) Se há uma relação de quantidade, então os números governam o mundo, mas o poder desses números é limitado pelo estado da pessoa, se ela é rica em virtudes ou se ela é rica no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de servir liberdade com fins vazios de tal maneira que o pecado seja a nova virtude cardeal, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Enfim, esta é diferença que devemos fazer com relação às palavras estatística e estadística.

3.2.1) Estadística é o estudo do Estado nos termos propostos por Maquiavel. São relações de poder que se dão entre as pessoas e as instituições.

3.2.2) O estudo dessas relações de poder ao longo do tempo - a ponto de transformar o senso de se tomar o país como um lar em Cristo em senso de se tomar o país como se fosse uma religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - é um dos assuntos mais importantes da matéria, que pode ser tomada como sinônimo de relações internacionais.

3.2,3) Todas as decisões de poder fundadas em relações exteriores sempre são motivadas por forças que costumam atuar internamente, a ponto de influir na oferta e na demanda desse serviço público especial, tendo em vista o benefício de todos os que se encontram sob a proteção e autoridade de um rei ou príncipe, se ele estiver servindo a Cristo diretamente, como se deu em Ourique, ou indiretamente, por meio da Santa Madre Igreja. Ou mesmo o maléfício, como vemos nesses países onde o Estado é tomado como se fosse religião, a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele, a ponto de a liberdade no país ser servida com fins vazios, a ponto de aprisionar a alma de todos, em razão dos poderes pervertidos desse estado de coisas.

4.1) Aquele que não estudar História será incapaz de entender a dinâmica de poder que se dá tanto dentro do país quanto fora dele, assim como todas as decisões de poder que afetam o direito, a economia e os demais setores que organizam o país de tal modo que leve a todos para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.2.1) Nenhum país está no mundo isolado. Para entendê-lo melhor, você precisará tomar dois ou mais países como um mesmo lar, a ponto de descobrir constantemente os outros.

4.2.2) E o grau mais básico desse senso se dá quando tomamos Brasil e Portugal como um mesmo lar em Cristo, por força de Ourique, coisa que se perdeu com a amputação havida no dia 7 de setembro de 1822.

4.2.3) Quando você estiver treinado nesse senso, você poderá tomar outros países mais próximos do Brasil neste fundamento, como os demais países ibero-americanos, os Estados Unidos, os países europeus, sobretudo a Polônia, que é o maior defensor da ordem social fundada na cristandade, atualmente.

4.2.4) É por meio desse caminho que você vai criando os pontes, os esquemas de poder necessários de modo a viabilizar o progresso material e espiritual de uma nação inteira.

4.2.5) Esse poder está distribuído a todos - em seu grau menor, uma família que toma dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo contribui tanto para o país quanto um servidor público acreditado que atua numa embaixada ou num consulado, no seu maior grau.

4.2.6) Isto é a prova cabal de que nem tudo está no Estado e nada pode estar fora dele. Por isso que vemos todas essas tentativas vãs de acabar com a família, pois esta é única instituição que pode acabar com essa utopia, com esse projeto totalitário de poder.

4.2.7) Por isso que a luta contra essa cultura, contra essa má consciência política, é essencial - e não devemos descansar, pois os que tomam o país como fosse religião são verdadeiros demônios que merecem ser abatidos a fio de espada, pois são todos apátridas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2019 (data da postagem original). 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Relatos da minha experiência na vida intelectual

1) Eu sempre busco as coisas do alto. Procuro ver sempre quem sabe mais do que eu de modo a me aprimorar melhor.

2) Tomando por base minha experiência, poucas são as pessoas que me fazem olhar para o alto, a ponto de me fazer melhorar. Eu destaco duas: Loryel Rocha e Olavo de Carvalho. Algumas estão no mesmo nível em que eu estou, com o intuito de completar o meu trabalho. Como essas pessoas estão em torno de seus 20 ou 30 anos, então elas têm muito a oferecer - tal como eu.

3) Pode ser, ao longo da minha trajetória, que eu venha a descobrir pessoas que me façam olhar para o alto, ainda que com pouca idade. Mas essas pessoas são raras, tal como Olavo e Loryel. Se encontrar alguém assim, ela vai entrar na mesma menção honrosa que dou a esses dois.

4) Se houvesse gente em grande quantidade que me fizesse olhar para o alto, eu certamente teria escrito 10 artigos por dia ao longo de todos os 365 dias ao ano. Como não há muita gente, eu só pude produzir mais de 4000 artigos, ao longo dos meus 5 anos de atividade (2014-2018).

5) Eu não precisei ler 80 livros por ano. Eu li aquilo que me interessava e fui investigando. Fui meditando mais do que lendo - e aí fui escrevendo. E cada reflexão puxava outra reflexão, como que conversa que puxa conversa.

6) Eu mal leio um livro por ano. Tudo o que precisava aprender eu aprendi na adolescência. Esse foi o período em que eu mais li. Isso me deu todo o cabedal empírico necessário para que pudesse escrever. E é com este cabedal que trabalho.

7.1) Enfim, para o meu nível de cultura atual, até que produzi bastante. Posso tirar um tempo para ler mais um pouco, mas essas coisas demandam que eu me afaste da rede. Por isso, eu recorro à osmose: meu amigo Flávio Fortini sempre citou muitas postagens do Kierkgaard que me interessaram muito.

7.2) É por meio da osmose que eu progrido. É das leituras dos meus contatos que eu me alimento - e isso me dá os insights necessários para eu poder escrever.

7.3.1) É como falei: faz sentido ler 80 livros por ano quando você tem gente muito boa que partilha suas leituras na rede e que fazem você ainda melhor?

7.3.2) Se você não constrói sua rede com material de boa qualidade, então você será obrigado a ter de digerir tudo sozinho, a ponto de ficar rico no amor de si até o desprezo de Deus - e isso só vai fazer mal, tal como vejo em certos alunos do Olavo, cheios de soberba e vaidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2019.