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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Notas sobre o problema de se tomar a estatística como se fosse religião, a ponto de fomentar totalitarismo

1.1) Uma das características do pensamento gnóstico é reduzir as pessoas às suas funções, a ponto de as virtudes das mesmas serem consideradas irrelevantes em matéria de estatística, onde os números tendem a governar o mundo de maneira absoluta, a ponto de corromper tudo absolutamente, uma vez que o homem se tornou a medida de todas as coisas, sem levar em conta suas qualidades ou defeitos.
 
1.2.1) A maior prova disso é a pretensão de que qualquer general podia fazer aquilo que Napoleão Bonaparte fez em sua época, como dizem os marxistas. Mas acontece que nem todo general é Júlio César, Alexandre ou Aníbal, muito menos Napoleão Bonaparte - comparar um general com gênios da arte da guerra é desrespeitar o princípio da desigualdade de talento que se dá entre os homens.

1.2.2) É perfeitamente possível entender como pensavam esses grandes estrategistas, mas o que incluirá você entre os grandes da história da arte da guerra é a maneira como você responde a esta circunstância, de modo a assegurar a vitória do seu país contra um determinado inimigo, num estado de pressão extrema. E neste ponto, a definição de indivíduo de Ortega y Gasset é o principal ponto de virada, a ponto de transformar quantidade (um general) em qualidade (Júlio César, Napoleão e outros notáveis).

1.2.3) Eis a importância da reabsorção da circunstância, a ponto de converter imitação em criação, a ponto de seu trabalho ser tomado como um estudo de caso indispensável para o estudo da arte da guerra. O cristianismo mesmo não pode ser estudado senão pela cruz, pela morte e conseqüente ressurreição de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. É isto que santifica uma causa e todo o trabalho voltado para isso,.

2.1) A história de uma família pode ser medida pela mútua assistência e mútua santificação que um homem e uma mulher deram um a outro a ponto de formarem gerações para a virtude. E a história de uma nação tomada como um lar em Cristo se resume ao conjunto dessas famílias fundadas nisso.

2.2) Se família se reduz ao casal, ao agrupamento de macho e fêmea que são capazes de gerar descendentes férteis, isso faria com que os propósitos da criação fossem servidos com fins vazios. Com o advento da impessoalidade e da androginia - onde o homem pode ser convertido em mulher e mulher em homem, uma vez que a espécie se reduziu ao gênero -, então isso faz com que o sexo se reduza a prazer, a ponto de perder a função reprodutiva, o que certamente levará a humanidade à extinção.

2.3.1) É por essas razões que não podemos acreditar que os números governam o mundo de maneira absoluta, pois o poder fundado nisso corrompe absolutamente.

2.3.2) A maior prova disso é que a democracia não é o melhor tipo de governo, onde o governante é escolhido pela quantidade de votos. A verdadeira escolha está nos motivos determinantes que fizeram com que um determinado eleitor escolha um determinado candidato e não outro, pois os motivos determinantes mais sensatos certamente determinarão os limites da representação política - ou seja, o que o presidente pode ou não fazer nos termos desse mandato. Como são milhões de eleitores, a apuração desses motivos determinantes seria muito complicada, o que demandaria muitos anos para se apurar o próximo presidente do país - e em tempos de guerra, isso é um tempo muito precioso que está sendo perdido. Não é à toa que as coisas descambam para a violência durante a campanha eleitoral.

2.3.3) Por isso que muitos adotam critérios numéricos, reduzindo as decisões pessoais, as decisões de poder, à quantidade de votos - é um critério prático, mas que acaba servindo liberdade com fins vazios, já que um país que tem seu imaginário colonizado na base da Revolução Francesa certamente sofre de instabilidade política, dado que está em crise, como se dá ao longo destes 130 anos de República.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2019.

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