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sábado, 12 de janeiro de 2019

Notas sobre a santificação através do trabalho como fundamento para o surgimento de uma indústria de bens de consumo duráveis e como a negação disso, na forma de uma classe ociosa, leva a economia a servir liberdade com fins vazios

1) A indústria de bens duráveis, para poder prosperar, necessita que os bens sejam usados com o intuito de se conseguir dinheiro em razão de sua utilidade.

2.1) Um computador para um escritor não precisa de muito upgrade de modo a se ganhar dinheiro com ele. Um 386, que é como se fosse um fusca para os nossos atuais padrões, serve muito bem aos propósitos de quem escreve profissionalmente.

2.2.1) Mas o computador é muito mais do que uma máquina de escrever onde você corrige o erro na hora, quando você o comete: você pode jogar com ele, você pode estar na rede social com ele, bem como é possível fazer muitas outras coisas com ele.

2.2.2) Por conta de sua versatilidade, por conta de sua utilidade para outras coisas que não o trabalho, trocar de computador uma vez a cada cinco ou seis é dar a si mesmo um prêmio, em razão de se trabalhar constantemente pela santificação das almas através dos escritos - e isso é perfeitamente justo, pois você trabalhou para isso.

3.1) Se você usa terno e gravata para poder trabalhar, de modo a passar uma imagem respeitável para o seu trabalho, então o terno e trabalho se autopagam, uma vez que eles são usados como uniforme de trabalho.

3.2) O trabalho do alfaiate tende a ser mais valorizado se os seus clientes são advogados, uma vez que ele faz roupas de qualidade para quem faz do terno e gravata uniforme de trabalho.

3.3.1) Se uso as melhores roupas para ir à missa, então o trabalho da costureira se autopaga, uma vez que a ida à missa todo domingo dá um aspecto produtivo ao traje de passeio, a ponto de fazer do trabalho dela produtivo, como era antigamente.

3.3.2) Agora, quando a roupa é voltada para a moda, de modo a imitar o artista engajado e descolado - comprometido cada vez mais com causas revolucionárias -, então a vestimenta de passeio tende a promover o feio e o imodesto, uma vez que essas coisas tendem a ser servidas com fins vazios. Pois não é a nossa alma, que tem sede constante de Deus, que se alimenta dessas coisas, mas a nossa vaidade e a nossa má consciência - e essas coisas nos levam ao inferno, pois estamos agindo como verdadeiros idiotas úteis, a ponto de estarmos dando dinheiro aos que fazem da riqueza sinal de salvação, pois os que se enriquecem à custa da vaidade alheia vão desperdiçá-la com tolices e que em nada nos acrescentam, de modo a sermos pessoas melhores dia após dia.

3.3.3) Eis o grande problema da classe artística, enquanto parte da classe ociosa - ela perverte o aspecto produtivo da alta costura, enquanto parte da alta cultura voltada para a excelência, coisa que é fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3.4) A mesma coisa pode ser dita com relação à indústria de tecnologia. Ela leva ao consumo conspícuo. Você compra o produto com o intuito de ostentar um status - e isso é vaidade. A mesma coisa pode ser dita de quem compra carro do ano sem uma razão justa para se comprar um carro novo, uma vez que a pessoa não está ganhando dinheiro com ele, a ponto de fazer dele meio para se ter o sustento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2019.

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