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domingo, 13 de janeiro de 2019

Caso Battisti - notas sobre alguns aspectos da política internacional no tocante a acordos de extradição

1) Tomei conhecimento de que o Battisti foi preso em La Paz.

2.1) Algumas pessoas me perguntaram por que não mandam o Battisti direto para a Itália.

2.2.1) A resposta é que eu não sei se a Bolívia tem um tratado de extradição com a Itália, muito menos acordo de reciprocidade com aquele país europeu.

2.2.2) Para que houvesse um tratado de extradição, seria necessário que houvesse uma comunidade relevante de pessoas que tivesse dupla nacionalidade e que fizessem as pontes de modo a haver uma colaboração entre os dois país neste aspecto, tal como há entre o Brasil e a Itália, a ponto de os dois pais serem tomados como um mesmo lar em Cristo. No caso da Bolívia, isso talvez não exista. É mais comum haver uma cooperação entre brasileiros e bolivianos, uma vez que há uma comunidade relevante de bolivianos morando aqui e uma comunidade de brasileiros que mora na Bolívia.

2.2.3) Além disso, o governo da Bolívia é ligado ao Foro de São Paulo e é amigo dos petistas. Como Evo Morales, Lula, Chávez e Maduro são aliados, então é pouco provável que haja cooperação do governo de La Paz com Roma.

2.2.4) O Brasil, por ser vizinho da Bolívia e por haver uma comunidade relevante de brasileiros morando lá, pode fazer pressão de tal maneira que Battisti seja entregue aqui, uma vez que ele é procurado aqui. Isso sem mencionar que o governo Bolsonaro é aliado do atual governo conservador que rege a Itália.

3.1) É este aspecto político da extradição que muitos não estão levando em conta.

3.2) As pessoas não estão levando em consideração as peças no tabuleiro de xadrez, a geopolítica local. É muita ignorância junta!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de janeiro, de 2019.

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