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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Notas sobre uma história pessoal minha na busca pelo saber - o caso de querer compreender a questão da lealdade

1) Quando assisti ao filme do Olavo de Carvalho, O Jardim das Aflições, ele mencionou, na parte final do filme um autor que desenvolveu uma filosofia acerca da lealdade - e ele viveu no tempo do Velho Oeste: a Califórnia do século XIX. Perguntei a contatos mais gabaritados o nome desse autor, mas ninguém soube me informar.

2.1) Tempos depois, no Civilization VI Rise & Fall, a primeira expansão do jogo Civilization IV, voltei a me deparar com o conceito de lealdade novamente.

2.2) Depois de muito meditar, consegui criar um artigo estabelecendo a relação entre nacionalidade e lealdade, a ponto de relacioná-la com a dicotomia estabelecida por Borneman entre nacionidade e nacionalidade, que uso tanto em meu trabalho. Eu encontrei a resposta a esse problema numa citação de Maquiavel, constante numa tecnologia do Alpha Centauri: a doutrina da lealdade.

2.3) Depois que encontrei uma possível resposta às minhas indagações, eu resolvi dar uma pesquisa no google e finalmente encontrei a resposta para o item 1: o nome do autor era Josiah Royce.

2.4.1) Alguns me fariam esta pergunta: Dettmann, por que você não fez uma pesquisa no Google logo?

2.4.2) A resposta: eu confio muito nas pessoas que conheço - e substituí-las pela tecnologia de busca é um tipo de traição, pois estaria buscando o saber de tal maneira a não depender dos que me são mais próximos - e isso edifica má consciência, pois querer nem sempre é poder.

2.4.3) Além disso, as respostas às indagações que tenho vêm com o tempo. Não preciso fazer muita coisa - basta meditar um pouco que a coisa vem, pois ajo sob a inspiração de Deus. Tempos depois, quando não há alguém que me forneça uma resposta, é que recorro ao Google.

3.1) Num jantar paroquial, uma das minhas catequistas tinha um pai que sabia tudo e já estava em idade avançada: ele era músico.

3.2) Em vez de ficar buscando no google, ela usava a reserva de sabedoria que havia em casa e anotava tudo o que ele dizia. Só depois, se não houvesse mais gente disponível para responder às suas indagações, ela recorria ao Google, mas só quando não havia alternativa.

3.3) Foi a partir dessa conversa que aprendi a agir dessa forma - eu respeito a sabedoria dos mais velhos e dos que sabem mais do que eu, uma vez que isso eu não vou descartar. Se não há outra forma de aquisição de conhecimento disponível, só aí recorro ao Google, mas só em último caso, quando não há alternativa.

3.4) Muitos velhinhos estão indo terminar seus dias no asilo por conta da má consciência coletiva que o Google fomenta. Para que o desejo de saber sem limite? Faz sentido eu ficar rico no amor de si até o desprezo de Deus? Para que a pressa em querer saber, se o que estou investigando não é questão de vida ou morte? São essas coisas que meus pais não compreendem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2019.

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