1.1) Se a transformação de matéria-prima em matéria processada e acabada é feita sem imaginação, então é artesanato. Logo, o artesanato, seja para fins práticos ou decorativos, é a indústria mais rudimentar que há.
1.2) Quando o artesão se especializa em fabricar bens e instrumentos que facilitem o trabalho de outras pessoas, então ele se torna um artífice, pois as ferramentas não possuem padronização - cada peça se adequa às necessidades do cliente, a ponto de ser feita praticamente sob encomenda, tornando seu trabalho muito mais valioso.
2) Quando foi introduzido o design industrial, a produção passou a ser imaginada, a ponto de atender a certas necessidades pensadas e imaginadas pelo fabricante, fundadas no auto-interesse, ainda que divorciadas das necessidades da clientela. Se o designer tiver um ego exacerbado, tal como ocorre com os arquitetos que projetam construções que fogem às características da cidade, então a tendência geral é produzir produtos de qualidade inferior à prometida, uma vez que é próprio do design o uso de materiais similares, mais baratos, fazendo com que a economia de materiais seja voltada para o nada, por força de mesquinharia.
3) O design industrial passou a ser levado para a política, a ponto de projetarem comunidades imaginadas ou mesmo a criar todo um mitologema artificial, toda uma tradição inventada de tal maneira que Deus não esteja mais no centro das nações livres, mas o homem enquanto medida de todas as coisas. E nisso o Estado será tomado como se fosse religião, pois é o Estado obra de seu fundador ou emancipador, mais ou menos como vemos o caso de Bolívar, em relação à Bolívia e à Venezuela.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 6 de março de 2018 (data da postagem original).
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