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sexta-feira, 30 de março de 2018

O messianismo político de Bolsonaro é precedido pelo messianismo cultural de Olavo de Carvalho - notas sobre a capitalização messiânica (do messianismo que chama outros messianismos)

1) É patente que o professor Olavo de Carvalho age como um São João Baptista, já que prepara o caminho para o Messias que tem Messias no nome passar.

2) Considerando que política é uma expressão da cultura, então esse messianismo político é precedido de um messianismo cultural - e como o professor Olavo é sobrevivente daquela antiga cultura que havia nos anos 50 e 60 que foi destruída, então acaba fazendo o papel de profeta perfeitamente.

3) Este caso de messianismo político é diferente de todos os outros, pois há algo de trabalhado por trás do movimento messiânico, que costuma ser espontâneo, embora os políticos costumem surfar nessa onda por puro oportunismo. Aécio mesmo navegou nessa onda, mas dessa água não bebeu porque preferiu conservar o que era conveniente e dissociado da verdade: a mentalidade revolucionária fabiana.

4) No caso de Bolsonaro, esse quê de trabalhado por trás do movimento messiânico está associado a outro milagre: a conversão da água em vinho. Este messianismo tenderá a ser bem sucedido, em termos de tomada do poder, porque ele foi muito bem trabalhado, já que está lastreado em outro messianismo: o cultural, capitaneado pelo professor Olavo de Carvalho. Trata-se de uma espécie de capitalização messiânica: um messianismo que chama outro messianismo. Isso acabará levando a uma segunda independência que anulará o ato de apatria que foi praticado contra Cristo, contra a missão que falta cumprir e que nos foi levada desde Ourique e contra Portugal, que nos deu o nosso sentido de pátria. A não-sujeição se volta contra homens cheios no amor de si até o desprezo de Deus - o que inclui revolucionários de toda sorte: liberais, maçons, comunistas etc. Eles não passam de loucos de todo gênero nos termos do artigo 22 do Código Civil Antigo: absolutamente incapazes de governar a nação, por conta de serem absolutamente incapazes de governarem a própria vida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de março de 2018 (data da postagem original).

Rio de Janeiro, 18 de julho de 2023 (data da postagem atualizada)
 

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