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terça-feira, 6 de março de 2018

A riqueza se torna uma salvação quando a moeda se torna uma commodity

1) A noção filosófica - ou teológica - de que há um abismo ontológico entre a criatura e Deus, ou de que há uma dívida infinita que não pode ser ser liquidada jamais senão com um sacrifício, aparece com muita força em períodos históricos em que os metalistas (bullion brokers), rentistas e financistas de toda sorte usurpam o direito do Estado de emitir moedas e a transformam numa commodity escassa.

2) A moeda deixa de ser, como dizia Aristóteles, algo que representa a riqueza produzida para se tornar ela mesma uma mercadoria (improdutiva) com a qual se obtém, não lucro, mas renda, transformando a incerteza numa certeza, como se tivesse um quê de divino. A escassez da moeda, somada ao débito monetizado, gera uma situação em que as pessoas não conseguem pagar a sua dívida jamais, pois o sistema gerado se torna análogo àquela brincadeira das cadeiras em que, no final, só sobrará um vencedor.

3) Esse sistema de escassez é gnóstico, fechado e sacrificial; alguém sempre tem que morrer para que ele continue existindo. Em suma, ele é pura magia negra, feitiçaria da "boa".

4.1) O problema, portanto, não é o livre mercado, mas o sistema financeiro.

4.2) O livre mercado é um sistema aberto e produtivo; o sistema financeiro é fechado e improdutivo, pois vê na riqueza uma salvação, já que o mundo foi dividido artficialmente entre eleitos e condenados.

Roberto Santos 


Facebook, 06 de março de 2018.

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