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terça-feira, 13 de março de 2018

O católico não pode alegar argumento de autoridade com fins vazios (notas sobre o debate entre Roberto Santos e Murilo Rezende Ferreira)

1) Argumento de autoridade só é válido para quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - por respeito à verdade em pessoa que é Jesus, que fundou a Igreja, muitos se calarão a ponto de não pecarem por conservantismo, uma vez que se trata de uma questão de sensatez.

2) Quem escolhe o que é conveniente e dissociado da verdade pregará suas heresias em público, em praça pública. A razão de denunciar o herege conservantista é evitar que aquele que o ouve não seja convertido à gnose dele, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas do que ele, que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se alguém por exemplo está estudando a questão da gnose e percebe um problema filosófico relativo à explicação de Santo Agostinho a respeito da trindade, por uma questão de sensatez ele exporá esse problema para quem também busca a verdade, de modo a compreender as coisas tais como elas são. Logo, se essa postagem for pública com intuito de fazer do seu mural uma sala de aula - e não um púlpito - de modo a meditarem e compreenderem melhor acerca da natureza do problema filosófico e teológico, então a pessoa não está incorrendo em heresia, pois a pessoa está buscando a verdade, já que conservar o que é conveniente e dissociado da verdade pede uma decisão, um posicionamento, um fechamento para a correção fraterna. E esse conservantismo é uma projeção de poder, já que o conservantista se vale do argumento de autoridade, por ser um professor de uma universidade federal, por gozar de prestígio público, ou mesmo ser um padre ou bispo, fazendo disso uma arma de destruição em massa das almas.

4) Acusar de heresia quem está agindo como um estudante de filosofia, que está buscando compreender a verdade a partir das coisas, é como atacar um moinho de vento pensando que é um gigante. É bem quixotesco, já que o código de cavalaria está sendo voltado para o nada, para fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

5.1) Essa postura quixotesca tem relação com o esvaziamento da fé por conta da secessão de 1822. O senso de conformidade com o Todo que vem de Deus tornou-se uma coisa abstrata, sem conexão de sentido com aquilo que foi fundado em Ourique. Logo, equipara-se ao protestantismo, cuja salvação se dá somente pela fé, já que fazer boa obra tornou-se impossível, pois muitos ignoram o projeto de civilização fundado em Ourique. E a religião, neste caso, não passa de um grande porrete.

5.2) Nesse ponto, o catolicismo no Brasil secedido em 1822, sem Ourique, se torna fé morta, por perda da conexão de sentido que fez o Brasil ser povoado e tomado como um lar em Cristo por força de Ourique.

José Octavio Dettmann

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