1) O professor Olavo de Carvalho deu uma dica valiosa a seus alunos: se você não puder sair do Brasil, ao menos saia intelectualmente dele.
2.1) A melhor forma de sair dele intelectualmente é tomando dois países como um mesmo lar em Cristo.
2.2.1) Quando você preza as virtudes da Polônia enquanto nação, você vai prezar a língua, a religião e a alta cultura da Polônia como as bases desse novo ser que vai se formar a partir de você, que são tão essenciais quanto as do Brasil. A Polônia é é católica, a Polônia é eslava e tem uma longa tradição de luta contra o nazismo, contra o comunismo e de defesa da cristandade - e isso é um porto seguro num cenário de hostilidade cultural, esse cenário que reina no Brasil.
2.2.2) Conhecer um país implica servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique - o que implica que você conheça as pessoas de lá, que você se envolva com essas pessoas de tal maneira a tomar como sua a dor que elas sofrem e as alegrias que elas sentem. Se conhecer uma pessoa é um exercício de filosofia, então isso é exercitar bem a virtude da compaixão, uma virtude heróica, uma das bases da nobreza.
3.1) Esta cultura deve ser passada aos seus filhos e seus filhos devem passá-la para seus netos, pois o exercício da compaixão é um exercício para a vida inteira. Quanto mais experiência acumulada ao longo das gerações e mais povos tomados como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo dessa maneira, mais senso de nobreza você adquirirá.
3.2.1) Uma geração de crianças cujos pais tenham educação nacionista desde o berço tomará vários países como um mesmo lar em Cristo e compreenderá a real dimensão do drama humano nas mais diferentes nuances, pois cada geração anterior da família conviveu com diferentes povos - como na família haverá toda uma literatura familiar que documente essa tradição na forma de diários, este é um conhecimento muito mais rico e mis precioso do que todo o pseudoconhecimento que estudamos no campo das Relações Internacionais, fundados tão-somente nos gabinetes governamentais e nos gabinetes dos think-tanks, uma vez que são conhecimentos onde a técnica e ciência estão a serviço da ideologia, a serviço da construção de comunidades imaginadas onde nelas reina o princípio de que Deus está morto - e um império dessa natureza já nasceu morto de antemão, pois esta pretensão é vil e vã.
3.2.2) Os conhecimentos nacionistas são conhecimentos acumulados a partir da realidade vivida por diferentes gerações de uma mesma família, que se especializou em tomar diferentes países como um lar em Cristo em diferentes épocas - e isso é uma tradição poderosa, o que remete à conformidade com o Todo que vem de Deus, pois a verdade é o fundamento da liberdade.
3.2.3) Tal como no mundo antigo, a verdadeira riqueza, que é o conhecimento, ela se constrói por gerações - e isso é maior do que ouro ou prata.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2022 (data da postagem original).