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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Do bom pastor como construtor de pontes

1.1) O bom pastor, por natureza, simboliza as virtudes da humildade.

1.2) Como o humilde é elevado por conta de servir ao chamado dos outros, sobretudo do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então a ele é confiado o rebanho, cabendo a ele a administração desses rebanho, de todos os talentos desse rebanho.

1.3) Por isso mesmo, ele constrói as pontes de modo a aproximar as pessoas da paróquia de modo que juntas comecem projetos de modo que promovam a Santa Igreja de Deus tendo por base os diferentes dons disponíveis dentre os paroquianos.

2) O bom pastor, ao honrar pai e mãe, será um verdadeiro diplomata perfeito, pois promove a integração entre as pessoas, criando mecanismos de divisão de trabalhos e de responsabilidades a ponto de aumentar o capital moral fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, levando necessariamente à edificação de um bem comum, o que é politicamente relevante para a ordem na cidade, a ponto de ela ser tomada como um lar em Cristo e contribuir para o desenvolvimento da província como um todo e à nação, indiretamente falando.

3) Na economia da salvação, quem investe na evangelização está a investir nessas ações produtivas, pois o rebanho de Deus promoverá a fé verdadeira de maneira organizada e de tal maneira a contribuir para a economia local, uma vez que a cidade é o microcosmos do senso de se tomar o país como um lar em Cristo.
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

Notas sobre o instituto da Casa de Contratación espanhola

1) Nas monarquias cristãs, por conta do princípio da concórdia entre as classes, a guilda de mercadores de uma cidade portuária importante para a economia de uma nação - no tocante a edificar um bem comum que nos aponte para a conformidade com o Todo que vem de Deus e fazer com a maior parte do povo tome o país como um lar em Cristo a ponto de se preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu - fazia uma parceria com o vassalo de Cristo, a ponto de promover o bem comum também no Novo Mundo, a ponto de a Nova Espanha ser um espelho de além-mar das Espanhas. E assim nasceu a Casa de Contratación, fazendo com que a busca da Espanha por si mesma se tornasse uma espécie de serviço ao Reinado Social de Cristo, tal como se deu em Ourique.

2) Essas guildas ajudavam na interiorização do povoamento, a ponto de a cidade mais central servir tanto de mercado como de porto seco, de modo a atender a demanda que ocorre no além-mar - com a expansão do povoamento do continente, novos produtos eram integrados à rede comercial, a partir do momento em que os índios eram postos sob proteção e autoridade da coroa, como se fossem súditos do Rei da Espanha. Por meio de informações privilegiadas, os membros da guilda atendiam as demandas de todas as classes da população, desde a produção de gêneros de primeira necessidade a gêneros destinados a produção da indústria do luxo, de modo a atender a classe dirigente.

3.1) Essas guildas iam estabelecendo parcerias com os mercados no Velho Mundo de modo que seus interesses fossem protegidos perante as cortes.

3.2) O Rei ouvia seus protegidos no além-mar, dando-lhes razão, sempre que eram vítimas de alguma arbitrariedade, uma vez que todos os povos postos sob sua proteção e autoridade eram tomados como parte da família do soberano, que era vassalo do Rei dos reis, o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem: Nosso Senhor Jesus Cristo.

3.3) Durante o período de União das Coroas Ibéricas, entre 1580 a 1640, nós estivemos sob o regime da Casa de Contratación. E isso foi mantido a partir da criação de um Conselho Ultramarino, durante o Reinado de D. João IV, pois essa estrutura era interessante no tocante a promover a missão de servir a Cristo em terras distantes.

4.1) Sempre que havia excedente de produção, a ponto de ser impraticável colocá-lo no barco, esses produtos eram convertidos em títulos de commodities que eram vendidos no além-mar. Esses títulos de commodities, que tinham por lastro matérias-primas como pau-brasil ou mesmo peles, podiam ser resgatados no armazém de modo a serem processados nas indústrias que se encontravam no Velho Mundo.
 
4.2) Esse material era transformado em bem de consumo de modo a atender a demanda das classes mais altas. Tudo isso era trazido para o mercado no Velho Mundo e vendido de maneira reservada a esses nobres em seus palácios, a ponto de atender a demanda local, a mercados internacionais, a ponto de gerar ainda mais receita.

4.3) Com isso, um sistema de protecionismo educador era desenvolvido de modo a favorecer um maior desenvolvimento da economia local no além-mar. Quem comprava títulos de commodities investia em uma fábrica de modo a desenvolver a atividade econômica organizada da região, favorecendo a integração das cidades do além-mar e formar novas províncias, novas regiões administrativas.

4.4) Como todos eram tomados como parte da família, então o investimento levava a um desenvolvimento fundado na liberdade pautada na verdade, pois quem se santifica através do trabalho é patrocinado a ponto de servir em Cristo em terras ainda mais distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

Do caráter nacional do partido brasileiro

1.1) Os homens que se santificam através do trabalho são verdadeiros paus pra toda obra, pois atuam em todos os ramos da economia, por serem versáteis, uma vez que são verdadeiros imitadores do verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

1.2) O Novo Mundo, enquanto fábrica de novos homens, foi descoberto na época do Renascimento, uma época em que o verdadeiro homem virtuoso era aquele que sabia um pouco de tudo, a ponto de ser um verdadeiro polímata - e isso formou toda uma classe de trabalhadores que veio por livre e espontânea vontade de modo a contribuir para essas novas comunidades a ponto de fazê-las progredir, por conta de se amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Muito ao contrário desses invasores de nossos tempos modernos, que em nada contribuirão para a comunidade a não ser pondo filho no mundo de modo que o mundo os crie para serem usados como massa de manobra pelos globalistas, que instigam todos a tomarem o Estado como se fosse religião a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele.

2.1) Como eram pessoas de boa vontade e faziam da excelência no serviço um hábito, elas logo recebiam instrução especializada nas escolas de além-mar de modo que a se tornarem operários especialistas altamente produtivos e assim contribuírem para o processo de integração das cidades locais e assim se tornarem juntas um sistema de economia organizado, a ponto de se tornarem uma província.

2.2) E ao se tornarem uma província, essas cidades, no seu conjunto, acabavam contribuindo com o propósito fundado em Ourique, que é servir a Cristo em terras distantes, fazendo com que o senso de se tomar o Novo Mundo como um lar em Cristo seja distribuído de modo integral a todos os povos do continente.

3.1) Esta é a razão de ser, portanto, de um partido brasileiro - ela casa os interesses locais com a causa nacional, sendo uma espécie de espelho do partido português.

3.2) Por essa razão os debates na corte devem se pautar por essas divergências pautadas na realidade local, nunca na ideologia, a ponto de fazer o Estado ser tomado como se fosse religião e negar aquilo que decorre de Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Notas sobre a importância de se atuar na cultura e não na política, tendo por base as nossas atuais circunstâncias

1) O professor Olavo fala que comunismo é uma cultura.

2) Max Weber falou que a riqueza tomada como sinal de salvação gerou uma espécie de cultura em que o processo de capitalização é tomado como se fosse uma religião, uma obsessão, uma vez que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados. Como isso edifica liberdade com fins vazios, então ela é a causa da cultura comunista, uma vez que os comunistas são progressistas, no sentido de que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade de modo ainda mais radical.

3.1) O combate ao comunismo e ao capitalismo se dá em âmbito cultural.

3.2) A organização das coisas de modo a se dar uma justa destinação a elas e construir um bem comum a partir dessas coisas é uma cultura, pois isso leva a um chamado que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus. Por isso, a troca de uma cultura que gera má consciência por outra que gera consciência reta, fé reta e uma vida reta precisa se dar no âmbito cultural.

3.3) Uma vez vencida essa guerra cultural, aí é que virão os debates políticos necessários de modo a se estabelecer quais seriam as melhores estratégias governamentais que poderiam fazer com que as mulheres, criadas na cultura de empoderamento feminino, troquem a carreira para assumir os seus papéis naturais, dentro do plano de Deus. E esse tipo de coisa se funda no fato de que a autoridade aperfeiçoa a liberdade, favorecendo uma maior integração entre as pessoas.

4.1) Essa tal de Damares Alves, por ser protestante e ligada ao ex-senador Magno Malta, tende a assumir tendências positivistas - ela acha que lei é solução pra tudo, a ponto de forçar as mulheres todas a serem todas de donas de casa.

4.2) O que ela vai fazer é alimentar a narrativa esquerdista, além de prejudicar a economia doméstica de muitos lares, uma vez que a mulher é chefe de família na maioria dos lares.

5) Esta é uma questão que certamente passará por gerações. É uma questão antes cultural que legal, pois a lei que se dá na carne, que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, prevalece sobre a lei positiva. E neste caso, a razão, fundada na verdadeira fé, é maior do que a força.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

Em serviço fundado em Deus, conquistar um novo leitor e fazer dele seu doador fiel é uma luta diária - quando isso ocorre, isso é uma bênção

1) Há quem me diga que, para chegar a ter 20 doadores regulares, uma meta mais modesta, eu devo buscar uma meta mais ousada, como 100 leitores.

2) O problema é que metas mais ousadas geram expectativas fundadas nessas metas. Mesmo que a meta mais modesta seja alcançada, um ganho sobre a incerteza, a sensação é de fracasso, não de sucesso, uma vez que estou fazendo da riqueza sinal de salvação, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Enfim, dizer isso é uma forma de edificar má consciência nas pessoas. E acho tal conselho um desserviço.

4.1) Eu sou mais pelo que a Bíblia nos fala, pois quem se esforça, quem se humilha a serviço de Deus, é elevado, uma vez que há certos trabalhos humilhantes e degradantes para quem é rico no amor de si até o desprezo de Deus, mas que devem ser santificados do mesmo jeito.

4.2) Conquistar um leitor novo todos os dias e fazer dele um doador fiel é uma luta diária. Se você consegue trazê-lo para seu lado, além de ganho sobre a incerteza, é uma vitória, uma bênção.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2018.

Notas sobre economia familiar - o caso dos médicos na cidade grande que possuem um pequeno sítio

1) A esposa de meu médico toca uma fazenda. Nessa fazenda, ela produz mel e iogurte a partir de leite de cabra.

2) O meu médico, em seu consultório, tem uma atendente que vende esses produtos para os pacientes, uma vez que já há uma clientela certa. Muitos deles confiam no meu médico e certamente comprarão os produtos da esposa dele, uma vez que há uma relação de confiança há muitos anos desenvolvida. Como as coisas são tocadas pela mesma família, então dá para saber a procedência e consumir sem medo um produto de excelente qualidade, o qual você não encontrará num supermercado.

3) Se fosse médico, se tivesse consultório próprio e uma esposa que tocasse um sítio, eu certamente faria o mesmo, só que com outros produtos: como café ou frutas, por exemplo.

4.1) Eis aí um modelo de integração entre campo e cidade.

4.2) Prefiro mil vezes apoiar uma economia de família a apoiar uma economia impessoal fundada nas grandes corporações, que fazem da riqueza sinal de salvação, a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro. 6 de dezembro de 2018.

Novas notas sobre o imposto de renda

1) No direito brasileiro, renda pressupõe algo que seja fruto decorrente da exploração da terra, do trabalho ou da combinação ambos. Do ponto de vista do direito brasileiro, quem é assalariado e recebe algo fixo está a receber renda por força do trabalho. Fazendo ou não fazendo coisa alguma, o trabalhador recebe algo fixo - por isso, ele será tributado.

2) O imposto de renda atinge mais a classe trabalhadora do que propriamente a classe empresarial porque esta classe recebe algo fixo. E se há algo fixo, certo, então o imposto é calculado em razão disso.

3.1) O imposto de renda não enxerga o caráter de quem trabalha - ele reduz a pessoa de quem trabalha à sua função: que é produzir riqueza, como se ela fosse sinal de salvação.

3.2) O imposto de renda decorre de um ambiente onde a ética protestante e o espírito da capitalismo é uma realidade cultural - isso faz com que tudo esteja no Estado, a ponto de nada estar fora dele ou contra ele. Trata-se de um imposto perverso. Por isso mesmo, este instituto importado ajudou a alavancar o totalitarismo da República.

4) O salário mínimo divorcia renda da produtividade. Além da perda por força da inflação, que é uma espécie de imposto indireto, há ainda a tributação em razão do imposto de renda, admitindo que todos devam pagar imposto (imposto uniforme, em razão do igualitarismo).

5) Se todos fossem autônomos, não haveria uma renda fixa a ser calculada, inviabilizando a cobrança desse imposto. Como a receita do autônomo depende do ganho sobre a incerteza, então o imposto deve ser cobrado no momento em que ele consome, por conta da eventualidade.

6.1) Onde a riqueza é tomada como sinal de salvação, então ela se torna um dado certo, como se tivesse sido criada a partir do nada.

6.2) Como há uma cultura errada nessa direção, isso acaba fomentando opressão, a ponto de criar obrigações iníquas, fazendo com que os direitos e deveres sejam servidos com fins vazios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2018.