1) Quando se faz da crematística a nova ordem social, isso faz da riqueza sinal de salvação, a ponto de se edificar uma nova ordem, uma nova era a ponto de restaurar o princípio pagão do homem como a medida de todas as coisas.
1.2) Por isso mesmo, o capitalismo - que é fazer do processo de capitalização uma espécie de paixão, de obsessão - é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que a liberdade será servida com fins vazios, a ponto de servir de fábrica de homens ricos no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de a cidade ser a selva onde vivem os homens que são lobos do próprio homem - o chamado estado de natureza hobbesiano.
1.3) O subproduto do capitalismo é inevitavelmente o comunismo, que é a ordem fundada nos homens que são obstinados em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que faz com que esse processo revolucionário se torne cada vez mais radical. Eis no que dá a nova era e sua revolução cultural.
2).1 O contraponto disso tudo é a ordem econômica fundada no fato de que Deus é a razão de ser de todas as coisas, a ponto de todas as coisas encontrarem a sua justa destinação e apontarem para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.
2.2) Por ser o homem a primazia da criação, a ponto de receber de Deus o poder de ocupar todas as coisas, então os poderes de usar, gozar e dispor devem ser dados ao maior número possível de pessoas de modo que estes possam servir a seus semelhantes, fazendo o país ser tomado como um lar em Cristo, o que preparará o maior número de pessoas para a pátria definitiva, que se dá no Céu. Eis no que dá a ordem social fundada na santificação através do trabalho.
3) Na economia da salvação, a vida eterna é o bem mais importante. Por isso, ela é o verdadeiro contraponto à riqueza tomada como sinal de salvação, que deu origem ao capitalismo e ao comunismo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2018.