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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Críticas que podemos fazer a essa questão da democracia plebiscitária, proposta pelo professor Olavo

1) Hayek dizia que, para empreender, é preciso que se reúna o conhecimento disperso na sociedade num único sistema. E o fundamento desse sistema está no amor próprio, no amor de si até o desprezo de Deus, o que acabará edificando liberdade com fins vazios.

2) Olavo diz que a base do poder está dispersa na sociedade. Como conhecimento é poder e está disperso na sociedade, então todo agente ambicioso vai querer fazer política de porta em porta de modo a ser eleito e querer usufruir das benesses do poder como um fim em si mesmo.

3.1) A democracia liberal é uma ilusão, uma vez que a voz do povo não é a voz de Deus.

3.2) Logo, conhecimento não é poder, se os membros do povo não estiverem amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3.1) Em Ourique, Cristo disse a nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, para servirmos a Ele em terras distantes, para expandir a fé.

3.3.2) Como o Rei de Portugal, vassalo de Cristo, toma todo o povo como parte de sua família, então o poder está distribuído a todo o povo, a ponto de todos terem minimamente o poder de usar, gozar e dispor das coisas de modo a servir aos irmãos necessitados através de suas atividades economicamente organizadas, uma vez que Cristo é a razão de ser para se tomar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves como um lar n'Ele, por Ele e para Ele, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

3.3.3) Se a verdadeira história de Portugal, Brasil e Algarves, fundada em Ourique, não for a base dessa democracia plebiscitária, a ponto de restaurar os fundamentos da antiga monarquia republicana portuguesa, então ela acabará criando uma democracia liberal pautada no mais puro anarquismo de livre mercado.

3.3.4) Esta é a crítica que pode ser feita a essa colocação do professor Olavo, que deve ter pensado nisso olhando a questão do uso do conhecimento em sociedade, descrita em Hayek.

3.3.5) Como ele não conhece a História do Brasil tendo por fundamento o mito de Ourique, então ele acabará levando às pessoas a um caminho falso, o que poderá levar algumas gerações ainda não nascidas à perdição.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

Para certos costumes se tornarem leis, é preciso que haja uma democracia plebiscitária, uma vez que a base do poder está distribuída de maneira dispersa a todo o povo

1) O professor Olavo tem defendido que o Brasil precisa ser uma democracia plebiscitária.

2) Se isso existisse nos anos 60, quando foi criada a lei do décimo terceiro salário, o costume teria se tornado lei pela vontade do povo, já que naquela época o país era mais cristão.

3.1) Nos anos 60, os militares acabaram criando aquilo que Lênin chama de "centralismo democrático", esvaziando da política a representação popular que era feita pela UDN por meio da presença de figuras como Carlos Lacerda, por exemplo, que encarnavam o espírito maciçamente conversador e cristão do povo brasileiro.

3.2.1) Legislações sociais eram criadas não visando o amor pela verdade em Cristo, mas para criar uma paz pública, já que vivíamos tempos de agitação política. E isso era uma medida prática, coisa que decorria da experiência romana.

3.2.2) Mas isso de nada adianta, se Cristo não é mais o centro das coisas em nosso país desde 1822. Legislações que concedem benefícios sociais, sem que se observe a figura do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, só farão surgir verdadeiros e sistemáticos conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida, obrigando o Estado a ter de dizer o direito em todos os matizes da vida social.

3.2.3) Como a jurisdição é um fetiche dos advogados, então o Estado será tomado como se fosse religião, o que só fomenta totalitarismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

Por que certos costumes não podem ser positivados? O caso do décimo terceiro salário

1.1) Antes de o décimo terceiro salário, conhecido também como gratificação natalina, ser positivado como um direito do trabalhador na legislação trabalhista, era costume no Brasil, por conta de ser um país majoritariamente cristão, pagar essa remuneração de maneira liberal.

1.2) Isso é um atestado de concórdia entre as classes, uma vez que o patrão via nos empregados a figura de Cristo necessitado. Uma praxe distributivista.

2.1) Visando a estimulação do consumo na economia, esse costume foi tornado lei, através de um projeto de lei de iniciativa do deputado federal Aarão Steinbruck, que era socialista.

2.2) A remuneração, antes liberal, tornou-se uma obrigação, todas as empresas - não obstante o fato de serem pequenas, médias ou grandes - foram obrigadas a pagar décimo terceiro salário aos seus empregados, o que acabou desvirtuando a origem cristã do benefício.

3.1) O General Mourão fala que esse salário é uma "jabuticaba", uma aberração jurídica, uma vez que não há 13 meses num ano. Neste ponto, ele está certo, mas foi por conta dessa cultura de fazer da riqueza sinal de salvação que um costume liberal e nobre fundado em Cristo, por Cristo e para Cristo foi pervertido e perdido por conta dessa idolatria de tomar o país como se fosse religião, a ponto tudo estar no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele.

3.2) Neste momento, o país está fortemente descristianizado, por conta da ação sistemática da maçonaria e do comunismo - por essa razão, a gratificação natalina acabará sendo somente lembrada em raros manuais que contam a História do Direito Brasileiro, graças ao fato de transformarem este costume espontâneo numa obrigação legal, forçada, a ponto de isso ser servido com fins vazios.

3.3.1) É por esta razão, portanto, que não acredito que a lei não pode estar acima do costume, tendo por parâmetro o amor de si até o desprezo de Deus.

3.3.2) Se um costume é positivado por força desse princípio, então o princípio da concórdia entre as classes, cuja lei se dá na carne de cada um de nós, se converterá em conflito sistemático de interesses qualificado pela pretensão resistida, uma vez que o trabalhador, fundado em seu próprio mérito, no amor de si até o desprezo de Deus, poderá exigir do patrão um benefício que foi criado em razão de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

3.3.3) Como o Estado é laico e pouco se importa com a verdade contida nas ações humanas - coisa essa que tem por referência o que decorre do verdadeiro Deus e verdadeiro homem -, então essa exigência, portanto, faz o direito ser dito com fins vazios, a ponto de fazer da justiça uma ilusão, como diria Kelsen. Isso acaba descristianizando a sociedade por inteiro, a ponto de tudo o que é sólido se desmanchar no ar, a ponto de criar uma sociedade líqüida, essencialmente relativista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

O que me levou a escrever o artigo de hoje?

1) Meu pai certa ocasião estava lendo Samuel 8, a respeito da instituição da monarquia em Israel. Como meu pai foi criado num meio protestante, foi aí que percebi que a sola scriptura acaba levando uma parcela significativa dos que nasceram aqui à apatria.

2.1) Há uma cristologia em Ourique que está muito além daquela que está na Bíblia - e foi isso que me levou a escrever um artigo denunciando o fato de que não é possível aprender nada sobre a verdadeira História do Brasil, se você for partidário da sola scriptura.

2.2) A própria História do Brasil por força daquilo que decorreu em Ourique, que é servir a Cristo em terras distantes, é uma Cristologia, pois o Crucificado de Ourique revelou a D. Afonso Henriques que Ele é construtor e destruidor de impérios. Como Cristo quis construir um Império de modo que seu Santo Nome fosse publicado entre as nações mais estranhas em terras muito distantes, então uma nação foi fundada para servir a Cristo neste fundamento, sob a égide da Santa Cruz.

3.1) Quando D. Pedro I e José Bonifácio separam o Brasil de Portugal, eles acabam tirando Cristo do centro desta terra. 

3.2) O Defensor Perpétuo do Brasil acabou se tornando o centro desta terra, a ponto de tudo estar nas mãos dele e nada pode estar fora dele ou contra ele, tal como o Rei de Israel, nesta passagem da Bíblia que meu pai estava lendo.

4.1) O Professor Loryel Rocha afirmou que a monarquia foi um estado de transição que levou a esta república. 

4.2) O imperador foi substituído pela figura do Exército, que passou a exercer o Poder Moderador em seu lugar. E o pai da porcaria foi Ruy Barbosa. Sempre que os oligarcas e os populistas brigam , as forças armadas são obrigadas a intervir. E a cada intervenção, o desenho do Estado era refeito. E este desenho foi refeito 7 vezes, uma vez a cada 30 anos em média.
4.3) Desde 1822, com o domínio dos maçons, o que tem havido foi o avanço das fés heréticas aqui, através do relativismo moral promovido pelo liberalismo, que passou a copiar a liberdade dos americanos a ponto de uma ilusão de ordem livre, um arremedo de civilização que só enfraqueceu a fé católica por aqui. 

4.4) Quanto mais a falsa história de que o Brasil foi colônia de Portugal era contada, mais a gente esquecia o senso de conformidade com o Todo vem de Deus. A maior prova disso é o que o nosso presente parece não ter conexão com o transcendente, com aquele passado glorioso. É como se Deus tivesse morrido.

5) Era assim como me sentia, quando estudava História do Brasil sem ter estudado a História de Portugal antes. Foi diante disso que aconteceu aqui em casa que me levou a meditar sobre isso hoje.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

Por que um partidário da sola scriptura é incapaz de aprender a História do Brasil verdadeiro, decorrente do milagre de Ourique?

1.1) Quando você reduz a Bíblia a uma crença de livro, você está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto que você não acreditará em milagres. 

1.2.1) A maior prova de um milagre é que Deus demonstra as coisas através de palavras, fatos e coisas - e essa linguagem transcende as possibilidades do idioma ou mesmo da língua escrita. 

1.2.2) Isso pede que a lei de Deus se dê na carne de cada um de nós - e a melhor forma de fazer isso é seguindo o exemplo de um Deus que foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. É por essa razão que muitos santos foram analfabetos - justamente porque respondem a Deus neste propósito, uma vez que ele fala além do texto escrito. É preciso ver o que não se vê.

2.1 ) Além disso, a sola scriptura é insustentável porque a língua é dinâmica - ao longo dos séculos vão acontecendo mudanças na língua de tal maneira que o português camoniano acaba se tornado completamente diferente do português que eu falo, a ponto de serem imagens distorcidas de um mesmo espelho. 

2.2) Se não houvesse dicionários, estudos estilográficos e paleográficos comparando a época do autor de Os Lusíadas com a minha época, eu não seria capaz de entender um décimo do que Camões disse, pois estes estudos mostram a que nossa língua tem uma tradição, a ponto de ligar o passado ao presente. 

2.3.1) Além disso, eu não poderia crer na existência dessa tradição se não fosse por conta da autoridade de bons professores, que fizeram do magistério um verdadeiro apostolado. 

2.3.2) Se não houvesse essa tradição de estudos lingüísticos, as discrepâncias tenderiam a se agravar ainda mais com deformas ortográficas que ocorreram ao longo do século XX, bem como com relação à novilíngua criada pela esquerda. Tudo isso gera entropia.

3.1) É por força da autoridade da Igreja Católica, que garante a integridade dos evangelhos, e de uma tradição apostólica que o texto sagrado está protegido de toda entropia. 

3.2) Se isso é retirado e se houver uma livre interpretação da Bíblia fora dessa tradição, a tendência é não haver mais a verdade entre nós, dando a impressão de que Deus morreu, quando, na verdade, Ele está bem vivo. E se Deus morreu, então isso acaba criando um vácuo espiritual que passa a ser preenchido pelo Islamismo.

4.1) O fato de Portugal, Brasil e Algarves ter nascido de um milagre em Ourique, que fez toda a gente portuguesa e seus descendentes do além-mar servirem a Cristo em terras distantes, é prova cabal de que a sola scriptura nos desliga da verdadeira razão pela qual devemos tomar o Brasil como um lar em Cristo e não como religião, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra Ele.

4.2.1) A perda dessa conexão de sentido de servir a Cristo em terras distantes de modo a expandir a fé cristã, reforçada pela falsificação sistemática da História do Brasil, faz com que a gente acabasse virando apátrida sem perceber, a ponto de acabarmos virando gado ou massa de manobra desses partidos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, tendo por lastro o falso argumento de que o Brasil foi colônia de Portugal, inventado por José Bonifácio - esse falso herói que está sendo vendido como se fosse uma espécie de founding father verde e amarelo. 

4.2.2) Se vivermos em conformidade com o Todo que vem dessa falsa história, então seremos todos idiotas úteis, imbecis coletivos - e toda essa falsa tradição está correndo a fé verdadeira a ponto de colocar no lugar dela o antípoda da fé cristã: o islamismo.
5.1) É por essa razão, portanto, que odeio os partidários da sola scriptura; são esquerdistas espirituais, pois estão conservando o que conveniente e dissociado da verdade, a ponto de fomentar má consciência em muitos. 

5.2) É do esquerdismo espiritual que vem o esquerdismo político. Esse esquerdismo político vem primeiramente na forma pragmática, que serve liberdade com fins vazios - e é dessa liberdade com fins vazios, que faz da riqueza sinal de salvação, que vem o totalitarismo comunista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Notas sobre o princípio da subsidiaridade e a questão do governo de representação no âmbito das empresas

1.1) Se aquele que organiza uma atividade economicamente organizada concentra muito poder em poucas mãos, então a tendência é ele pagar um salário menor, uma vez que haverá uma espécie de concorrência onde há muitos candidatos para poucas vagas. E a tendência é contratar o mais qualificado pelo menor preço possível. 

1.2) O empregador examinará o currículo formalmente e tenderá a usar da energia do empregado, sem se importar com o seu caráter. Por conta da impessoalidade, a tendência é haver uma demissão sem justa causa, uma vez que a atividade economicamente organizada reduziu-se tão-somente a ganhar dinheiro, uma vez que a riqueza se tornou sinal de salvação, onde os eleitos, os salvos de antemão, humilham os condenados à miséria de antemão, em razão do abuso de um suposto direito conservado de maneira conveniente e dissociada da verdade, uma vez que o mundo não foi dividido por eleitos e condenados, pois é Deus é uma pessoa boa, jamais perversa, a ponto de ser chamado de demiurgo (coisa que não existe).

2.1) Se aquele que organiza uma atividade economicamente organizada começa fazendo isso com o apoio da sua própria família, então a tendência é ele recrutar uma pessoa da sua confiança - e essa busca tende a se dar em terras distantes. Como lealdade e honestidade são bens escassos, então esse dado do caráter já preenche qualquer currículo, a ponto de este empregador pagar a passagem do empregado bem como o lugar onde ele vai se hospedar de modo a exercer suas funções muito bem.

2.2) Se esse empregado leal e confiável tiver experiência, a tendência é ele ser um representante do empregador e aí ele vai contratando gente que ele conheceu em outros lugares onde trabalhou - e a tendência é contratar gente que comungue dos mesmos valores, a ponto de amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e que sejam tão honestos quanto esse que vai administrar a empresa para o empregador.

2.3) Assim como o empresário se torna uma espécie de rei, o gerente se torna uma espécie de primeiro-ministro da empresa, a ponto de representar o rei nos assuntos onde ele não está presente. Logo, o gerente se torna uma espécie de intercessor entre o patrão e o empregado.

3.1) Uma pequena empresa não necessita de sindicatos - o próprio gerente faz a mediação entre o patrão e eles, a ponto de criar uma concórdia entre a classe patronal e a classe produtiva da empresa. 

3.2.1) Só numa economia impessoal é que se faz necessária uma negociação no campo institucional, a ponto de haver um sindicato patronal e um sindicato dos empregados. 

3.2.2) Como tudo tende a estar no Estado, a ponto de nada estar fora dele ou contra ele, a tendência é que os pedidos sejam destituídos de fundamento, uma vez que a lei estará divorciada da verdade, que é Cristo. Só num Estado totalitário a justiça é uma ilusão - e um trabalhismo fascista se beneficia exatamente disso, pois dizer o direito está reduzido aos interesses do Estado, às razões do Estado, que é ser tomado como se fosse um Deus, a ponto de o verdadeiro ser deixado de lado, esquecido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2018. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Notas sobre uma lição que podemos tirar dos romances policiais

1) Quando você busca o conhecimento disperso, você tende a acumular informações. E quanto mais informações você tiver, a tendência é você acabar se intrometendo em questões que não lhe dizem respeito ou que são espinhosas demais para um determinado indivíduo, tal como vemos em histórias de detetives.

2) As histórias de detetives escritas por Chesterton e outros autores de romances policiais apontam muito para o perigo de concentrar muito poder em poucas mãos, principalmente no tocante ao acúmulo de muitas informações que se encontram dispersas na sociedade. Se esse acúmulo não tiver um limite, você acabará invadindo a intimidade alheia, a ponto de fazer chantagens e extorsões.

3.1) O Estado tomado como religião acabará pervertendo a ordem social fundada na confiança, quando manda seus agentes de modo a colher informações que não aquelas de modo a solucionar um determinado crime.

3.2) Se isso ocorrer, o princípio constitucional da honra, da vida privada e da intimidade será servido com fins vazios, fazendo o país cair num totalitarismo tremendo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2018.