1) Hayek dizia que, para empreender, é preciso que se reúna o conhecimento disperso na sociedade num único sistema. E o fundamento desse sistema está no amor próprio, no amor de si até o desprezo de Deus, o que acabará edificando liberdade com fins vazios.
2) Olavo diz que a base do poder está dispersa na sociedade. Como conhecimento é poder e está disperso na sociedade, então todo agente ambicioso vai querer fazer política de porta em porta de modo a ser eleito e querer usufruir das benesses do poder como um fim em si mesmo.
3.1) A democracia liberal é uma ilusão, uma vez que a voz do povo não é a voz de Deus.
3.2) Logo, conhecimento não é poder, se os membros do povo não estiverem amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.3.1) Em Ourique, Cristo disse a nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, para servirmos a Ele em terras distantes, para expandir a fé.
3.3.2) Como o Rei de Portugal, vassalo de Cristo, toma todo o povo como parte de sua família, então o poder está distribuído a todo o povo, a ponto de todos terem minimamente o poder de usar, gozar e dispor das coisas de modo a servir aos irmãos necessitados através de suas atividades economicamente organizadas, uma vez que Cristo é a razão de ser para se tomar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves como um lar n'Ele, por Ele e para Ele, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu.
3.3.3) Se a verdadeira história de Portugal, Brasil e Algarves, fundada em Ourique, não for a base dessa democracia plebiscitária, a ponto de restaurar os fundamentos da antiga monarquia republicana portuguesa, então ela acabará criando uma democracia liberal pautada no mais puro anarquismo de livre mercado.
3.3.4) Esta é a crítica que pode ser feita a essa colocação do professor Olavo, que deve ter pensado nisso olhando a questão do uso do conhecimento em sociedade, descrita em Hayek.
3.3.5) Como ele não conhece a História do Brasil tendo por fundamento o mito de Ourique, então ele acabará levando às pessoas a um caminho falso, o que poderá levar algumas gerações ainda não nascidas à perdição.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.
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