1) Depois que comecei a passar para as medidas atuais as medidas que eram usadas por Portugal no tempo do povoamento do Brasil, eu fiquei impressionado com o tamanho da sesmaria. É uma coisa monstruosa.
2.1) Mesmo que Portugal investisse e muito em técnicas agrícolas, mesmo que Portugal investisse em progressos técnicos de navegação, a extensão de terras de uma sesmaria era tão grande que ninguém dava conta de torná-la produtiva, a menos que constituíssem famílias muito grandes e que a terra fosse distribuída em unidades menores de modo que o maior número de pessoas possível tocasse toda essa extensão com máxima produtividade, por meio do distributivismo.
2.2) Até porque Portugal é um país com pouca gente. Mesmo que Portugal estivesse bem à frente de seu tempo, a ineficiência era tremenda, por conta das circunstâncias da época.
3) Só agora, mais recentemente, é que áreas de 40 mil a 50 mil hectares conseguem ser produtivas, graças à mecanização dos campos, pois os tratores têm GPS. É graças à essa tecnologia que uma área do tamanho de uma sesmaria pode se tornar uma área produtiva, uma vez que agora é possível concentrar os poderes de usar, gozar e dispor sem que a eficiência seja perdida.
4.1) Olhando por esse ângulo, a lei das sesmarias em Portugal estava muito, mas muito à frente de seu tempo.
4.2) Se o Brasil fosse povoado nesta circunstância atual, aplicar a lei portuguesa seria muito mais fácil, pois os magistrados levariam um dia de avião para chegar ao Brasil e poderiam se comunicar com a Coroa, relatando tudo o que acontecesse por aqui em tempo real. E isso certamente fez muita falta naquela época.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2018 (data da postagem original).
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