1) Certa ocasião, eu vi uma postagem do Olavo dizendo que o Bolsonaro é um daqueles raros casos na História em que o candidato ganha a eleição sem ter participado da própria campanha (até porque ele sofreu um atentado do qual está se recuperando, o que gerou uma tremenda comoção popular).
2) Mas há um caso na História do Brasil em que o candidato estava na Europa e foi eleito Presidente do Brasil. Isso aconteceu na República Velha - o presidente eleito foi Epitácio Pessôa.
3.1) Nem dá para comparar a eleição na época da República Velha com a atual.
3.2) Na Primeira República, os conchavos se faziam nas sombras, nas lojas maçônicas, sobretudo na Bucha da USP. Era bem provável que o nome de Epitácio Pessôa tivesse sido escolhido previamente por meio de um acordo de cavalheiros, uma vez que as eleições eram feitas a base de bico de pena, pois havia muita fraude. Como o voto era aberto, os eleitores sofriam intimidação física por meio dos capangas dos coronéis, sobretudo no sertão, onde havia voto de cabresto. Por essa razão, Epitácio Pessôa não precisava se preocupar com a campanha.
3.3) Nas atuais circunstâncias, por conta do atentado que Bolsonaro sofreu, seus correligionários fizeram campanha por ele, a ponto de antecipar o segundo turno já na primeira votação, uma vez que as eleições de 2014 foram marcadas pela fraude nas urnas eletrônicas, onde a recontagem de votos é impossível.
4) Embora a fraude nas eleições seja uma constante ao longo da História da República, podemos dizer que esta eleição é diferente das outras, uma vez que ela é conseqüência direta daquelas revoltas que aconteceram em 2013, em que o povo começou a exigir o impeachment de Dilma Rousseff e a reclamar a titularidade dos poderes constitucionais, a ponto de querer acabar de vez com esse estado infernal de coisas que marcou tanto a Nova República, que quase levou este país ao comunismo.
5) As redes sociais expuseram aquilo que a imprensa escondia - e a casa caiu. Esta foi a razão da mudança, a qual está em curso desde então.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário