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sábado, 8 de setembro de 2018

A grande unidade é construída na diversidade

1) Quando Roma tomou a Gália, ela incorporou as técnicas de metalurgia dos gauleses, que eram as melhores do mundo antigo. Essas técnicas foram difundidas por todas as fronteiras do império. Por força disso, o exército romano incorporou o elmo dos gauleses, bem como o gládio, que se tornou um símbolo da cultura romana, na figura dos gladiadores.

2) Quando Roma tomou Cartago, ela copiou as técnicas para a produção de azeite de oliva, que são até hoje usadas no mediterrâneo, principalmente na Tunísia, no antigo território controlado por Cartago. Quando Roma tomou o Egito, ela copiou os institutos legais egípcios de tal forma que deu origem aos latifúndios, às sesmarias. Esse instituto se chama enfiteuse.

3) Quando uma terra era recém-conquistada, Roma copiava o que havia de melhor do seu adversário e introduzia ao novo território técnicas que ela mesma inventou bem como técnicas que aprendeu ao derrotar adversários anteriores, criando uma espécie de unidade. Essa mistura de técnicas, institutos e culturas criava uma unidade, mas também uma diversidade, pois o povo conquistado, ao se beneficiar dessas técnicas trazidas, passava a ter outra visão de mundo, passando a ver possibilidades que antes não conhecia,  uma vez que o imaginário coletivo do povo conquistado foi ampliado. De certa forma, dois povos conquistados acabavam se descobrindo um ao outro, por intermédio de seu conquistador.

4.1) O fundamento do verdadeiro federalismo está na unidade, ainda que na diversidade. Essa unidade está no ideal de que nenhum homem deve ser escravo de outro homem. O homem só é escravo de Deus, pois Ele é bom - e é por força dessa razão que o homem que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus passa a servir a Cristo em terras distantes.

4.2) É por isso que o Império Português é uma evolução da República Romana. Mais do que um império de conquista, o império português é um império de cultura - Cristo é a verdade e a Igreja é a esposa de Cristo. Como o casamento é a imitação dessa relação, então era muito comum casar os melhores da gente portuguesa com as filhas dos chefes locais. Como o casamento é indissolúvel, por ser sagrado, então a aliança entre as famílias se fundava no fato de amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, já que Ele é o verbo que se fez carne, por ser a verdade em pessoa. Como este império não se funda no amor de si até o desprezo de Deus, então ele não perecerá - ele durará até o dia do Juízo Final, até o dia da segunda vinda de Cristo, dia esse que não sabemos quando virá - só Deus sabe.

5) Exploração, conquista e casamento são elementos formadores da nacionidade, do senso de se tomar o mundo conhecido e desconhecido como um lar em Cristo, uma vez que a palavra de Cristo deve ser espalhada para todos os confins do mundo, já que Ele é a verdade e a verdade é universal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de setembro de 2018.

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