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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Por que você precisa se universalizar, antes de estabelecer uma atividade economicamente organizada?

1) No livro O mistério do Capital, há a descrição de cinco efeitos que são próprios da ocupação das coisas de modo a realizar uma atividade economicamente organizada. São eles: a fixação dos bens do ativo; a fungibilidade entre ativos, a ponto de serem convertidos em dinheiro, o que viabiliza o intercâmbio; a integração entre as pessoas; a responsabilização patrimonial das pessoas e proteção às transações.

2) Neste artigo tratarei da fixação dos bens ativos. Essa fixação dos bens do ativo permite a formação da empresa, que é um complexo de bens destinado a produzir outros bens essenciais a saciar sistematicamente as necessidades humanas. Até você formar essa universalidade de direito, você precisará reunir muitas informações e muitos conhecimentos que estão dispersos na sociedade. Eis a universalidade de fato.

3.1) Mas esse conhecimento disperso não está só em uma única sociedade.

3.2) Você precisará tomar vários países como um mesmo lar em Cristo de modo que você acabe se universalizando de fato, como diz o Gilberto Kujawski em seu livro A Pátria Descoberta. Quando você faz isso, você cria as pontes necessárias de modo a integrar os conhecimentos num único sistema, o qual se encontra na sua própria família, pois é daí que virão os diplomatas perfeitos necessários de modo a integrar dois países, ainda que de culturas completamente diferentes - como a Polônia e o Brasil, por exemplo -, em um mesmo lar em Cristo.

3.3.1) Quando você organiza uma atividade econômica organizada, você está estabelecendo uma teoria de vida cuja prática deve se radicar no país onde você se instala em definitivo, ao estabelecer um determinado domicílio, a ponto de ser encontrado para responder publicamente pelas obrigações que você assume perante a sociedade na qual você vive.

3.3.2) É através do conceito de instalação, do casamento da teoria com a prática, que você põe em prática o que você aprendeu por força de haver tomado vários países como um mesmo lar em Cristo, por força de haver reunido conhecimentos dispersos de vários lugares do mundo. É a partir daí que você vai servindo aos seus semelhantes naquilo que você sabe, uma vez que você desenvolveu um jeito de ser - e esse jeito de ser acaba se tornando uma cultura, a ponto de se tornar uma atividade econômica produtiva que vai beneficiar a sociedade como um todo, por conta daquilo que você faz, uma vez que você precisa se universalizar de tal maneira a poder conhecer o seu próprio país, na sua essência - e isso precisa se dar fora do Brasil também. Afinal, não somos uma China, que criou uma muralha para se isolar do mundo e criar um mundo à parte.

4.1) O segredo para se universalizar começa quando estudamos as nossas origens, a partir de Portugal:

4.2) O país decorre da missão de servir a Cristo em terras distantes - por isso mesmo, ele é um desdobramento da missão que foi dada a Portugal, no continente americano.

4.3) Portugal é o que é porque sua razão de ser está em Cristo - por isso, lutou contra os muçulmanos de modo a expandir a fé.

4.4) Portugal faz parte da Europa, cuja civilização foi edificada a partir da ordem romana, da filosofia grega e da vida fundada na conformidade com o Todo que ve de Deus.

4.5) Portugal é um país ibérico - por isso, nossas raízes são ibéricas, como as da Espanha, nunca anglo-saxãs.

4.6) Portugal serviu a Cristo em cada um dos cinco continentes. Como somos uma nação de lingua portuguesa, então de certo modo somos cidadãos do mundo por força disso. Nós deveríamos aprender mais sobre a presença de Portugal nesses países também, já que fomos parte desse império fundado em Criso. E esse império é nossa casa comum, nosso bem comum.

4.7.1) Portugal faz parte da União Européia. Como somos portugueses, então somos europeus de ultramar, além de americanos.

4.7.2) Por isso, devemos fazer as pontes entre o Mercosul e a União Européia, além de colaborarmos com a CCLP de modo a refundar o que foi estabelecido em Ourique. É por essa razão que a teoria do que digo deve se radicar no Brasil, uma vez que conheço muito bem o contexto brasileiro, já que eu vivi a vida inteira no Brasil.

4.7.3) A experiência das relações de Portugal com os outros países europeus neste bloco não pode ser desprezada, já que ela nos interessa também. Como há descendentes de italianos, alemães, japoneses, poloneses e de outros povos aqui, estes podem criar as pontes de modo que o Brasil como um todo saia beneficiado com o trabalho daqueles que têm dupla nacionalidade.

5.1) Se você não se universalizar, no sentido de ter consciência de todos esses fatores, então você estará condenado a viver deitado eternamente em berço esplêndido, num país condenado a ser monoglota. Você será forçado a tomar este arremedo de país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele; a ser anticristão e a estar à esquerda do pai sistematicamente, a ponto de agir como um apátrida.

5.2) E essa apatria cria a falsa ilusão de que você é cidadão do mundo, já que o Brasil, desde a secessão de 1822, é uma escola de totalitarismo - e muitas de suas políticas governamentais serviram de modelo para a ONU, no sentido de centralizar as relações internacionais na figura da Assembléia das Nações Unidas, bem como no Conselho de Segurança da ONU de modo a criar uma Cosmópolis, um totalitarismo em escala global, o qual mata a nacionidade de nações inteiras, o que é uma grande ofensa a Cristo. 

5.3) É em Cristo que você se universaliza, assim como é em Cristo que você organiza uma atividade economicamente organizada a ponto de santificar a si próprio através do trabalho bem como a todos ao seu redor através dessa iniciativa particular, a qual acaba servindo ao bem comum a ponto de edificar uma ordem pública através da colaboração dos outros à sua atividade, de modo que cresçam juntos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2018.

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