Pesquisar este blog

sábado, 17 de setembro de 2016

Notas sobre o realismo de certas falsas analogias

1) É verdade que Deus e ser humano são categorias ontológicas diferentes - um é criador e outro é criatura. Embora não seja sensato comparar coisas que são de categorias ontológicas diferentes, a realidade nos aponta algumas coisas interessantes.

2) Cito como exemplo o que já me aconteceu. Minha ex-namorada, que sempre foi ligada nas coisas do mundo, dizia que quem não é visto não é lembrado. Como este é um argumento tipicamente materialista, imanentista, nihilista - portanto, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus -, cheguei a esta conclusão: "se isso fosse verdade, todos seriam ateus, uma vez que Deus fala através de palavras, atos e coisas e é sempre lembrado pelos conservam o que é conveniente e sensato, já que isso faz chegar à verdade, à conformidade com o Todo que vem de Deus".

3) Embora a analogia seja formalmente errada, uma vez que Deus e homens são realidades ontológicas diferentes, isso é um retrato perfeito da realidade, pois o homem que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade almeja ser Deus, a tal ponto que nega alguns elementos verdadeiros e que nos são invisíveis, mas que podem ser percebidos pela razão humana, pela prudência e pela sensatez. Se tudo fosse parte do mundo material, do mundo aparente, não faria sentido criar raízes profundas na verdade, de modo que houvesse o crescimento espiritual, uma vez que estar conectado ao eterno, ao invisível liga a terra ao céu.

4) Eis a beleza da linguagem literária - ela retrata a lógica do absurdo, uma vez que a sabedoria humana está agindo de contraponto à sabedoria divina. E isso transcende à lógica formal, a tal ponto que lidar com essa contradição fundada, no pecado original, pede a constante readequação das coisas, de modo a que se semeie a verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Pois como disse Camus, o absurdo é a primeira verdade. E é de tanto conhecermos o absurdo que no fundo vamos chegando à verdade, uma vez que vamos fazendo a engenharia reversa de todo o conteúdo que há por trás daquilo.

5) Por isso mesmo que uma falsa analogia não é de todo um absurdo, uma vez que ela retrata a realidade. E o professor Olavo nos pede que estudemos a realidade, que façamos engenharia reversa de cada coisa dita de absurdo, de modo a ficar com o que é conveniente e sensato, coisa que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Notas sobre uma falácia que é muito popular atualmente

1) Muitos costumam dizer esta frase: quem não é visto não é lembrado.

2) Se isso fosse verdade, todos seriam ateus. Afinal, Deus, o criador do Universo, não tem imagem e todos se lembram d'Ele, uma vez que ele fala através de fatos, palavras e coisas.

3) Enfim, quem diz essa asneira conserva o que é conveniente e dissociado da verdade: a sabedoria humana dissociada da divina.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/notas-sobre-o-realismo-de-certas-falsas.html

Notas sobre a incoerência dos libertários

1) O libertário é contra o Estado, contra a única garantia que dá lastro à propriedade privada: a proteção das transações, fundamento que gera a integração entre as pessoas e a responsabilização pessoal.

2) Sendo assim, é contra a propriedade privada, bem ao contrário do que insiste defender. Não é à toa que se julgam a nova esquerda, pois são realmente esquerdistas, dado que edificam liberdade para o nada - e liberdade para o nada favorece o relativismo moral, o que só aumenta o totalitarismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2016.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Da relação entre comunitarismo e a atividade intelectual independente

1) Ser escritor, como falei, é mais do escrever um livro. Ele também constrói uma comunidade com todos aqueles amam e rejeitam as mesmas tendo por Cristo fundamento, os seus leitores.

2) A atividade de um escritor edifica consciências sistematicamente, uma vez que ele é o professor de uma nação inteira, de modo a que esta melhor tome o Brasil como se fosse um lar, com base naquilo que foi edificado em Ourique. Enfim, é uma atividade essencial distributivista, pois uma família estruturada nasce das sólidas relações de amizade entre o escritor e seus leitores, já que o escritor é como se fosse um rei na matéria em que escreve e seus leitores são seus súditos, pois estão sujeitos ao constante aprendizado com ele. Quando o escritor é sério, ele se torna uma autoridade legítima, por força de Direito Natural.

3) Se o escritor é o patrimônio de uma nação, tal qual o rei, ele deve ser mantido, pois seus estudos ajudam e muito a nação. Não é à toa que o escritor e o rei se assemelham neste aspecto, embora o rei seja aquele que modera os debates políticos da comunidade, de modo a que isso não descambe em autoritarismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2016.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/notas-sobre-natureza-do-ciclo-da.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/12/o-comunitarismo-e-alimentado-por-meio.html

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lula, o câncer deste país

pchuły - pulgas, em polonês

Pixuleco - Lula, o rato de esgoto

1) Aqui em casa, nós chamamos o Lula de "rato de esgoto".

2) A peste negra, que dizimou muita gente na Europa, quando do tempo do Renascimento Comercial, vem das pulgas do rato.

3) O socialismo não só derrama o sangue inocente de suas vítimas, fazendo sacrifícios humanos voltados para o nada: ele é a própria morte negra, seja na fome, seja na peste bubônica, pois o rato de esgoto é o grande general desse mal. E mesmo que se limpem na própria sujeira, ele é o pai do famigerado Foro de São Paulo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2016.

Qual é o segredo do meu trabalho?

1) Para chegar aos mais de 2500 artigos que escrevi, eu não li muito. Na verdade, meditei mais do que li. Segundo o professor William Bottazzini Rezende, é isto que caracteriza um grande pensador.

2) Eu li um pouco do livro Belonging in the Two Berlins de John Borneman, sobretudo aquele debate com Ernest Gellner, contido numa das notas finais do livro. Enquanto Gellner dividia a História de um povo em vários períodos de nacionalismo, Borneman usou o termo nationness (que foi traduzido por nacionidade, no livro Um Mapa da Questão Nacional, no artigo "Para onde vão as nações e o nacionalismo?") para separar o senso de tomar o país como se fosse um lar de nacionalismo, do senso de tomar o país como se fosse religião.

3) Li um pouco das preleções de Pasquale Mancini, em que define a nação como um dado irredutível, a mônada racional da ciência, a qual deve ser tomada como se fosse uma segunda religião. E foi deste cara aqui que nasceu o princípio das nacionalidades no Direito Internacional.

4) A distinção entre a nacionidade e nacionalidade foi-me tão relevante que fui encontrando fundamentos na Bíblia. A questão da nacionidade eu encontrei na História de Ruth - e foi aí que encontrei o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, contrapondo-se ao nacionalismo dos hebreus, que tende a ser farisaico. Quando Cristo deu pleno cumprimento à lei mosaica através do ama o próximo como a ti mesmo, ele criou o senso de tomar o pais como se fosse um lar em Cristo, com base na pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

5) Tempos depois, através da indicação do Tarcísio Moura, eu tomei contato com a visão do Cristo Crucificado de Ourique - e percebi que tomar o país como se um lar em Cristo implica servir a Cristo em terras distantes. Como estamos em tempos virtuais, este conceito se atualizou.

6) A questão do conservadorismo e do conservantismo, eu encontrei através da introdução que Pedro Calmon fez da obra Da natureza e dos limites do Poder Moderador. Ao longo das minhas meditações, percebi que conservador é quem conserva a dor de Cristo, ao passo que conservantista é quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade.

7) Enfim, através de sucessivas meditações e debates que tive ao longo desses anos com os meus contatos, com base nas leituras que fiz, eu fui desenvolvendo esse trabalho que estou a escrever.

8) É isso que fiz. E não é preciso ir muito longe. Deus foi tão generoso comigo que recebi do colega Haroldo Monteiro dois convites de hangout: um para debater sobre o milagre de Ourique e outro para discutir Voegelin, sendo que este último ocorreria num horário em que naquela hora já estaria dormindo, já que durmo cedo.

9.1) Embora nunca tenha lido Voegelin e outros clássicos, a experiência que acumulei investigando o que investiguei fornece novos elementos aos que estudam este pensador alemão recomendado pelo professor Olavo.

9.2) Não é à toa que minha pesquisa completa o trabalho do professor Olavo, pois analisei um outro aspecto que me pareceu interessante, a partir de algo que muitos julgam secundário, mas que se tornou a pedra angular do meu trabalho, dado meu interesse mortal sobre as verdadeiras razões pelas quais devemos tomar nosso país como se fosse um lar e não como fosse religião de Estado desta República, a qual edifica liberdade para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro 15 de setembro de 2016.

Esboço de um modelo de cursus honorum brasileiro

1) Se houvesse uma lei de cursus honorum no Brasil, todo aspirante a político devia começar sua carreira num pequeno município e o objetivo dele é fazer essa região ser bem desenvolvida de tal forma que este município passe a ser uma cidade importante para a região onde se encontra.

2) Se fizesse um bom trabalho, ele pode ir se candidatar a vereador ou a prefeito numa cidade média - ou ser chamado a administrar outro povoado menor próximo e integrá-lo ao outro povoado que administrou. Se ele for um bom administrador de três cidades menores, poderá se candidatar a deputado provincial. Se administrar ao menos 5 cidades, poderá ser escolhido ao senado da província, o lugar dos homens bons locais, que elegerão os senadores.

3) Se fizer um bom trabalho numa cidade média, poderá se candidatar a uma prefeitura de cidade grande, como Campinas, ou capital de Estado. Se fizer um bom trabalho, poderá se candidatar a governador da província ou a deputado federal.

4) Para se candidatar a presidência, ele deve ter um histórico de administrar pelo menos três províncias. Se fizer um bom trabalho em pelo menos uma, poderá se candidatar ao Senado.

5) Quem preside a União deve pelo menos ter sido presidente em 3 províncias e feito um bom governo nesses três territórios. Esse negócio de presidente aventureiro, como temos por aqui, só promove os piores. E se ele não pode se candidatar se não tiver sido um bom governador dentro desses três territórios.

6) A questão é: quem escolhe os presidentes, dentre os presidenciáveis? O Imperador do Brasil, pois quem exerce o Poder Moderador deve proteger o povo dos maus governantes. Se não houver um soberano moderando, a república brasileira será uma desgraça. Por isso que a monarquia, na verdade, é uma república baseada nas virtudes republicanas de Roma, na filosofia grega e na fé cristã. E como se não bastasse tudo isso, há a missão que herdamos do Cristo Crucificado em Ourique.

7) O presidente da União é o Chefe de Governo no Brasil - e a chefia de Estado é exercida pelo Imperador. Com isso, adotamos uma fórmula próxima a de 1824, aos tempos atuais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2016.