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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Do jornalismo e da literatura como formas de apreensão da lógica do absurdo

1) Camus costuma dizer que o registro do absurdo, do fato da realidade que é fora da ordem natural das coisas, é a primeira forma de se apreender a lógica que há por trás dele.

2) É, pois, do absurdo que extraímos o primeiro conceito, a primeira verdade. É da experiência de se lidar com absurdos que nós conservamos o que é conveniente e sensato e rejeitamos o que conveniente e dissociado da verdade.

3) Dentro desta linha, o jornalismo, enquanto uma fonte de observação, registra os absurdos e os denuncia, de modo a que sejam depois analisados a posteriori por todos aqueles que se dedicam à atividade intelectual independente, de modo a conhecer a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) Ainda que não haja registro jornalístico, a literatura pode suprir isso, pois é a possibilidade de um absurdo vir a acontecer na realidade, coisa que pede um bom senso especulativo, o que é próprio de um filósofo. Uma boa literatura é capaz de antecipar em anos fatos jornalísticos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2016.

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