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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Por que a guilda não é uma terceirização?

Róger Badalum: As guildas seriam terceirizações? Se sim, não seria a causa que levaria a grandes empresas a serem o que são, que nunca deveriam ter sido impessoais?

José Octavio Dettmann Na verdade, a guilda é um tipo de distributivismo. O empreendedor deve ensinar seus empregados a serem empreendedores também. E quando estiverem prontos a ir servir seus semelhantes naquilo que a empresa-mãe não é capaz de fazer, recebem mandato do patrão para ir cumprir sua missão e se tornam patrões vassalos do patrão que é rei. Trata-se de colonização econômica, fundada no fato de se tomar a empresa como se fosse um lar, da mesma forma como houve com as cidades antigamente.

José Octavio Dettmann: A terceirização é quando há impessoalidade dentro da mesma organização social, pois vários grupos, várias classes profissionais, estão reunidas na mesma empresa - e lá ocorre uma divisão de trabalho de tal forma que várias empresas ocupam o mesmo espaço, de modo a que a empresa principal possa fazer melhor o seu trabalho. Isso não é próprio da natureza da guilda, que abrange pessoas dentro de um mesmo grupo. A grande empresa abrange vários tipos de grupos ou classes profissionais.

José Octavio Dettmann: Numa mesma cidade, há várias guildas e elas fazem a divisão do trabalho com base no direito de vizinhança. Como todos se conhecem, então a figura da cidade e de uma fábrica terminam sendo a mesma coisa. Na terceirização, a fábrica é uma cidade, pois a escala gigantesca do empreendimento faz com que haja uma espécie de miniaturização das coisas, de alguma forma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2016.

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