1) Indústria é a arte de transformar matéria-prima em um produto acabado, pronto para satisfazer uma necessidade humana concreta, imediata. Enquanto industrialização é o processo de automatizar a produção, de modo a ser feita em série, houve um movimento político que queria industrializar o país de qualquer jeito, fazendo-o fugir de sua vocação agrícola. E neste ponto, é perfeitamente possível falar em industrialismo como se fosse religião, tal qual o nacionalismo.
2.1) A indústria pode ser artesanal - quando a peça é única e atende a necessidades de um cliente específico - ou pode ser massificada, quando há um padrão de modo a atender ao maior número de clientes possível, de modo a ganhar mais dinheiro possível. Embora a eficiência industrial seja algo desejável, produtivo, posto que se funda em se fazer mais e da melhor maneira possível, o problema é tomá-la como se fosse uma religião, a ponto de reduzi-la ao amor ao dinheiro.
2.2) Afinal, a arte de transformar coisas em bens de consumo duráveis e não-duráveis - feitos de modo a atender necessidades humanas concretas, reais, imediatas - deve dar uma sensação de poder muito grande, um poder quase que divino. Por isso mesmo, tem um quê de herética, o que agrada em cheio os partidários da mentalidade revolucionária.
3) A partir do momento em que a arte de transformar matéria-prima em bens de consumo se tornou uma ciência, o industrialismo se tornou uma espécie de religião, a partir do momento em que o cientificismo virou uma espécie de religião, desvinculando-se da verdadeira fé, que leva ao uso criterioso da razão para entender as coisas. Se a ciência virou religião, então isso é gnose. Logo, o industrialismo é um movimento gnóstico.
4) Como o comunismo é filho da industrialização e do processo de se atomizar indivíduos na sociedade, então é um movimento gnóstico, pois se trata de uma revolta gnóstica contra o mundo transcendente, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Como o capitalismo é filho da heresia protestante, de sua falsa ética, então o capitalismo preparou o caminho para o comunismo, pois o amor ao dinheiro se tornou o centro de todas as coisas, ao invés do verdadeiro amor a Deus.
5) Quando a Igreja Católica visa a propor a restauração da economia fundada em relações sociais, uma economia artesanal, ela está necessariamente combatendo a economia massificada tomada como se fosse religião, por ser justamente gnóstica, que é fruto de sabedoria humana dissociada da divina. Ela prega o uso justo da industrialização apenas nos casos onde ela for extremamente necessária, naquelas áreas onde o trabalho artesanal é difícil ou impossível de ser feito - afinal, ela não condena o lucro honesto realizado por meios honesto, já que a industrialização, historicamente falando, tirou muita gente da miséria.
6) Ressalvados os casos em que a produção em série se faz necessária. Os seres humanos gostam de coisas personalizadas, pois diversidade é um atestado de individualidade, já que homens são desiguais nos gostos e nas habilidades - e isso não é ruim.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2016.
2.1) A indústria pode ser artesanal - quando a peça é única e atende a necessidades de um cliente específico - ou pode ser massificada, quando há um padrão de modo a atender ao maior número de clientes possível, de modo a ganhar mais dinheiro possível. Embora a eficiência industrial seja algo desejável, produtivo, posto que se funda em se fazer mais e da melhor maneira possível, o problema é tomá-la como se fosse uma religião, a ponto de reduzi-la ao amor ao dinheiro.
2.2) Afinal, a arte de transformar coisas em bens de consumo duráveis e não-duráveis - feitos de modo a atender necessidades humanas concretas, reais, imediatas - deve dar uma sensação de poder muito grande, um poder quase que divino. Por isso mesmo, tem um quê de herética, o que agrada em cheio os partidários da mentalidade revolucionária.
3) A partir do momento em que a arte de transformar matéria-prima em bens de consumo se tornou uma ciência, o industrialismo se tornou uma espécie de religião, a partir do momento em que o cientificismo virou uma espécie de religião, desvinculando-se da verdadeira fé, que leva ao uso criterioso da razão para entender as coisas. Se a ciência virou religião, então isso é gnose. Logo, o industrialismo é um movimento gnóstico.
4) Como o comunismo é filho da industrialização e do processo de se atomizar indivíduos na sociedade, então é um movimento gnóstico, pois se trata de uma revolta gnóstica contra o mundo transcendente, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Como o capitalismo é filho da heresia protestante, de sua falsa ética, então o capitalismo preparou o caminho para o comunismo, pois o amor ao dinheiro se tornou o centro de todas as coisas, ao invés do verdadeiro amor a Deus.
5) Quando a Igreja Católica visa a propor a restauração da economia fundada em relações sociais, uma economia artesanal, ela está necessariamente combatendo a economia massificada tomada como se fosse religião, por ser justamente gnóstica, que é fruto de sabedoria humana dissociada da divina. Ela prega o uso justo da industrialização apenas nos casos onde ela for extremamente necessária, naquelas áreas onde o trabalho artesanal é difícil ou impossível de ser feito - afinal, ela não condena o lucro honesto realizado por meios honesto, já que a industrialização, historicamente falando, tirou muita gente da miséria.
6) Ressalvados os casos em que a produção em série se faz necessária. Os seres humanos gostam de coisas personalizadas, pois diversidade é um atestado de individualidade, já que homens são desiguais nos gostos e nas habilidades - e isso não é ruim.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2016.
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