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domingo, 7 de setembro de 2025

A instalação como fundamento de políticas de imigração, turismo e cultura

José Ortega y Gasset via no homem um ser que não existe em abstrato, mas sempre situado em uma circunstância. “Eu sou eu e minha circunstância”, escreveu ele, indicando que o destino humano depende de assimilar, transformar e salvar a própria condição histórica. Quando esse princípio é relido à luz do juramento de Ourique e da teoria da nacionidade, sua força se expande: não se trata apenas de viver em uma pátria, mas de servir a Cristo em terras distantes, tomando-as como parte de um mesmo lar espiritual.

É nesse horizonte que surge o conceito de turismo de instalação. Diferente do turismo superficial, feito de experiências rápidas e fugidias, a instalação é um movimento de permanência e reassimilação. O estrangeiro que chega ao Brasil não apenas contempla, mas se integra, casa sua experiência nativa com a brasileira e encontra na nova terra um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.

1. Políticas de Imigração

Uma política inspirada na instalação não trataria o imigrante como força de trabalho descartável, mas como filho adotivo da pátria. Isso exigiria programas de integração cultural e religiosa, ensino de língua e história, e mecanismos para que o estrangeiro pudesse contribuir de modo criador à sociedade brasileira. O Brasil, como coliseu da nacionidade, se tornaria lar para quem deseja viver aqui não como hóspede temporário, mas como membro de uma grande família.

2. Políticas de Turismo

O turismo de instalação gera raízes econômicas duradouras. O visitante não gasta apenas em experiências passageiras, mas investe em moradia, estudo, arte e cultura. Isso cria um mercado sustentável que reforça a identidade brasileira, já que o estrangeiro exige autenticidade para poder se integrar. Assim, a preservação da verdadeira cultura brasileira deixa de ser mero discurso acadêmico e passa a ser uma necessidade econômica e social.

3. Políticas de Cultura

A instalação exige uma política cultural que vá além do espetáculo. É preciso investir na preservação da memória, da religiosidade, dos símbolos nacionais e da vida comunitária. A cultura deixa de ser entretenimento para se tornar fundamento de pertencimento. Nesse quadro, valores como família, fé e comunidade se tornam centrais, pois são eles que permitem ao estrangeiro se enraizar sem perder sua própria origem.

4. A Dimensão Política: Restauração Monárquica

Essa visão desemboca numa reflexão sobre a forma de governo. A instalação como reassimilação de circunstâncias remete a uma pátria que é família. Nesse sentido, a restauração do regime monárquico aparece como natural: um governo em que o rei é vassalo de Cristo e trata o povo como parte de sua própria casa, como outrora fizeram os Bragança. A monarquia não seria, aqui, apenas uma questão de nostalgia histórica, mas a expressão política de uma vocação espiritual de reassimilação, em que a pátria é lar e não simples território.

Conclusão

O Brasil, entendido como coliseu da nacionidade, é mais do que um país: é uma maravilha espiritual e cultural, chamada a acolher e inspirar povos. A instalação, como arte de reassimilar circunstâncias, pode fundamentar políticas públicas de imigração, turismo e cultura que não apenas tragam crescimento econômico, mas restaurem a fidelidade aos valores autênticos do Brasil e sua missão histórica de servir a Cristo em terras distantes.

Nesse horizonte, a pátria deixa de ser apenas espaço geográfico para se tornar casa viva, onde brasileiros e estrangeiros, unidos pela fé e pela cultura, encontram-se como membros de uma mesma família sob Cristo Rei.

📚 Referências

  • ORTEGA Y GASSET, José. Meditaciones del Quijote.

  • ORTEGA Y GASSET, José. La rebelión de las masas.

  • SANTO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, II-II, q. 101 e q. 105.

  • MATTOSO, José. D. Afonso Henriques.

  • ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas.

  • LEÃO XIII. Rerum Novarum.

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