Em A Metafísica da Revolução: Pressupostos do Liberalismo, Daniel C. Scherer dá continuidade ao seu trabalho iniciado em A Raiz Antitomista da Modernidade Filosófica (Ed. Santo Tomás, 2018).
O autor analisa em seu novo livro as raízes metafísicas sobre as quais o liberalismo é contraditoriamente fundamentado, a despeito de pretender-se dotado de uma “neutra imparcialidade” frente às visões e concepções metafísico-religiosas que circulam pela sociedade; além de examinar as obras de filósofos e teóricos do direito, historiadores da filosofia e intelectuais presentes e passados, como MacIntyre, Schindler, Dworkin, Whitehead, Hartshorne, Voegelin, Calderón, dentre outros nomes célebres da filosofia contemporânea.
Para cumprir sua tarefa, Scherer põe em contraposição duas posturas metafísicas que toma por necessárias e fundamentalmente distintas: a “metafísica da transcendência”, que sustenta a transcendência absoluta de Deus sobre o mundo; e a “metafísica da imanência”, que sustenta a relação entre Deus e o mundo a partir da emanação substancial deste para aquele.
A primeira parte de uma perspectiva clássica segundo Aristóteles e Santo Tomás de Aquino, que culmina com o ideal da Cristandade; a segunda permeou vários movimentos político-religiosos ao longo da história, e culmina – na modernidade e na contemporaneidade – justamente no liberalismo e em seus mais diversos desdobramentos. Isto põe em cheque a pretensa neutralidade liberal e paradoxalmente inverte sua premissa mais básica. Há uma metafísica panenteística e gnóstica a permeá-lo por inteiro e à sua descendência.
Desta forma, Daniel C. Scherer toma o árduo trabalho de desmistificar o mito liberal a partir de sua própria origem: a revolução imanente e antropoteísta que põe o homem como autossuficiente e em paridade com seu Criador.
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