1) Carpeaux acreditava na inevitabilidade do socialismo. Por algum tempo não compreendi bem essa sua posição, e me pus a examinar melhor o assunto. De fato ele tinha razão. A maioria dos seres humanos vive em busca de segurança. Muito embora todo o Novo Testamento seja uma advertência contra essa busca desesperada por amparo neste mundo, que jaz no maligno, a verdade é que os sentimentos humanos, sobretudo o do medo, exercem influência dominante no espírito dos indivíduos.
2) E o mundo moderno representa uma grande ameaça para as pessoas - daí o enorme sucesso dos socialistas, que exploram essas fraquezas humanas prometendo aos indivíduos segurança e refúgio estatal, num mundo hostil e cheio de incertezas. Mesmo que nada disso se concretize, a mensagem sempre encontra eco, pois o medo e as incertezas estão sempre presentes nos seres humanos mais fragilizados. Shakespeare dizia que a segurança é o maior inimigo do homem, mas Emerson também dizia que argumentos não convencem ninguém.
3) Deste modo, se os direitistas quiserem obter algum sucesso político-eleitoral terão necessariamente de achar um meio termo entre o socialismo e o estado de bem-estar social. Numa sociedade de baixíssima inclinação para o risco, que prefere a mediocridade garantida pelo Estado à possibilidade de um sistema amplamente privado, é um tiro no pé ignorar essa realidade. Essa é a psicologia dos socialistas para avançar sua agenda.
4) Em tempo: o socialismo não elimina os riscos do futuro nem o reduz, mas ilude sua vítima.
Silas Feitosa
Facebook, 09 de março de 2024 (data da postagem original).
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