Todos nós já nos deparamos com alguma versão deste ditado. É um daqueles dizeres inevitáveis, daqueles que se não pensamos a respeito do que foi dito foi porque alguém já nos despejou o que quis dizer com aquilo.
Acontece que, raramente, pensamos na posição contrária, naquele que crê vorazmente não ter nada de louco: o insano. E é justamente para meditar sobre a relação entre esta figura e a perspectiva materialista que Chesterton evoca o dizer. Observemos como ele continua:
“O materialista está plenamente convencido de que a história não é mais que uma simples cadeia casual, assim como o homem interessantíssimo de quem falamos está convencido de que ele mesmo não é mais do que um frango. Materialistas e loucos nunca têm dúvidas.”
Ora, se o insano não tem qualquer dúvida de que é um frango, o materialista justifica que ao analisarmos a composição e os processos químicos que animam um frango, seria quase impossível argumentar que a vida dele ou do frango apresentam grandes distinções.
Pelo contrário, são perfeitamente vivas e entediantemente acidentais.
É claro que, para o leitor perspicaz e razoável, logo despontará alguma sorte de resguarda moral. “É claro que uma vida humana vale mais que sua contraparte galinácea”, nossos estimados interlocutores podem (e devem) inferir, mas com pesar informaremos que, num ponto de vista puramente material, isso não passa de um favoritismo especista e emocional.
E justamente por isso Chesterton bate nessa tecla: não somos puramente materiais. A insanidade dessa abordagem tão estreita à realidade só satisfaz uma mente tão estreita que não poderia sequer ser responsabilizada pela imoralidade de seus atos, vez que é incapaz de conceber no seu escopo material a noção de “moral”.
Preserve sua sanidade! Preserve sua moralidade! Leia Chesterton!
Sociedade Chesterton Brasil
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