No atual cenário globalizado, o brasileiro estrategicamente posicionado pode alcançar uma vantagem competitiva extraordinária ao combinar ferramentas legais e fiscais de diferentes jurisdições. Imagine alguém com CPF brasileiro, RUC paraguaio, RUT chileno, cidadania portuguesa (europeia) e ainda residência fiscal eleita nos EUA (como no estado de Delaware). Este indivíduo possui um verdadeiro canivete suíço nas mãos — e com ele, a capacidade de navegar por zonas de comércio, regimes especiais de tributação e acordos internacionais de bitributação de maneira sofisticada e perfeitamente legal.
Cidadania Portuguesa e acesso à União Europeia
Ao adquirir cidadania portuguesa por casamento, o brasileiro não perde sua cidadania de origem. Basta morar legalmente em Portugal por tempo suficiente para cumprir os requisitos (três anos de casamento, vida em comum e residência legal no país) e obter a nacionalidade. A cidadania portuguesa abre as portas para toda a União Europeia, incluindo países como Finlândia e Suécia, que operam com sistemas bancários robustos, como o Handelsbanken, e permitem estruturas empresariais ágeis para e-commerce e revenda de produtos.
RUC Paraguaio e importação facilitada
Com o Registro Único do Contribuinte (RUC) do Paraguai, o brasileiro pode importar mercadorias com isenção de IVA local para fins de reexportação. Essas mercadorias podem ser revendidas no Brasil por meio de um MEI ou microempresa, permitindo um planejamento fiscal vantajoso, principalmente se o lucro for posteriormente enviado para contas no exterior — como o caso do Handelsbanken, via uma estrutura de holding europeia.
Residência fiscal nos EUA por eleição
Mesmo sem morar nos Estados Unidos, um estrangeiro pode declarar sua renda ao fisco americano (IRS), caracterizando uma residência fiscal por eleição. Isso permite usufruir dos benefícios do sistema tributário norte-americano, como deduções, faixas de isenção mais generosas e a possibilidade de declaração conjunta com o cônjuge (algo não permitido no Brasil). Neste contexto, o contribuinte permanece também residente fiscal no Brasil (por domicílio e presença física), mas pode evitar a bitributação graças ao acordo Brasil-EUA.
Renda Isenta e Remessas Lícitas
Ao declarar ganhos obtidos com a revenda de produtos (importados via RUC e revendidos no Brasil) nos EUA, os lucros dessa atividade são considerados rendimentos de fonte estrangeira. Como o Brasil possui acordo de bitributação com os EUA, essa renda, ao ser corretamente declarada nos EUA, não é tributada novamente no Brasil. Além disso, o uso de poupança no Brasil, isenta de IR para residentes, preserva e capitaliza o lucro de forma segura.
O elo final: Paraguai e o acordo de bitributação com o Brasil
Embora Brasil e Paraguai não tenham um acordo formal de bitributação no modelo clássico OCDE, há sim cooperação bilateral fiscal. Em especial, quando a renda é devidamente caracterizada como de fonte estrangeira (gerada no Paraguai) e o contribuinte possui estrutura de comprovação, o Brasil, por meio de tratados e normas internas, permite compensações e evita a dupla incidência de imposto. Com isso, compras realizadas na Amazon Brasil e revendidas no Paraguai se encaixam nesse planejamento, com a renda sendo tributada no país de destino e informada ao fisco brasileiro.
Conclusão: um modelo de internacionalização pessoal e empresarial
A combinação estratégica dessas ferramentas — CPF, RUC, RUT, cidadania europeia e residência fiscal americana — permite ao brasileiro operar como uma entidade global, respeitando as leis de cada país, aproveitando os benefícios fiscais e impulsionando o crescimento patrimonial. Trata-se de um novo tipo de cidadão: o soldado-cidadão internacional, que combate a tirania burocrática por meio do conhecimento, da legalidade e da inteligência logística.