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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Da corporação de ofício como fruto da concórdia entre as classes - notas sobre as conseqüências da Pax Romana de Otávio César Augusto

1) As corporações de ofício, enquanto instituto social, elas surgiram na época em que houve a transição da república para o império em Roma. Elas são o fruto da política conciliatória de Otávio César Augusto, de modo a por fim a guerra civil entre a plebe e o patriciado. 

2) Por um lado, foram confirmados os valores tradicionais da República de liberdade e de não-sujeição de um homem ao arbítrio de outro homem seja por meio da força bruta, seja por meio de contratos leoninos, tal como havia nos contratos de comércio antigos, o que levaria ao retorno da escravidão por dívidas, à volta da barbárie - e esta crítica do patriciado aos costumes da plebe eram válidos e foram apreciados, porque era uma questão de justiça, de matéria de ordem pública; por outro lado, servir o que você produz de maneira livre a quem realmente necessita de serviço de modo a ser bem pago por isso é algo realmente justo, pois isso nos aponta para novas verdades que devem ser conhecidas e observadas. Isso fomenta novas uniões políticas que renovarão a força política da ordem romana, criando um novo tempo de atualização da tradição fundadora - o que agrada os interesses progressistas da plebe. 

3.1) As corporações de ofício nasceram neste contexto de conciliação, passando a ser um símbolo de um novo tempo na História da Civilização. Pessoas que trabalham no mesmo ramo, sejam elas de origem plebéia ou patrícia, podiam se associar por um interesse em comum fundado nos interesses da profissão que lhes dava sustento, servindo aos interesses do bem comum, da sociedade romana como um todo. 

3.2) Como a amizade é a base da sociedade política, isso dava causa a casamentos legítimos, fomentando ainda mais liberdade na orbe romana. Dentro deste ambiente conciliatório, a lex canulea, criada a partir da lei das 12 tábuas, ganhou cada vez mais força. O conjunto de trabalhadores de uma mesma profissão associados eram chamados de corpora - como eles eram agentes políticos na sociedade, eles eram chamados de corporações de ofício, pois é do espírito de corpo que se toma um pais como um lar. 

3.3) Com a vitória do Cristianismo sobre o paganismo, isso serviu de base para a santificação através do trabalho, pois elas eram associações de várias famílias em seus diferentes ramos de profissão. E a exemplo da família romana, nelas havia hierarquia, onde as pessoas progrediam nelas passando pelo caminho das honras, horando a seus superiores tal com fariam com o pai e com a mãe, como mandam as Sagradas Escrituras.

4.1) As corporações de ofício são síntese dos interesses antagônicos dos optimates (que faziam da agricultura a base da sua riqueza) e dos populares (que faziam do comércio a base da sua riqueza). Elas transformam matéria-prima em produto acabado, a ponto de gerar a indústria artesanal, gerando novos tipos de riqueza e novos tipos de demanda.

4.2) A base da revolução industrial estava lançada na história do mundo - o processo de automação industrial e as conseqüências sociais e políticas desse processo, elas viriam após uma longa história de marchas e contramarchas ao longo da história da civilização.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 27 de julho de 2021

Da boa conversa intelectual como um bom combate espiritual

1) Agora percebo que uma conversa de alto nível é um verdadeiro combate espiritual, no sentido de conduzir os espíritos para a verdade, para a conformidade com o Todo que vem de Deus. 

2) Quando o debate é conduzido por horas e é produtivo, a sensação de gratificação e de dever cumprido é enorme. Você não precisa fazer mais nada pelo resto do dia que se segue até o seu fim.

3.1) Depois de uma boa conversa, a alma só quer estar a sós com Deus e mais nada, pois no dia seguinte ela está pronta para o combate novamente - e para um combate maior, onde cobrirei não só a política brasileira como também a polonesa. 

3.2.1) Para quem toma a terra de São João Paulo II como um lar em Cristo, acompanhar a luta contra a esquerda - bem como a preocupação de ver o país dividido por conta de o Oeste da Polônia ter caído nas mãos da hegemonia canhota - é um privilégio e um desafio muito grande. 

3.2.2) Digo privilégio porque a imprensa não está fazendo o seu papel, o que abre uma grande oportunidade de cobrir tal realidade para o público brasileiro. Digo desafio porque isso exigirá que eu me aprimore cada vez mais, a ponto de dominar o idioma de São João Paulo II e toda a cultura local de modo a melhor compreender a a política local, pois todos os atos da política só podem ser explicados a partir da literatura local, o que pede muitos anos de estudo. Por isso que é um desafio. 

4.1) Como essas coisas se fundam em Deus, eu não quero holofotes para mim, mas para os fatos que vou expor nos meus escritos. Se eu ficar famoso por conta do meu trabalho, mais eu quero o anonimato e a discrição - sinal de que a mortificação se faz cada vez mais necessária, movimento esse que meus outros colegas da direita não são capazes de fazer e que botam tudo a perder, em razão da vaidade.

4.2) Minha maior luta será não ser vencido pelo ego - e neste ponto, Deus há de me ajudar. Farei o melhor que puder.  

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2021 (data da postagem original).

Da importância do espírito bandeirante para se tomar múltiplos países como um mesmo lar em Cristo (da nacionidade como um direito a ser conquistado)

1) De nada adianta reagir ao incêndio da estátua se falta o espírito bandeirante, o espírito de ir servir a Cristo em terras distantes. Tal reação será fogo de palha, a ponto de dar bandeira ao que se conserva de conveniente e dissociado da verdade: o seu nacionalismo caricato.

2) O espírito bandeirante pede mais que um espírito de defesa, mas um espirito de conquista, de expansão da verdadeira fé, pois o país foi fundado para propagar a fé cristã, tal como foi edificado no milagre de Ourique. E isto leva a um espírito empreendedor, pioneiro, desbravador - algo que é próprio da natureza dos paulistas.

3) Para conquistar algo nestes tempos atuais, não é preciso matar gente, pisar em cima de gente inocente. Basta unir-se aos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

4.1) Como todo bom bandeirante, eu me caso com a filha de um cacique local de modo a ter influência junto à comunidade local, como faziam os portugueses. 

4.2) Se eu me casar com uma polonesa, poderia tomar a Polônia como um lar em Cristo. Poderei ter cidadania polonesa, poderei votar nas eleições polonesas e poderei exercer influência naquela sociedade, criando as pontes entre meu país e o país dela. Tenho um bom conhecimento da realidade do meu país e vou passar o que eu sei a eles.

4.3.1) Dupla nacionalidade é um grande poder e uma grande responsabilidade. As pessoas só se lembram dela quando vão passear na Europa, sem passar pela imigração. Trata-se de um luxo, não de um bem necessário.

4.3.2) É justamente porque sei o quão isso é valioso que eu quero esse poder para mim e para os meus filhos. Afinal, eu não sou gado e tenho plena consciência dos meus deveres de brasileiro e de católico a ponto de querer ter deveres próprios de polonês, já que tomo o país de São João Paulo II como meu lar em Cristo tanto quanto o Brasil.

4.3.3) A maioria dos que têm dupla nacionalidade não têm consciência do poder que possuem. Se dessem valor, não seriam apátridas no seu duplo grau.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2021 (data da postagem original).

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Como ser um bandeirante virtual - lições da minha experiência pessoal

1) De tanto rezar com as mãos, escrevendo meus artigos, e com o coração, desejando conhecer amigos poloneses que me sejam adequados de modo que eu possa tomar o país de São João Paulo II como meu lar em Cristo tanto quanto o Brasil, eis que meu pedido foi realizado. Conheci cinco ou seis poloneses ao longo de uma semana, quando coloquei o filtro de defesa da missa tridentina na minha foto.

2) Conversando com uma dessas pessoas, conheci um autor polonês, Feliks Koneczny, que escreveu textos interessantes sobre História da Civilização comparada. A maioria desses livros sequer foi traduzida para o inglês. 

3.1) De tanto trocar informações, comecei a tomar conhecimento da política polonesa, dos melhores autores da História polonesa e muitas outras coisas. Neste sentido, um colega me disse que eu estava agindo como um verdadeiro bandeirante, um verdadeiro vassalo do rei de Portugal, que por sua vez era vassalo do Crucificado de Ourique, que estimulava o povo a ir servir ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem em terras distantes, já que Ele quis um império para Si. 

3.2.1) O caminho, a verdade e a vida é também construtor e destruidor de impérios - e esta é a razão de nossas vidas: mais do que defesa da fé, devemos expandi-la a todo custo. O motor do conservadorismo verdadeiro é a tradição: e Ourique é a base disso. 

3.2.2) Neste tempo onde as pessoas estão indignadas por terem visto os comunistas queimarem a estátua de Borba Gato, eu estou buscando, a partir dos exemplos da História portuguesa, ser um bandeirante virtual, criando os laços de tal maneira a tomar muitos países como um mesmo lar em Cristo. Eis as pontes que estou criando - e ninguém está fazendo isso. Onde está o espírito bandeirante das pessoas? Ou a reação delas é só mero fogo de palha?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2021 (data da postagem original).

sábado, 24 de julho de 2021

Do bahiano ao baiano - crônicas da decadência política e cultural brasileira

1) Nos tempos do Império do Brasil, bahiano era escrito com "h". Isso marcava os originários da Bahia. Dali vinham os mais brilhantes homens públicos que o país já teve em sua história.

2) Atualmente, o nativo da Bahia é baiano, que é escrito da mesma forma que um animal que fica na baia da de um estábulo: o animal baiano. O estado já não produz homens públicos notáveis, mas animais que mentem da pior espécie. E o lugar desses animais que mentem é a prisão.

3) O maior exemplo de animal que mente que ocupou lugar de destaque na política brasileira foi o Lula. Embora tenha nascido em Pernambuco, em SP todo migrante nordestino é considerando "baiano". Como ele glamouriza a ignorância e conserva tudo o que há de conveniente e dissociado da verdade, este é sem dúvida o pior animal de baia do rebanho revolucionário que há no país. Ele é o pior exemplar de sua espécie. Um verdadeiro perigo à sociedade, pois ele está à solta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de julho de 2021 (data da postagem original).

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Notas sobre o sacerdócio da escrita

1) Quando se fala com a boca, nós usamos três coisas: a mente, o coração e o fígado; quando escrevemos, nós usamos apenas a mente, a ponto de produzir uma mensagem. 

2) Usar a mente só não basta para se escrever uma mensagem. Você precisa estar inspirado pelo santo espírito de Deus de modo a dizer coisas construtivas para todo aquele que é necessitado de Cristo, sobretudo nestes tempos difíceis. Por isso, cuide da sua alma de modo a manejar a pena, que é a espada que todo escritor deve saber manejar de modo a combater o mal, pois o bom combate também se faz no campo das idéias, já que estamos em tempos de guerra cultural em prol da verdade, que é o santo fundamento da liberdade.

3.1) Da espada vem o arado - é preciso se ver o que não se vê. E por meio dele, você povoa a terra com gente inspirada em boas idéias e bons valores de modo a se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo - o que prepara a todos para a pátria definitiva, que se dá no Céu. 

3.2) Como a base do poder é a sociedade dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem por fundamento (a ponto de pouvoir, poder em francês, lembrar povoar em português).,então escrever implica mais do que ser um guerreiro; você é também sacerdote e também agricultor, pois você cultiva os campos da eternidade, no caso as almas das pessoas com boas idéias. 

4.1) Se a política é a continuação da trindade a ponto de a verdade se reproduzir por si mesma no coração de cada cristão, tal como vemos no triângulo de Sierpiński, então como escritor você precisa agir como se fosse a reserva moral última de sua nação, de sua comunidade cristã. Você é sacerdote para sempre não segundo a ordem de Melquisedec, mas segundo um outro tipo de ordem em Deus fundado - aquela fundada no serviço, tal como nos diáconos ou mesmo nas ordens religiosas, como vemos nos monges escribas e copistas.  

4.2) A corrupção de um sacerdote desta natureza leva à corrupção da inteligência de uma pátria inteira - por isso, devo rezar a Deus por novas vocações literárias da mesma forma como devo rezar por novas vocações religiosas, missionárias ou sacerdotais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2021 (data da postagem original).

A usurpação do vicariato de Cristo não é o mesmo que dizer que a figura do Papa é em si mesma demoníaca. Comentários sobre isto.

1) Concordo com o professor Olavo quando este fala que é preciso se ter o senso das proporções: muitos estão a confundir a ocupação indevida da cátedra de São Pedro (a usurpação do vicariato de Cristo) com a idéia de que a mera figura do papa é em si uma figura demoníaca, como fazem os protestantes. Não é à toa que a progressiva protestatização da fé católica leva necessariamente à corrupção da inteligência que se precisa ter para se compreender corretamente os santos mistérios da Igreja.

2.1) O senso das proporções pede um pleno domínio da linguagem e uma alma sistematicamente cultivada para a verdade, o santo fundamento da liberdade. Dessa forma, a pessoa conservará a dor de Cristo a partir da prática constante de conservar o que é conveniente e sensato ao longo do tempo, num poderoso processo de capitalização moral, onde o tempo kairológico, e não o cronológico, completa a plenitude dos tempos em Cristo, a ponto de converter a alma para a verdadeira fé (metanóia). 

2.2.1) Quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade buscará liberdade fora da verdade, a ponto de achar a fé em Cristo e na Igreja que Ele fundou uma verdadeira prisão - e aí ele buscará edificar uma nova ordem que satisfaça seus caprichos egoísticos. 

2.2.2) Eis o herege como revolucionário. Ele é basicamente um cátaro da pior espécie: o corpo de Cristo para ele é uma prisão e ele vai querer se livrar desse corpo de qualquer maneira.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2021 (data da postagem original).