1.1) O armazém constitui a evolução do celeiro. Além de os os alimentos serem estocados para consumo futuro, a ponto de proteger a população do desastre da fome, ela permite a criação de um excedente. E o excedente pode ser trocado por dinheiro ou por outras commodities importantes.
1.2.1) Além de alimentos, diferentes produtos podem ser estocados: materiais de construção - como pedras e mármore -, peles, víveres, peixes, trigo, carne, vinho, incenso, metais e muitos outros bens destinados à produção industrial ou ao comércio.
1.2.2) Graças à capacidade de armazenar um determinado bem por longos períodos sem que este se perca, o armazém favorece relações relações de troca. As primeira trocas eram relações face a face, fundadas na confiança, num encontro real e pessoal do produtor com um comprador necessitado. O pagamento pelos serviços feitos podiam ser feitos no ato da compra ou eram feitos mais tarde, contanto que o acordo seja feito por pessoas de palavra.
2.1) O maior problema quando se tem estoques é o dono deles, se for arrogante, ficar cheio de si até o desprezo de Deus. Ele começa a torcer para que a desgraça aconteça em um determinado lugar, de modo que possa vender alimentos a preços cada vez mais elevados e a colher ganhos cada vez mais brutais sobre a incerteza por conta disso, a ponto de forçar um determinado tipo de certeza ao seu favor ao manipular o tempo, como se tivesse a capacidade de usar magia.
2.2.1) O poder absoluto do Faraó do Egito Antigo começou a ser construído dessa maneira: a riqueza acumulada através do comércio dos grãos estocados, que antes dependia da produtividade das terras do Egito e das cheias Nilo, começou a se tornar usura, quando começaram a especular com o trigo, a abusar das dádivas do Nilo, enquanto muitas regiões do mediterrâneo sofriam com a fome ou tinham uma tecnologia de silagem deficiente. Como o Faraó do Egito ousou tomar o lugar do Deus verdadeiro, ele escravizou os hebreus.
2.2.2) Quando a Igreja Católica condena a especulação sobre a comida, ela veda a relação impessoal, mercantilizada, que se dá entre produtores e compradores no âmbito da produção de alimentos, a ponto de se criar uma cultura da morte, por conta da dinâmica de sobe-e-preço dos preços dos gêneros alimentícios.
2.2.3) Como esses dados tendem a ser massificados, repetitivos e padronizados, impossíveis de serem acompanhados pelo ser humano comum, eles tendem a ser geralmente monitorados por programas de computador, como se a lei da oferta e da demanda fosse automática, quando na verdade ela não é, uma vez que a troca depende da um acordo de vontade entre as pessoas envolvidas, de uma negociação - o que pede que eu, como vendedor, saiba com quem estou lidando e vice-versa. Dessa forma o mundo do mercado financeiro, do mercado especulativo, tende a se divorciar da economia real, fundada no encontro das pessoas, através prestação de serviços - e isso cria uma bolha, a ponto de a riqueza se tonar uma espécie de salvação da lavoura, o que não passa de ilusão.
2.2.4) Some-se a isso o fato de que muitas terras que poderiam ser tomadas como um lar em Cristo se tornam verdadeiros desertos demográficos, por conta da especulação de alimentos - o que cria uma leva de refugiados, o exército de reserva usado para destruir a população nativa da Europa, através de suas políticas multiculturalistas. Ainda que as terras sejam férteis, muitos não se interessam em plantá-la ou povoá-la, de modo a não ferir os interesses dos especuladores, o que é odioso. E esses especuladores são geralmente ligados à ideologia globalista.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2020.