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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A lógica do anarquismo de livre mercado é a mesma dos desarmarmentistas

1) Quando vejo alguém dizer que o maior inimigo da nação é o Estado, isso me faz lembrar de alguém que culpa as armas pelos homicídios.

2) O Estado é o instrumento por meio do qual a autoridade aperfeiçoa a liberdade. Se a verdade é o fundamento da liberdade, então as autoridades legítimas são aquelas que submetem seu governo ao que a Igreja Católica ensina através de seu sagrado magistério. Por isso que o verdadeiro Estado é aquele onde Cristo é Rei, a ponto de fazer dos monarcas e dos príncipes que governam pequenas repúblicas vassalos de Cristo.
 
3) A maior prova dessa confiança nas autoridades constituídas está na moeda. Ela é símbolo de justiça, de compromisso com a excelência, uma vez que significa que você fez pelo seu próximo aquilo que você faria pelo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a ponto ter de ganho sobre a incerteza por conta disso. Até porque a oferta existe para satisfazer uma demanda, uma necessidade humana concreta ou futura, nunca uma necessidade imaginada, fundada em coisas que são conservadas de maneira conveniente e fora da verdade, a ponto de nos afastar de Deus.

4.1) Se você diz que o Estado é o problema, então nenhuma autoridade poderá aperfeiçoar a liberdade, a qual será perdida por conta do que se conserva de conveniente e dissociado da verdade, o que leva ao banditismo sistemático.
 
4.2) A economia de mercado será uma economia de sujeição, onde todo tipo de bem imaginário será servido, a ponto de nenhuma necessidade humana ser plenamente satisfeita, a não ser a do contrabandista. E como se dá o pagamento por serviços fundados em bens imaginários? Através de placebos monetários, como o bitcoin, por exemplo.

4.3) É por essa razão que não aceito bitcoin como pagamento. Isso contraria tudo o que aprendi acerca da Doutrina Social da Igreja. Ele é uma forma de evasão de divisas. Não é à toa que o liberalismo prepara o caminho para o comunismo - por isso que ele é pecado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 2020.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Do problema do conteúdo sem forma no conservadorismo de rede social

O que acontece quando me aparece uma mulher que se diz conservadora, mas que me aparece de bikini nas fotos?

Resposta:

1) Não dá para pregar conteúdo conservador sem uma forma realmente conservadora. Se você é homem, vista-se de terno e gravata ou com roupas adequadas à participação dos santos mistérios da Igreja de maneira digna; se você for mulher, vista-se de maneira modesta.

2.1) Se você me aparece de bikini, a probabilidade de eu ser tentado pelo diabo é muito grande - por isso eu lhe bloqueio, pois você virou uma ocasião de pecado para mim - e eu devo fugir disso.

2.2) A mensagem que você passa com trajes inadequados ao que é pregado é esta: "não liguem para o que digo - o que é bonito é para ser visto, não para ficar coberto sob um véu. Me use, me possua - serei sua mulher por uma noite e nada mais. A vida é passageira - o importante é ser feliz e pouco me importam as conseqüências dos meus atos, pois o inferno não existe. Não é preciso pagar pelo programa - eu não valho nada mesmo".

3) O dia em que as mulheres pararem com essa lógica de serem conservadias, os céus agradecem. São as idiotas úteis do feminismo, ainda que se digam de direita.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 2019.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Notas sobre o apostolado do serviço - como a diaconia permanente oferece novos caminhos de evangelização

1) O processo de ser pai de muitos se inicia quando são preenchidos estes círculos concêntricos: diácono, padre, bispo, papa.

2) Quando eu me casar, eu desejo ser diácono permanente. Diácono é aquele que se põe a serviço da comunidade - é o primeiro degrau antes do sacerdócio. Além do serviço ordinário na missa, eu me poria a serviço da comunidade naquilo que sei bem fazer, que é escrever e ensinar aos menos instruídos da comunidade paroquial.

3) Eu ensinaria português, inglês, polonês, História do Brasil e História de Portugal. Não cobraria um centavo para dar aula na escola paroquial que pretendo montar. Quem quiser aprender alguma coisa boa e não tem dinheiro para fazer cursinho, eu ensino para essas pessoas. Eu as ensino a ficarem mais inteligentes e mais sábias e afloro a vocação intelectual delas.

4) Precisamos de um ensino voltado para o amor ao próximo. É um ato de caridade ensinar aos ignorantes. Quem ama a verdade e deseja crescer na verdade poderá ter aula comigo. Além da catequese, os interessados aprendem aquilo que sei muito bem fazer. Se houver outros que queiram seguir esse exemplo que me proponho a fazer como diácono, poderão ensinar matemática, ciências e outras coisas, as matérias onde não sou bem versado.

5.1) Numa escola paroquial, o que importa é o amor à verdade, a qual aponta para Deus. Não esperem diplomas e certificados - o que quero é um povo que ame o saber.

5.2) Isso precisa ser fomentado como uma cultura. Além disso, a Igreja precisa voltar a instruir o povo. Se fosse diácono permanente, faria isso.

5.3) Se ficasse viúvo e fosse ordenado sacerdote, além de professor eu poderia celebrar os santos mistérios e absolver pecados. Deus reconheceria tão bem meu trabalho de tal forma que a viuvez deve ser vista como uma forma de elevar o humilde servidor a responsabilidades maiores. Se eu morrer antes da minha esposa, não tem problema: o exemplo que deixarei aos meus filhos será tão profundo que muitos quererão abraçar o sacerdócio. E enquanto forem diáconos tentarão me imitar nisso - e esse processo será continuado até a ordenação episcopal.

5.4) Eis uma tradição que pode ser criada por conta da diaconia permanente. Isso acabaria com a cultura do sacerdote carreirista ou burocrata - ao contrário do que dizem, isto será capaz de renovar a igreja latina, posto que acaba com a tendência cartorial e burocrática que a Igreja acabou desenvolvendo desde a Renascença, o que constitui um dos sérios problemas da Igreja Latina, posto que ela tem formado muitos padres carreiristas ao longo da história - e carreirisimo faz com que o clero se torne uma classe ociosa, pois nenhum bom fruto pode ser produzido se o sacerdote não se preocupa com a evangelização do rebanho que foi a ele confiado. Isso é fazer com que a vocação de sacerdote seja servida com fins vazios.

5.5) A diaconia permanente pode ser um verdadeiro caminho de apostolado. Pelo menos, é como vejo a questão, se estivesse nessa situação.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2019.

Um bolo de aniversário para o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o aniversariante do dia

1) Hoje fizemos um bolo de aniversário, aqui em casa. O aniversariante: Nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje é Natal e Deus se fez criança. E como toda boa criança, faz aniversário, come bolo e apaga velinhas.

2) Se somos revestidos de Cristo, então somos todos crianças espirituais. Por isso, todos nós que cremos n'Ele somos aniversariantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2019.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O que se quer dizer por educação bancária?

1) É preciso sempre pensar que o conceito de banco está sempre associado à idéia de celeiro. Além de o celeiro ser o lugar onde se estocam os alimentos de modo a atender a alguma demanda eventual, incerta, ele é também o lugar onde se costumam ser salvas as sementes de modo que haja uma perpetuação da agricultura enquanto atividade econômica organizada. Por isso, o celeiro é tanto banco de alimentos quanto banco de sementes.

2) Justamente por conta de as sementes serem salvas e estocadas, isso assegura uma futura atividade agrícola organizada, onde a própria atividade já é ganho sobre a incerteza. Se alguém pedir sementes de trigo emprestado, o pagamento vai se dar na forma de trigo colhido e em sementes de melhor qualidade, se houver colheita. Como o empréstimo teve finalidade produtiva, justa, então o pagamento em alimento e em sementes é ganho sobre a incerteza. Eis o fundamento dos juros, posto que se fundam num dever de lealdade entre quem empresta e quem toma o empréstimo, uma relação de direito natural.

3) Se dinheiro é moeda fiduciária, então a finalidade do banco é integrar o que poupa dinheiro e o necessitado de dinheiro para estabelecer uma atividade econômica organizada de modo que todos possam ganhar juntos. Essas negociações devem ser pessoais, uma vez que o banqueiro é chamado a administrar os interesses do poupador de recursos. Se o tomador de recursos tiver histórico de ser um bom pagador de empréstimos, se ele ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e é leal no cumprimento dos acordos, então ele pode tomar o empréstimo de modo a usá-lo de maneira produtiva, como pagar uma dívida ou organizar um negócio. Como esse dinheiro foi causa para uma atividade produtiva, juros devem ser pagos, uma vez que isso é uma questão de justiça, uma vez que houve ganho sobre a incerteza.

4) Se o banqueiro é cheio de si, é indiferente aos interesses dos tomadores e não faz o trabalho de integrar as duas pontas do crédito, então ele está sendo usurário, uma vez que está exigindo algo que não lhe pertence. Ele está vendendo tempo - algo que decorre de Deus, pois o tempo rege todas as coisas e é no tempo de Deus que as coisas se frutificam. Ele está deixando de ser procurador do poupador para agir em nome próprio e isso não é justo.

5) É o que ocorre na educação. Quando a nação é tomada como se fosse religião, a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele, as políticas públicas do Estado estarão relacionadas a identificar o amigo do inimigo e a fomentar uma ideologia, uma vez que os ideólogos imaginam comunidades onde qualquer utopia pode ser realizada. Por isso, certas coisas fundadas na verdade são relegadas ao esquecimento enquanto o que não presta é fomentado através de políticas públicas. Como os professores são empregados desse banco, eles fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. E o encontro deixa de ser livre e se torna sujeição, a ponto de escravizar toda a sociedade através do ensino, essa camisa-de-força ideológica onde toda e qualquer livre iniciativa é criminalizada.

6) Além de não ser educação, o ensino a serviço da perversão de tudo o que é mais sagrado é subversão. E por isso pessoas como Paulo Freire não podem ser tomadas como verdadeiros educadores, mas como agentes desinformantes. Os diplomas emitidos por essas instituições de ensino não passam de papéis podres, por conta da inflação de títulos fundados numa relação social improdutiva, visto que o ensino virou teatro.

7.1) Paulo Freire falava sobre educação bancária, mas não sabia o que era banco. Ele tomou como se fosse coisa, como se fosse natural, uma relação que já estava decaída por conta da ética protestante, que faz da riqueza sinal de salvação, visto que ela divide o mundo entre eleitos e condenados - o terreno perfeito para se justificar a usura como se fosse algo bom, visto que o eleito não vê o condenado como um irmão necessitado, mas como um ser inferior que precisa ser esmagado como uma barata. 

7.2) Não é à toa que a ética decorrente da heresia protestante foi condenada e com ela seu subproduto: o capitalismo, que toma a riqueza como salvação, a ponto de tudo estar na riqueza e nada poder estar fora dela ou contra ela, o que a aproxima do fascismo, pois o poder do Estado estaria na concentração da riqueza em suas mãos, levando todos a uma corrida metalista ou mercantilista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2019.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Notas sobre ensino e capitalização moral

1) Um dia vou estudar estas disciplinas de maneira integrada: economia, administração, sociologia, antropologia e biblioteconomia

2) Vou estudando o que me interessa e vou juntando as coisas de modo que elas se integrem na minha alma. E uma vez este conhecimento integrado à minha alma, ao meu jeito de ser, eu poderei passá-lo adiante, uma vez que meu exemplo e minha experiência de vida servirão de modelo para os que estão ao meu redor possam imitá-lo e segui-lo. Eu preciso estar revestido de Cristo de modo que todos possam amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - assim, o ensinamento nunca será esquecido.

3) Este é o verdadeiro fundamento da transmissão do conhecimento: um encontro permanente, fundado na amizade com o saber, para com a verdade - enquanto for vivo e virtuoso, os que aprendem comigo podem se encontrar comigo de modo a aprenderem sobre coisas novas que eu sei ou passar o que sabem para mim de modo a aprender mais coisas sobre a realidade. O ensino, neste aspecto, é um mercado moral - enquanto a verdade for o fundamento da liberdade, ele sempre conservará sua finalidade produtiva, a ponto de haver ganhos sobre a incerteza por conta disso.

4) A educação de hoje em dia não passa de um teatro - depois que a aula termina, cada um vai para o seu lado, uma vez que nela exerço meu papel social de professor, onde finjo que ensino, e os alunos cumprem seu papel social de aluno, onde fingem que aprendem. Isso é fazer com que o encontro seja voltado para o nada - trata-se de um encontro onde os animais que mentem se encontram, a ponto de um asno afagar o ego de outro asno sistematicamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2019.

Notas sobre digitalização e uma importante lição do cristianismo

1) Os que não querem ter trabalho vão dizer que digitalização é perda de tempo; quem vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, no entanto, sabe que é preciso perder a vida para se ganhar a vida eterna.

2.1) Quem perde a vida se dedicando à digitalização está se santificando através do trabalho de modo a santificar não só a própria inteligência mas também a de muitos. Se a digitalização for feita de maneira artesanal, tal como eu faço, em um ano você faz três livros, se você for muito tarimbado. Em 10 anos, você faz em torno de 30 livros.

2.2) O tempo a ser gasto num livro varia muito: depende das condições do material, do número de páginas do projeto e se ele não é um livro de bolso (livros de bolso são mais difíceis de trabalhar, digo por experiência própria). Se você digitaliza pelo menos 70 páginas por mês, você é capaz de digitalizar um livro de 200 páginas em pelo menos 3 meses. Se o livro for bom, ele produzirá muitos frutos.

3) Eu posso dizer que digitalização é uma espécie de agricultura - trata-se de cultivar os campos da alma, onde a própria palavra, além de arado, é também espada em tempos de crise. Se você dedica sua vida a ser jardineiro deste paraíso que se perdeu por conta do conservantismo alheio, então a vida eterna será ganha por meio deste trabalho. É ganho sobre a incerteza, principalmente nestes momentos decisivos da História do Brasil

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2019.