1) O processo de ser pai de muitos se inicia quando são preenchidos estes círculos concêntricos: diácono, padre, bispo, papa.
2) Quando eu me casar, eu desejo ser diácono permanente. Diácono é aquele que se põe a serviço da comunidade - é o primeiro degrau antes do sacerdócio. Além do serviço ordinário na missa, eu me poria a serviço da comunidade naquilo que sei bem fazer, que é escrever e ensinar aos menos instruídos da comunidade paroquial.
3) Eu ensinaria português, inglês, polonês, História do Brasil e História de Portugal. Não cobraria um centavo para dar aula na escola paroquial que pretendo montar. Quem quiser aprender alguma coisa boa e não tem dinheiro para fazer cursinho, eu ensino para essas pessoas. Eu as ensino a ficarem mais inteligentes e mais sábias e afloro a vocação intelectual delas.
4) Precisamos de um ensino voltado para o amor ao próximo. É um ato de caridade ensinar aos ignorantes. Quem ama a verdade e deseja crescer na verdade poderá ter aula comigo. Além da catequese, os interessados aprendem aquilo que sei muito bem fazer. Se houver outros que queiram seguir esse exemplo que me proponho a fazer como diácono, poderão ensinar matemática, ciências e outras coisas, as matérias onde não sou bem versado.
5.1) Numa escola paroquial, o que importa é o amor à verdade, a qual aponta para Deus. Não esperem diplomas e certificados - o que quero é um povo que ame o saber.
5.2) Isso precisa ser fomentado como uma cultura. Além disso, a Igreja precisa voltar a instruir o povo. Se fosse diácono permanente, faria isso.
5.3) Se ficasse viúvo e fosse ordenado sacerdote, além de professor eu poderia celebrar os santos mistérios e absolver pecados. Deus reconheceria tão bem meu trabalho de tal forma que a viuvez deve ser vista como uma forma de elevar o humilde servidor a responsabilidades maiores. Se eu morrer antes da minha esposa, não tem problema: o exemplo que deixarei aos meus filhos será tão profundo que muitos quererão abraçar o sacerdócio. E enquanto forem diáconos tentarão me imitar nisso - e esse processo será continuado até a ordenação episcopal.
5.4) Eis uma tradição que pode ser criada por conta da diaconia permanente. Isso acabaria com a cultura do sacerdote carreirista ou burocrata - ao contrário do que dizem, isto será capaz de renovar a igreja latina, posto que acaba com a tendência cartorial e burocrática que a Igreja acabou desenvolvendo desde a Renascença, o que constitui um dos sérios problemas da Igreja Latina, posto que ela tem formado muitos padres carreiristas ao longo da história - e carreirisimo faz com que o clero se torne uma classe ociosa, pois nenhum bom fruto pode ser produzido se o sacerdote não se preocupa com a evangelização do rebanho que foi a ele confiado. Isso é fazer com que a vocação de sacerdote seja servida com fins vazios.
5.5) A diaconia permanente pode ser um verdadeiro caminho de apostolado. Pelo menos, é como vejo a questão, se estivesse nessa situação.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2019.
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