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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Notas para uma egiptologia cristocêncrica

1) É sabido que o trigo é um alimento nobre. Uma vez esmagado, dele se obtém a farinha para se fazer o pão, o que é essencial para a dieta humana.

2) As primeiras civilizações nasceram junto aos rios. Através do húmus produzido pelas cheias do Nilo, tinha-se o terreno ideal para o cultivo deste nobre cereal.

3.1) Como o trigo é nobre, ele foi usado como commodity comercial por milênios.

3.2.1) O trigo do Egito foi usado para alimentar povos inteiros do Mediterrâneo e da Mesopotâmia, a ponto de esta civilização influir em outras, seja através do comércio, seja através da cultura, seja através da guerra.

3.2.2) Até onde fosse a cheia do Nilo era possível medir e até calcular quanto de tributo que podia ser dado ao Faraó.

3.2.3) O Egito era uma dádiva do Nilo e o Faraó era tomado como se fosse um Deus - por isso, tributos eram a ele dados. Para que isso acontecesse, nilômetros eram colocados ao longo do território.

3.2.4) Mas o Faraó não é o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. O tirano do Egito, assim como o trigo, foi esmagado, dando lugar a Jesus Cristo, Rei do Universo.

3.2.5) Todos os que são ricos no amor de si até o desprezo de Deus precisam mortificar o seu eu de modo que seu nobre exemplo seja exemplo para os outros. O humilde precisa se alimentar do corpo e do sangue de Cristo de modo a a viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2.6) Como a tarefa de anunciar o evangelho é grande, os poucos que realmente imitam a Cristo precisam organizar latifúndios de trigo e uvas em todo o lugar que fosse fértil de modo que o alimento espiritual fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro homem não faltasse.

3.2.7) É a partir daí que ele é distribuído a toda criatura de modo que esta também adquira a ciência perfeita e seja capaz de provar de coisas de modo a distinguir o que é sensato do insensato, a ponto de conservar o que é sensato como algo conveniente, pois isso é indício de conformidade com o Todo que vem de Deus. Desnecessário dizer que a Grande Biblioteca de Alexandria nasceu num Egito que sofreu a influência helênica, a ponto de Grécia e Egito serem tomados como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo - o que é causa de nacionidade.

4.1) Eis aí os fundamentos do distributivismo e da ética distributiva.

4.2) Quando se dá de maneira livre, gratuita e sistemática o alimento que dá vida e o vinho que dá coragem, você promove a integração entre as pessoas, de tal modo que o conhecimento seja cada vez mais disperso, à medida que a população vai ficando cada vez mais abundante, pois o Senhor veio para dar vida em abundância. Não é à toa que Ele passou uma parte de sua vida no Egito.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2019.

Comentários:

Edmundo Noir:  

1) O Egito foi uma civilização paradoxal. Talvez uma figura ou uma imagem de todo o Ocidente. 

2) Foi uma nação de gênio, lugar onde floresceu uma cultura bela e avançada, nação que acolheu e abrigou Israel e sua descendência, nação que abrigou o próprio Cristo junto da Sagrada Família, por ocasião da perseguição de Herodes. Nação que, apesar de seus vícios pagãos, havia - pela luz natural da razão - chegado à ideia de um Deus uno. Nação que gerou Ismael, personagem real e arquétipo de toda a força do povo árabe - uma raça teológica, tal qual a judia, destinada perdurar até o fim dos tempos. 

2.2) Mas também foi a nação que, tão logo esqueceu esses avanços, mergulhou na idolatria, na gnose, na magia, pois perseguiu e tiranizou o povo eleito, lar de monstros e vagabundas como Cleópatra. 

3) O Egito desperta um misto de medo e admiração.

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