1.1) Nunca dispare uma flecha que um dia possa se voltar contra você.
1.2) Quando você reconhece os sinais dos tempos, você acaba percebendo muito bem que verdade conhecida é verdade obedecida - e essa obediência se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a ponto de sua palavra não ser servida com fins vazios, assim como a ordem decorrente dessa palavra semeada.
2.1) A ordem servida com fins vazios fornece os meios necessários para sua própria destruição.
2.2) No caso do Império Romano, isso se deu através das estradas - como elas eram feitas para durar, elas foram usadas por séculos após a queda de Roma e ajudaram na formação dos reinos cristãos, a partir dos bárbaros que queriam imitar os romanos na grandeza. Nisso, a Igreja viu a oportunidade de estabelecer uma nova ordem, se pudesse dividir o poder com esses novos conquistadores, a ponto de o trono estar a serviço do altar de modo propagar a fé cristã.
3.1) A ordem feudal é exatamente isto: a antigüidade temperada com cristianismo. Os bárbaros imitariam Roma em sua grandeza, mas seriam tutelados pela Igreja. E durante a tutela, eles foram se tornando nações civilizadas.
3.2.1) Afinal, não dá pra se falar em nacionidade sem antes falar em civilização, sobre o processo de educação de um povo inteiro de modo a ficar sujeito à autoridade e proteção do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a ponto de se eliminar da face da Terra os que atentam deliberadamente contra a Santa Cruz, porque são demônios, e de se morrer por Ele por meio do martírio, já que Cristo é construtor e destruidor de Impérios fundados na verdade, que é o fundamento da liberdade. E esses impérios fundados na verdade são impérios de cultura.
3.2.2) Por isso, a Igreja é tanto mestra da verdade quanto mestra do processo civilizatório Ela é a mestra na verdade, na arte de se viver em conformidade com o Todo que vem de Deus. E essa arte leva a um jeito excelente de se viver a vida, cujo estudo pode ser tomado como uma verdadeira ciência: a ciência da cruz, a ciência de se morrer para si de modo que Deus viva em nós, através da Santa Eucaristia.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de maio de 2020.
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