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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Notas sobre o maior problema da monarquia hereditária: o comodismo

1.1) O maior problema da monarquia hereditária é o comodismo.

1.2) Desde que o Imperador Marco Aurélio, o último dos cinco bons imperadores, resolveu passar o cargo para o filho Cômodo, isso fez com que Roma entrasse numa rápida decadência.

2.1) A natureza de Roma era ser uma república - a idéia de que nenhum homem seria escravo de outro homem era a razão de ser dessa civilização, a ponto de que essa ordem livre pavimentou o caminho para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2) Considerando que Roma era uma sociedade pagã e que o novo imperador herdaria um império de mão beijada - onde era público e notório que Cômodo não tinha o menor preparo para isso, uma vez que não conduziu homens no campo de batalha e para vitórias em guerra -, era natural que ele se achasse rico no amor de si até o desprezo de Deus só porque nasceu rico e que, como imperador, poderia ter o que quisesse e quando quisesse, uma vez que agia como um descendente do Faraó do Antigo Egito.

2.3.1) Cômodo mais se preocupava em se divertir do que em governar, a ponto de ser o protótipo dos reis indolentes, que quase levaram a França Merovíngia a ser tomada pelos islâmicos, se não fosse o esforço de Carlos Martel na Batalha de Poitiers (ele era Mordomo do Paço, o administrador principal do reino, posto que servia a um rei indolente).

2.3.2) Seu comportamento fez com que a classe imperial se tornasse uma classe ociosa, acelerando assim a passagem da era clássica pagã para uma era clássica cristã, uma vez que o Cristianismo continuou o legado clássico no Ocidente até o advento da Revolução Francesa, quando os Estados começaram a recusar sistematicamente os ensinamentos da Santa Madre Igreja Católica, uma vez que Cristo, o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o sumo bem de toda a cristandade.

2.3.3) Se Marco Aurélio tivesse escolhido como sucessor algum general que fosse leal a ele e bem preparado para governar, certamente Roma não teria caído.

3.1.1) A razão de ser de uma monarquia é o Cristianismo. E ao contrário de Roma, o filho mais velho, o sucessor natural, precisa ser educado desde o berço para continuar o legado do pai, uma vez que não se trata de uma herança, mas de um legado, cuja obra precisa sobreviver à morte de seu criador de modo a resistir ao teste do tempo.

3.1.2) O fundamento da monarquia hereditária está no sacrifício de Abrahão - ele não recusou em oferecer a Deus seu único filho de modo que servisse a Deus, como patriarca de todo um povo. Se a monarquia se torna liberal, toda essa razão de ser se perde, a ponto de ter o mesmo destino que o Império Romano.

3.1.3) As monarquias inglesa e espanhola terminarão caindo, uma vez que se afastaram demais da conformidade com o Todo que vem de Deus, pois os sucessores são novos Cômodos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 2019.

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