1) Dizia o professor Loryel Rocha: política não é guerra.
2) Dizia o professor Olavo: política não é ambiente acadêmico. A guerra se dá contra pessoas, não contra idéias, visto que pessoas ocupam cargos e tomam decisões de poder, de interesse de Estado. Em termos de mentalidade revolucionária, é preciso ter amplo poder para mudar as coisas, o que implica ocupar cargos a qualquer custo, o que faz corrupção método perfeito para a tomada disso que é tão desejado.
3) Clausewitz dizia: guerra é continuação da política por meios violentos. E Marx dizia: não se faz revolução sem derramamento de sangue (este é o sentido germânico do termo). Se a revolução foi violenta, a contra-revolução o será, uma vez que você vai precisar desalojar a terra santa dos filisteus, o que leva a uma guerra santa, a uma cruzada.
4.1) Certo está o professor Olavo, quando fala que é preciso uma militância bolsonarista.
4.2) Quando se lida com um grupo que faz do crime, da corrupção e da violência a essência da atividade política, você vai precisar de gente que dê a vida por ele, uma vez que é da tendência do brasileiro votar em pessoas, não em partidos.
4.3.1) Isso se torna particularmente grave quando o messianismo político se tornou a base da política nacional, visto que as últimas eleições presidenciais foram todas marcadas por uma mistura de messianismo com salvacionismo, com forte toque laicizante e imanentista.
4.3.2) É como se tivéssemos de viver a Batalha de Ourique uma vez a cada 4 anos, sem ter o menor conhecimento das nossas origens, com base na História de Portugal. Estamos num ponto bem radical dessa repetição - ou o Brasil sobrevive ou sucumbe de vez à sanha revolucionária.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2019.