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quarta-feira, 13 de março de 2019

Notas sobre a plutologia e sua relação com a moeda fiduciária

1) Ouro? Pau-Brasil? Café? Borracha? Soja? Açúcar? Qual dessas moedas ao longo da nossa história seria o nosso lastro?

2) Para se entender qual desses lastros melhor serve para se estabelecer uma moeda fiduciária, é necessária que se faça um estudo plutológico dessas riquezas. Essas coisas podem ser lastreadas ao longo da nossa história.

3) Esse estudo plutológico analisa a importância desse produto para a economia ou cultura de um determinado lugar que o compra, tal como vemos no café, que faz com que as pessoas se tornem mais produtivas, a ponto de terem conversas mais inteligentes quando tomam dessa bebida. E o café, nesse sentido, é símbolo de aristocracia.

4.1) O estudo plutológico não se restringe só ao estudo da oferta e da demanda de um determinado produto, mas também ao estudo de suas propriedades de modo que se saiba qual seria a sua utilidade.

4.2) Se o produto é útil, de que forma o consumo desse produto influi nessa cultura, a ponto de criar uma relação de confiança entre quem produz essa commodity e quem a consome e assim se tornar uma moeda? Eis a pergunta fundamental, quanto a esse tipo de epistemologia.

5) Conforme foi dito, a inflação se dá no momento em que essa confiança é servida com fins vazios, a ponto de fazer dessa riqueza sinal de salvação. Exemplo disso é plantar sistematicamente o mesmo produto de modo que a terra fique degradada. A qualidade do produto cai e a relação de confiança se perde.

6.1) A relação de confiança que se dá pela via de uma commodity que é usada como lastro de moeda fiduciária precisa ser pensada em termos de sustentabilidade.

6.2) Se produzo café de qualidade, então eu devo cuidar muito da terra que produz café de qualidade de modo que ela me dê bons grãos e eu atenda quem eventualmente dependa desse produtos, pois o melhor produto deve servir aos melhores.

6.3) Quando essa relação perdura ao longo das gerações e se torna uma tradição, então a moeda fiduciária ganha ainda mais força por conta de sua carga simbólica. E essa carga simbólica faz o país produtor ser tomado como um lar em Cristo, o que estimula o turismo na região cafeeira. E o símbolo, neste ponto, fortalece a necessidade de se ter essa riqueza por perto, por ser um bem da vida, um bem concreto, um bem que atende as necessidades humanas de quem trabalha e se santifica através do trabalho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de março de 2019 (data da postagem original).

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